domingo, 17 de agosto de 2014

Santa Beatriz da Silva ou Santa Beatriz dos Pobres

Nasceu em Portugal em 1424, como Beatriz da Silva Menezes, filha do Conde de Viana, e tinha 20 anos quando acompanhou a princesa Isabel de Portugal, para a corte espanhola. Pouco tempo depois, Beatriz tomou o véu do convento Cisterciano de São Domingos de Silos em Toledo, Espanha. Mais tarde Santa Beatriz fundou a Congregação da Imaculada Conceição, séculos antes da confirmação da definição da Perpétua Imaculada Conceição da Santíssima Virgem Maria. Tempos depois, o Cardeal Cisneros concedeu a Congregação, a regra de Santa Clara de Assis (Clarissas Pobres). Por isto é conhecida tambem como Santa Beatriz dos Pobres. A Ordem da Imaculada Conceição a que este Mosteiro é incorporado, foi fundada por Santa Beatriz em 1489. A Ordem é totalmente de vida contemplativa. Vive o mistério de Cristo a partir da fé, da oração constante, da disponibilidade e do ocultamento silencioso. A clausura é um modo de unir-se mais profundamente à Paixão de Cristo e de participar de um modo especial do mistério pascal. Além de sinal de separação do mundo, essencial à vida contemplativa, a clausura constitui uma opção de solidão e de recolhimento vivendo como num deserto em despojamento e em amor a Cristo crucificado. Na sabedoria da Cruz manifesta-se o ocultamento da vida com Cristo em Deus. Este clima de recolhimento e de silêncio, facilita a oração, a ordem, a paz e a unidade da pessoa ao encontro com Deus, passando a ser sacrifício de louvor oferecido ao Pai em nome dos homens e mensagem de amor, de paz e de alegria que Deus oferece ao mundo. Santa Beatriz morreu em 9 de agosto de 1492. Seu culto foi confirmado em 1926, e foi canonizada pelo Papa Paulo VI em 3 de outubro de 1976. Sua festa é celebrada no dia 17 de agosto.
Festa para Santa Beatriz em sua terra 
FESTAS DE CAMPO MAIOR 
Falar de Campo Maior é falar das suas "Festas do Povo". Porém, torna-se difícil determinar com precisão a origem destas festas, devido à escassez e dispersão de documentos e à interligação de tal iniciativa cultural com a evolução histórica da vida local. Contudo, a tradição e alguns artigos de jornal permitem-nos apontar, como embrião das actuais "Festas do Povo", as festas em que finais do século passado se começaram a celebrar em honra do padroeiro desta vila raiana - São João Baptista. Esses festejos em honra de São João Baptista foram realizados pela primeira vez em 1893, sendo organizados por uma Comissão Popular. como podemos depreender do extracto de um artigo publicado em cinco de Agosto de 1895 no Diário d' Elvas: «(...) Sem embargos dos attrictos, que da concepção d' estes emprehendimentos nascem, sob o auspicio popular a comissão iniciou os festejos em 1893 e por forma tal se houve, que o seu êxito brilhante, excedendo a expectativa, foi laureado com a satisfação geral, que promoveu o progresso e lustre das festas. O povo, tomando sob si o improbo trabalho da ornamentação das ruas, que offereciam à vista um aspecto encantador e phantastico, nos annos anteriores, prepara para este anno attrahentes e maravilhosas novidades. Não se pode descrever o effeito deslumbrante que as ruas offerecem à vista nas noites de iluminação(...)». A Fantasia , a imaginação e a criatividade nas ornamentações enfeites destes festejos destacam-se na descrição que o jornal Correio Elvense, de sete de Setembro de 1894 , apresenta dos dias de festa em Campo Maior: «Foi surprehendente e caracteristica a diversidade das decorações, que embellezaram as ruas d' esta vvila. Aqui cascatas, thronos a S. João, alem de mastros, lagos e por toda aparte eucaliptos, buxo, muitas bandeirolas, esparragueiras lindíssimas e mais de 3.000 balões. Todos os habitantes, possuidores da mais completa vontade e união, começaram dias antes d' estas festas a trabalhar de dia e de noite n' esse embellezamento. Sabbado estava tudo feito e à noite começaram as iluminações, sobressahindo a da rua 13 de Dezembro, vulgo da canada, a qual tinha innumeros vasos de flores adornando os passeios laterais (...)» Além destas ornamentações e enfeites , que se podem considerar os mais genuínos, outros surgirão também manufacturados artisticamente fruto do inevitável impulso renovador do tempo. A própria realização das Festas, embora tenham sido progressivamente adaptadas à evolução social e histórica, manteve-se desde o inicio, fiel ao espírito associativo, altruísta, artístico e hospitaleiro, que dá vida a este evento e que não é mais do que a forma de estar e de sentir dos campomaiorenses. Como testemunho desse "espirito" campomaiorense veja-se extracto do artigo publicado no Correio Elvense, em dezanove de Setembro de 1896: «Em cada rua ou pequena travessa , em cada largo, os habitantes uniam os seus esforços, trabalhavam cada um d' elles como no cumprimento de um dever , não se destinguindo por condições de fortuna ou de classe, e animando-os apenas o desejo de fazerem algum trabalho novo e original e em todo o caso diverso do dos seus visinhos e mais digno do que o d'ellle de merecer applausos e louvores (...)» «(...) No interior , as casas tem também o seu ar de festa. A porta escancarada deixa ver bem o que ali se encontra. E é um prazer admirar o aceio, o escrupulosissimo esmero que preside aquela ornamentação tão simples. Os tijolos do chão rebrilham como novos. Nas paredes, as aleographias empileiraram-se ao lado das cantareiras, onde as baterias de estanho se mostram com um polido brilhante e por cima os tachos de cobre, de todas as dimensões, estabelecem uma fiada de ouro polido (...)» Amável contribuição da leitora Leonor Santos, Portugal



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