Vimos os desafios e as tentações por
que passa quem quer anunciar a novidade a vida nova em meio às dificuldades do
tempo atual. Até chegamos a dizer ou pensar que antigamente tudo era mais
fácil. O livro do Eclesiastes orienta: “Não digas: Por que razão foram os dias
passados melhores do que estes de agora? Esta pergunta não é motivada pela
sabedoria” (Eclesiastes 7,10). Todos os
tempos são bons dentro de suas possibilidades. Todos os tempos têm suas
dificuldades. Os desafios são sempre grandes, como grandes são as
possibilidades de solução. Há sempre grandes conquistas e sempre grandes
derrotas. Papa Francisco, em sua orientação sobre o anúncio do Evangelho no mundo
atual – Evangelii Gaudium (Alegria do Evangelho), oferece caminhos para um novo
modo de entrar em contato e anunciar. Coloca como tema: “Sim às novas relações
geradas por Jesus Cristo”: Diante da riqueza da comunicação humana somos
desafiados e descobrir e transmitir a ‘mística’ de viver juntos, misturar-nos,
dar o abraço, participar para transformar essas vitórias da comunicação em
fraternidade. “As maiores possibilidades de comunicação traduzir-se-ão em novas
possibilidades de encontro e solidariedade entre nós... sair de si para se unir
aos outros faz bem. A humanidade perderá com cada opção egoísta que fizermos” (EG
87).
Sentimos no momento que a facilidade de comunicação está gerando isolamento e
fechamento em si mesmos. A proposta é o estímulo de buscarmos, através da
comunicação, sempre maior encontro. Sair de si é enriquecer-se e enriquecer os
outros. Foi o processo adotado por Deus que saiu de Si e se encarnou. Jesus
saiu de Si e abriu-Se reunindo discípulos.
Deste modo pode transmitir e levar-nos à comunhão. Toda busca de um
encontro já é doação da graça divina, presente em cada um.
1541.Abrir-se
a todos
Como estamos em contato com todo
o mundo, podemos não crescer em comunhão, mas nos isolarmos como observadores
do mundo que passa. Numa sociedade tão pluralista e diversificada corremos o
risco do fechamento por desconfiança, medo, atitudes defensivas criando o
mundinho fechado na sua privacidade. O medo do outro levantou os muros da casa,
as grades etc... Às vezes necessário por segurança. Mas não diminuiu em nada a
situação caótica de assaltos e violência. Inclusive criamos para nós mesmos uma
espiritualidade individualista perdendo o sabor do Evangelho reduzindo Jesus a
um Cristo puramente espiritual e desencarnado, feito à nossa imagem. A
sabedoria do Evangelho nos convida a ir ao encontro. Papa Francisco supera
qualquer proposta que tenhamos. Perguntaram por que tomara aquela atitude de ir
ao encontro justo daquele tipo a quem se dirigiu. Disse: “Eu o sinto”. Nasce de
seu ser espiritual. Ir ao encontro não é poesia ou teoria, é um abraço, é um
sair do esquema.
1542.
Deixar-se acolher
Há uma busca de
Deus presente no mundo. Buscam a Deus, mas não aquele que apresentamos. Pode
ser que tenhamos mostrado um Deus à nossa imagem. Diz o Papa: “O desafio de
hoje é responder adequadamente à sede de Deus para que não tenham que apagá-la
com propostas alienantes ou com um Cristo sem carne e sem compromisso com o
outro. Se não encontram na Igreja uma espiritualidade que os cure, liberte e dê
paz, os chame à comunhão solidária e à fecundidade missionária, acabarão
enganados por propostas que não humanizem nem dão glória a Deus” (89). Quando a
Igreja não tomou essas atitudes ela perdeu sua credibilidade.
https://padreluizcarlos.wordpress.com/
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