Evangelho segundo São Lucas 21,25-28.34-36.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas e, na Terra, angústia entre as nações, aterradas com o rugido e a agitação do mar.
Os homens morrerão de pavor, na expectativa do que vai suceder ao universo, pois as forças celestes serão abaladas.
Então hão de ver o Filho do homem vir numa nuvem, com grande poder e glória.
Quando estas coisas começarem a acontecer, erguei-vos e levantai a cabeça, porque a vossa libertação está próxima.
Tende cuidado convosco, não suceda que os vossos corações se tornem pesados pela intemperança, a embriaguez e as preocupações da vida, e esse dia não vos surpreenda subitamente
como uma armadilha, pois ele atingirá todos os que habitam a face da Terra.
Portanto, vigiai e orai em todo o tempo, para que possais livrar-vos de tudo o que vai acontecer e comparecer diante do Filho do homem».
Tradução litúrgica da Bíblia
(759-826)
Monge de Constantinopla
Catequese 83
Chamados ao Reino
Quando um rei deste mundo chama os homens à glória, ao sucesso, à riqueza, ao luxo e ao prazer, vemo-los correr para tudo isso com diligência, zelo e alegria. Pois quem nos chama é Deus, o Rei do universo – e não nos chama a esses bens vis e corruptíveis que mencionámos, mas ao Reino dos Céus, a uma luz que não conhece eclipse, a uma vida sem fim, a uma bem-aventurança inefável, à adoção filial e à herança dos bens eternos; com quanto mais zelo, alegria e ardor insaciável devemos, pois, correr, lutar e apressar-nos todos os dias e a todas as horas! Nem a tribulação, nem a angústia, nem a fome, nem a sede, nem o perigo nem, digamo-lo claramente, a espada, nem a morte (cf Rom 8,35.38), nada disto deve inspirar-nos receio ou fazer-nos recuar; pelo contrário, com coragem, vigor e fortaleza, sigamos a via ascética até ao fim, tudo suportando como leve e fácil em comparação com a expectativa (cf Rom 8,19) que nos é proposta e a nossa esperança de felicidade.
Fortalecei-vos, vós também, com o vigor da sua força (cf Ef 6,10), filhos mui desejados, e juntai às vossas lutas e provações anteriores as atuais e as futuras, tendo como alegria perfeita (cf Tg 1,2) o facto de terdes sido julgados dignos de sofrer tudo isto por Cristo, nosso Salvador (cf Fil 1,29). E tornai-vos imitadores dos seus sofrimentos; para aqueles que o compreendem, esta é a maior recompensa! Queremos reavivar o zelo de todos nós, despertando-nos, reerguendo-nos, renovando a nossa ânsia de completar os serviços que cabem a cada um de nós e de os cumprir sem negligência, em Cristo Jesus, nosso Senhor, a quem pertencem a glória e o poder, com o Pai e o Espírito Santo, agora e para sempre, pelos séculos dos séculos. Amém.
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