A prova dos nove
de nossa fé e de nosso conhecimento religioso não está em nossos diplomas, mas
no desejo que temos de levar aos outros o que sabemos e vivemos. Assim fizeram
os primeiros discípulos que encontraram Jesus. Foram logo dizer aos outros. Os
dois discípulos passaram o dia com Jesus e Andre foi dizer a seu irmão Simão
Pedro: “‘Encontramos o Messias’. E o conduziu a Jesus” (Jo 1,40-42). Quem não se lembra de sua
catequista da primeira comunhão? Que dedicação! Hoje, com maiores exigência, há
um empenho muito grande em aprofundar a catequese, dedicar mais tempo, ter novos
métodos e novas esperanças. Os documentos da Igreja insistem constantemente na formação
do povo de Deus. Catequese não se limita unicamente a aulas de catecismo, mas
ela está presente em todas as atividades da Igreja. As igrejas antigas com sua
arquitetura, vitrais, esculturas, mosaicos e afrescos eram um catecismo. Muitas
de nossas ideias provêm desta catequese vinda de longínquos tempos. Jean
Delumeau, historiador, diz que as mães ensinavam catecismo para os filhos na
ponta dos dedos, dizendo: ‘olha lá filhinho, aquela é a Mãe do Céu’. Ainda se
faz assim com os pequeninos. O catecismo começa no ventre materno. Se maldades
podem influenciar as crianças, quanto mais influenciará o que é bom, como a
palavra boa, a atitude amorosa e a oração sobre o filhinho. A primeira
catequese é o colo do Pai do Céu. Celebrando missa de crianças, perguntei, no
dia do batismo do Batismo do Senhor, qual era a missão de Jesus. Uma menininha
de 5 anos se levantou e disse: “Ele veio mostrar o carinho do Pai”. É noção
básica da catequese: sentir-se no colo do Pai. Atualmente há crianças que vêm
para a catequese sem saber o mínimo de religião. Não sabem rezar nada, não
participam da liturgia nem antes nem durante nem depois da catequese. Faltou o
colo do Pai. É um grande prejuízo para a sociedade, pois não aprenderão a ser
irmãos, pois não se sentem filhos.
Muitos mestres
Aprendi que,
quanto mais sábio se é, mais se tem o prazer de aprender. Ninguém se considere
completo, pois é sabedoria sempre ser discípulo e aprendizes. A sede de Deus é
já um modo de ser saciado. Buscar aprender já é um dom. A abertura para o
espiritual, sem nenhum desprezo da ciência humana, é sinal de sabedoria. Temos
grandes pensadores que excluem o aspecto religioso, quando não usam sua
capacidade para destruir o coração dos jovens. Quanto bem poderiam fazer! Não
precisa ser sectário, mas sagitário: tocar os corações para que possam crescer
por inteiro, não somente uma parte. O ser humano não pode ser manco apoiando-se
só no humano que passa. A sabedoria é estar aberto a sempre aprender. Há muitos
mestres. Diz o profeta: “Ele me desperta para que eu ouça como discípulo” (Is 50,4). O
verdadeiro mestre é o que sabe aprender do discípulo.
Ensinar porque sabe
O
verdadeiro discípulo não supera o mestre. Basta ser como o mestre (Mt 10,24-25). A
convivência com Jesus na fé faz de cada um mestre com Ele. “Quem vos ouve, a
mim ouve” (Lc 10,16).
Uma vez que aprendemos a Palavra viva, aprendemos também as palavras que Ele
nos transmitiu. Assim nascem os catequistas. Todo aquele que conhece o Senhor,
tudo faz para que Ele seja conhecido e amado. Esta é a prova que o conhecemos e
vivemos com Ele. A necessidade de ensinar não é uma opção pastoral, mas é uma
resposta à grata experiência que temos de estar com Ele. Se faltam catequistas
é porque há poucos cristãos.
https://padreluizcarlos.wordpress.com/
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