Evangelho segundo S. Mateus 23,13-22.
Naquele
tempo, disse Jesus: «Ai de vós, doutores da Lei e fariseus hipócritas, porque
fechais aos homens o Reino do Céu! Nem entrais vós nem deixais entrar os que o
querem fazer. Ai de vós, doutores da Lei e fariseus hipócritas, que devorais
as casas das viúvas, com o pretexto de prolongadas orações! Por isso, sereis
mais rigorosamente julgados. Ai de vós, doutores da Lei e fariseus
hipócritas, que percorreis o mar e a terra para fazer um prosélito e, depois de
o terdes seguro, fazeis dele um filho do inferno, duas vezes pior do que vós! Ai de vós, guias cegos, que dizeis: 'Se alguém jura pelo santuário, isso não
tem importância; mas, se jura pelo ouro do santuário, fica sujeito ao
juramento.’Insensatos e cegos! Que é o que vale mais? O ouro ou o
santuário, que tornou o ouro sagrado? Dizeis ainda: 'Se alguém jura pelo
altar, isso não tem importância; mas, se jura pela oferta que está sobre o
altar, fica sujeito ao juramento.’Cegos! Qual é o que vale mais? A oferta
ou o altar, que torna sagrada a oferta? Portanto, jurar pelo altar é o mesmo
que jurar por ele e por tudo o que está sobre ele; jurar pelo santuário é
jurar por ele e por aquele que nele habita;jurar pelo Céu é jurar pelo
trono de Deus e por aquele que nele está sentado.
Da Bíblia
Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Papa Francisco
Audiência geral de
02/10/2013 (trad. © copyright Libreria Editrice Vaticana, rev)
Cristo chama todos os homens à santidade
No «Credo», depois de professar: «Creio na
Igreja una», acrescentamos o adjectivo «santa»; isto é, afirmamos a santidade da
Igreja, uma característica presente desde o início na consciência dos primeiros
cristãos, que se chamavam simplesmente «santos» (cf Act 9,13.32.41; Rom 8,27;
1Cor 6,1), pois tinham a certeza de que é a obra de Deus, o Espírito Santo, que
santifica a Igreja.
Mas em que sentido é a Igreja santa, se vemos que a
Igreja histórica, no seu caminho ao longo dos séculos, enfrentou tantas
dificuldades, problemas, momentos obscuros? Como pode ser santa uma Igreja feita
de seres humanos, pecadores? Homens pecadores, mulheres pecadoras, sacerdotes
pecadores, religiosas pecadoras, bispos pecadores, cardeais pecadores, um Papa
pecador? Todos. Como pode ser santa uma Igreja assim?
Para responder a
esta pergunta, gostaria de me deixar guiar por um trecho da carta de São Paulo
aos cristãos de Éfeso. O Apóstolo, tendo como exemplo as relações familiares,
afirma que «Cristo amou a Igreja e Se entregou por ela, para a santificar»
(5,25-26). Cristo amou a Igreja, entregando-Se totalmente na cruz. E isto
significa que a Igreja é santa porque procede de Deus, que é santo, que lhe é
fiel e que não a abandona ao poder da morte e do mal (cf Mt 16,18). É santa
porque Jesus Cristo, o Santo de Deus (cf Mc 1,24), Se une a ela de modo
indissolúvel (cf Mt 28,20); é santa porque se deixa guiar pelo Espírito Santo,
que purifica, transforma e renova. Não é santa pelos nossos méritos, mas porque
Deus a torna santa, porque é fruto do Espírito Santo e dos seus dons. Não somos
nós que a santificamos. É Deus, o Espírito Santo que, no seu amor, santifica a
Igreja.
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