Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Se a
vossa justiça não superar a dos escribas e fariseus, não entrareis no reino dos
Céus. Ouvistes que foi dito aos antigos: ‘Não matarás; quem matar será submetido a
julgamento’. Eu, porém, digo-vos: Todo aquele que se irar contra o seu irmão será submetido
a julgamento. Quem chamar imbecil a seu irmão será submetido ao Sinédrio, e
quem lhe chamar louco será submetido à geena de fogo. Portanto, se fores apresentar a tua oferta ao altar e ali te recordares que o
teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa lá a tua oferta diante do altar, vai primeiro reconciliar-te com o teu
irmão e vem depois apresentar a tua oferta. Reconcilia-te com o teu adversário, enquanto vais com ele a caminho, não seja
caso que te entregue ao juiz, o juiz ao guarda, e sejas metido na prisão. Em verdade te digo: Não sairás de lá, enquanto não pagares o último centavo.
Tradução litúrgica da Bíblia
São Cipriano (c. 200-258), bispo de Cartago e mártir
A oração do Senhor, 23
«Vai primeiro
reconciliar-te com o teu irmão»
Deus mandou que os homens sejam pacíficos e
vivam em bom acordo, que vivam «unânimes na sua casa» (Sl 67,7 Vulg). Quer que
perseveremos, uma vez que fomos regenerados pelo batismo, em viver na condição
em que esse segundo nascimento nos colocou. Porque somos filhos de Deus, Ele
quer que permaneçamos na sua paz e, porque recebemos um mesmo batismo, que
vivamos em unidade de coração e de pensamentos. É por isso que Deus não aceita o sacrifício daquele que vive em dissensão, mas
lhe ordena que se afaste do altar para ir primeiro reconciliar-se com o seu
irmão, a fim de que Deus possa atender as orações apresentadas em paz. O maior
sacrifício que se pode apresentar a Deus é a nossa paz, a concórdia fraterna, o
povo reunido pela unidade que existe entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo.
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