Evangelho
segundo S. Lucas 11,29-32.
Naquele tempo, aglomerava-se uma grande multidão à volta
de Jesus e Ele começou a dizer: «Esta geração é uma geração perversa: pede um
sinal, mas nenhum sinal lhe será dado, senão o sinal de Jonas. Assim como Jonas foi um sinal para os habitantes de Nínive, assim o será também
o Filho do homem para esta geração. No juízo final, a rainha do sul levantar-se-á com os homens desta geração e há
de condená-los, porque veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria de
Salomão; e aqui está quem é maior do que Salomão. No juízo final, os homens de Nínive levantar-se-ão com esta geração e hão de
condená-la, porque fizeram penitência ao ouvir a pregação de Jonas; e aqui está
quem é maior do que Jonas».
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
São Jerónimo (347-420),
presbítero, tradutor da Bíblia,
presbítero, tradutor da Bíblia,
doutor da Igreja
Sobre Jonas II, 2, 5, 6, 11
Sobre Jonas II, 2, 5, 6, 11
Jonas, figura de Cristo
Se Jonas é figura do Senhor, por evocar, por
meio da sua estadia de três dias e três noites nas entranhas do cetáceo, a
Paixão do Salvador, a sua oração também deve ser uma expressão da oração do
Senhor. «Fui rejeitado diante dos teus olhos. Mas verei ainda o teu santo templo» (Jn
2,5). Quando estava contigo, gozando da tua luz, não dizia: «Fui rejeitado».
Mas, quando me encontrei no fundo do mar, envolvido na carne de um homem,
assumi sentimentos de homem e disse: «Fui rejeitado diante dos teus olhos».
Disse-o enquanto homem; e o que vem a seguir disse-o como Deus, Eu que, sendo
da tua condição, não Me vali da minha igualdade contigo (cf Fil 1,6), porque
queria elevar a Ti o género humano: «Mas verei ainda o teu santo templo».
Assim, diz o texto do evangelho: «Pai, manifesta a minha glória junto de Ti,
aquela glória que Eu tinha junto de Ti antes de o mundo existir» (Jo 17,5); e o
Pai responde: «Já a manifestei e voltarei a manifestá-la!» (Jo 12,28). O único
e mesmo Senhor pede enquanto homem, promete enquanto Deus e está seguro da
glória que foi sempre sua. «As águas me cercaram até ao pescoço, o abismo envolveu-me» (Jn 2,6). Que o
inferno não Me aprisione! Que não Me recuse a saída! Desci livremente, que
livremente Me eleve. Voluntariamente vim como cativo para libertar os cativos,
a fim de que se cumpra este verísculo: «Tu subiste às alturas e levaste contigo
prisioneiros» (Sl 68,19; Ef 4,8). Com efeito, Ele conquistou para a vida
aqueles que eram cativos da morte. «Então, o Senhor ordenou ao peixe e este vomitou Jonas em terra firme» (Jn
2,11). Foi ordenado a este cetáceo, aos abismos e aos infernos, que
restituíssem o Salvador a terra; assim, Aquele que tinha morrido para libertar
os que estavam presos nos laços da morte pode levar uma multidão consigo para a
vida.
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