PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA REDENTORISTA 50 ANOS CONSAGRADO |
Entrando
pela porta estreita
A celebração de hoje é um convite a viver com autenticidade. Em Sua
caminhada a Jerusalém Jesus responde à pergunta: “São poucos os que se salvam?”
Responde que se deve entrar pela porta estreita. Muitos tentarão e não vão
conseguir. Não se trata de dureza ou dificuldade, mas de autenticidade. Há uma
só porta para entrar no Reino. Jesus mostrou esta porta: “Eu sou a porta das
ovelhas... quem entrar por mim será salvo. Entrará e sairá e encontrará
pastagem” (Jo 10,7.9). Esta
pastagem simbólica é o banquete do Reino. Diz também que muitos ficarão de fora
e começarão a dizer que sempre estiveram com Ele. Por que não os conhece? Porque não basta estar com Ele, é preciso
viver sua Palavra e ter uma fé coerente. A prática religiosa superficial não é
suficiente para a salvação, pois procuramos outros fundamentos para a vida fora
a fé. Procuramos ideologias, comodidades e opiniões cômodas que criam em nós a
raiz do pecado. Vemos como se praticam tantos erros e colocam sobre eles uma
capa de uma religião que não incomoda nem exige mudanças que ferem o egoísmo. A
fé em Jesus cobra conversão e coerência de vida com a Palavra de Deus. Por isso
diz: Muitos virão de longe para o banquete da vida, enquanto muitos ficarão
fora: Os últimos serão os primeiros. Os que vieram de longe são os pagãos que
creram e viveram. A porta estreita é Jesus. Todo aquele que pratica o Evangelho
passa pela porta porque vive já no Reino de Deus. Os que ficam fora são os que
têm uma fachada religiosa, mas não vivem o Evangelho. São piedosos, mas não
convertidos a Cristo.
Revisando
nossa vida
A Igreja como um todo, e cada um pessoalmente, necessita de uma contínua
revisão e conversão para que sempre mais apareçam desenhados em nossa vida e em
nossas pessoas, os traços de Jesus Cristo. Por isso necessitamos de correção,
como nos ensina a Carta aos Hebreus (12,5-13). Correção não significa castigo, mas chamada a tomar
cuidado com os atalhos que desviam do caminho. Está escrito: “O Senhor corrige
aquele que ama. Endireitai os caminhos para que não se extravie o que é manco,
mas seja curado” (Hb
12.10.12). Os mandamentos não são proibições, mas indicações dos melhores
caminhos para passar pela Porta. O medo da correção e da conversão é causado
pela exigência de mudar de vida. Os defeitos e vícios criam raízes. É preciso
cortar fundo. Rezamos nesta Eucaristia: Tornai-nos fervorosos e
“transformai-nos com vossa graça”. Assim poderemos participar do banquete
aberto a todos entrando pela porta que é Jesus.
Há últimos serão os primeiros
Somos rápidos em
colocar medidas aos outros e lentos em aplicá-las a nós. Exigimos dos outros o
que pouco cobramos de nós. Jesus disse certa vez que vemos o cisco no olho do
irmão e não vemos a trave que está diante de nossos olhos (Mt 7,3-4). Corremos o
risco de fazer uma religião de fachada. Na Igreja há sempre pessoas que são
novos convertidos que tem muita boa vontade. Ou há pessoas que vem de outras
comunidades. Encontram rejeição dos que mandam nas comunidades. Isaías diz
virão outros de longe (Is
66.20-21). A oração da missa pede para “fixarmos os corações onde se
encontram as verdadeiras alegrias” (Oração). Celebramos o dia dos catequistas e dos leigos. A
coerência de vida é melhor escola. É preciso não ensinar uma religião de
fachada, só de atos externos sem uma opção por Jesus.
https://padreluizcarlos.wordpress.com/
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