A vida da
comunidade cristã é espiritual, mas a comunidade também vive na realidade
humana. Ela é feita de pessoas que assumem essa vida. Na realidade assumimos a
vida, como Jesus assumiu. Mesmo sendo tão cheia do Espírito, a comunidade tem
problemas humanos. Ela é humana. Havia desentendimento entre os cristãos vindos
do judaísmo e aqueles judeus-cristãos que viviam no mundo pagão, os helenistas,
na hora de distribuir os alimentos aos pobres. O Espírito conduz a Igreja a
resolver os problemas a partir de soluções espirituais, mas também humanas. A
Igreja tem que tomar uma decisão. Ali estavam os apóstolos que faziam este
serviço da caridade. Diante da dificuldade, pedem que a comunidade escolha 7
homens conceituados para fazer o serviço e o ministério da caridade. Os
apóstolos rezam e impõem as mãos sobre eles, conferindo o ministério diaconal
(significa servidor). Desse fato aprendemos: A comunidade participa da escolha.
Igreja é feita de pessoas que assumem. Surge também um passo na organização da
Igreja: os diáconos. Eles existem para a caridade.Com o tempo assumem a
pregação. Os apóstolos dizem: “nós nos dedicaremos à oração e à pregação”.
Imaginaram se nós, os padres, fizéssemos como os apóstolos: confiássemos nos
leigos e nos dedicássemos mais à pregação e à oração. Seria tão diferente. A
Igreja é feita de pessoas que assumem também a pregação e a oração.
Pedras vivas
firmadas em Cristo.
Se por um
lado as pessoas compõem a Igreja com sua adesão e participação física, onde
cada um assume sua parte, por outro, há uma construção espiritual feita de
pedras vivas. Pedras vivas são os que renasceram pelo batismo. A pedra que
sustenta todo o edifício é Jesus, a Pedra Viva. Vivos nEle, pela mesma fé,
estamos unidos uns aos outros. A Igreja não é só social, mas é também
espiritual. Esse aspecto dá a força de sua existência no mundo. Pedro diz:
“formai um edifício espiritual, um sacerdócio santo para oferecerdes
sacrifícios espirituais” (1 Pd 2,4-9). Somos também “raça escolhida, sacerdócio
santo, nação santa, povo que Ele conquistou para proclamar as obras admiráveis
daquele que vos chamou das trevas para sua luz maravilhosa” (9). Pedro vê a
comunidade nascida do batismo como santo, firmado em Cristo que santifica as
situações adversas de mundo
Vou
preparar-vos um lugar.
Jesus convida os discípulos a crerem no Pai e nÊle
(Jo 14,1). Na ceia Jesus entra na revelação do mais profundo de Seu ser e de
Seu relacionamento com o Pai. Em sua casa o Pai espera os filhos. Jesus diz que
vai para a casa do Pai e que nos prepara um lugar. Esse lugar é o seio da
Trindade. Jesus nos levará a todos para dentro da Trindade, como nós recebemos
em nós a Trindade. O edifício espiritual que construímos une-se à morada que
Ele prepara para nós. Jesus, para unir as pedras vivas manda o Espírito que
morará em nós – nos santificará, nos divinizará. Nós somos habitação do
Espírito. Jesus é o condutor nessa caminhada. Diz: Eu sou o caminho. Ele é a
passagem: “Ninguém vai ao Pai senão por mim”. Ele é a verdade, o revelador do
Pai; É a vida que revela o Pai – “Quem me vê, vê o Pai”. Crendo, faremos suas
obras e continuaremos sua vida, abrindo morada para todos.
http://padreluizcarlos.wordpress.com/
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