domingo, 1 de dezembro de 2024

Eloy de Noyon Bispo, Santo † 659

Bispo de Noyon (França). 
Morreu na Holanda. 
O seu corpo repousa na catedral da cidade
francesa, que já não é diocese.
Bispo, escultor, modelista, marceneiro e ourives, Elói ou Elígio foi um artista e religioso completo. Nasceu na cidade de Chaptelat, perto de Limoges, em 588, na França. Seus pais, de origem franco-italiana, eram modestos camponeses cristãos com princípios rígidos de honestidade e lealdade, transmitidos com eficiência ao filho. Com sabedoria e muito sacrifício, fizeram questão que ele estudasse, pois sua única herança seria uma profissão. Assim foi que, na juventude, Elói ingressou na escola de ourives de Limoges, a mais conceituada da Europa da época e respeitada ainda hoje. Ao se formar mestre da profissão, já era afamado pela competência, integridade e honestidade. Tinha alma de monge e de artista, fugia dos gastos com jogos e diversões. tudo dispendia com os pobres. Levava uma vida austera e de oração meditativa, ganhando o apelido de "o Monge". Conta-se que sua fama chegou à Corte e aos ouvidos do rei Clotário II, em Paris. Ele decidiu contratar Elói para fazer um trono de ouro e lhe deu a quantidade do metal que julgava ser suficiente. Mas, com aquela quantidade, Elói fez dois tronos e entregou ambos ao rei. Admirado com a honestidade do artista, ele o convidou para ser guardião e administrador do tesouro real. Assim, foi residir na Corte, em Paris. Elói assumiu o cargo e também o de mestre dos ourives do rei. E assim se manteve mesmo depois da morte do soberano. Quando o herdeiro real assumiu o trono, como Dagoberto II, quis manter Elói na corte como seu colaborador, pois lhe tinha grande estima. Logo o nomeou um de seus conselheiros e embaixador, devido à confiança em suas virtudes. Elói também realizou obras de arte importantes, como o túmulo de são Martinho de Tours, o mausoléu de são Dionísio em Paris, o cálice de Chelles e outros trabalhos artísticos de cunho religioso. Além disso, e acima de tudo, Elói era um homem religioso, não lhe faltou inspiração para grandes obras beneméritas e na arte de dedicar-se ao próximo, em especial aos pobres e abandonados. O dinheiro que recebia pelos trabalhos na Corte, usava-o todo para resgatar prisioneiros de guerra, fundar e reconstruir mosteiros masculinos e femininos, igrejas e para contribuir com outras tantas obras para o bem estar espiritual e material dos mais necessitados. Em 639, o rei Dagoberto II morreu. Elói, então, ingressou para a vida religiosa. Dois anos depois, era consagrado bispo de Noyon, na região de Flandres. Foi uma existência totalmente empenhada na campanha da evangelização e reevangelização, no norte da França, Holanda e Alemanha, onde se tornou um dos principais protagonistas e se revelou um grande e zeloso pastor a serviço da Igreja de Cristo. Durante os últimos dezenove anos de sua vida, Elói evitou o luxo e viveu na pobreza e na piedade. Foi um incansável exemplo de humildade, caridade e mortificação. A região de sua diocese estava entregue ao paganismo e à idolatria. Com as pregações de Elói e suas visitas a todas as paróquias, o povo foi se convertendo até que, um dia, todos estavam batizados. Morreu no dia 1o de dezembro de 660, na Holanda, durante uma missão evangelizadora. A história da sua vida e santidade se espalhou rapidamente por toda a França, Itália, Holanda e Alemanha, graças ao seu amigo bispo Aldoeno que escreveu sua biografia. A Igreja o canonizou e autorizou o seu culto, um dos mais antigos da cristandade. A festa de santo Elói ou Elígio, padroeiro dos joalheiros e ourives, ocorre na data de sua morte. Entretanto ele é celebrado também como padroeiro dos cuteleiros, ferreiros, ferramenteiros, celeiros, comerciantes de cavalos, carreteiros, cocheiros, garagistas e metalúrgicos. 
Ourives generoso 
Nascido por volta do ano 588, em Chaptelat, perto de Limoges, França, o “bom Santo Elígio” pertencia a uma nobre família de camponeses, que trabalhava na própria lavoura, ao contrário de tantos proprietários de terra, que a confiava aos escravos. Deixou a um de seus irmãos o trabalho no campo para entrar, como aprendiz, em uma ourivesaria, onde se cunhavam moedas reais, segundo antigos métodos romanos. Economizou parte da renda familiar para fazer a caridade aos pobres e escravos. Era muito hábil na esmaltagem e cinzelamento do ouro. Estas qualidades profissionais realizavam-se, passo a passo, com uma honestidade escrupulosa. Quando lhe propuseram fazer um trono de ouro para o rei Clotário II (613-629), ele fez dois, com o ouro que sobrou, para que não sobrasse nada para si. 
A serviço do Rei 
Este seu gesto, extraordinário na época, valeu-lhe a confiança do Rei, que lhe pediu para residir em Paris como ourives real, funcionário da Tesoureira real e conselheiro de Corte. Nomeado numismata em Marselha, resgatou muitos escravos que eram vendidos no porto. Quando o herdeiro Dagoberto subiu ao trono, em 629, Elígio foi convocado novamente a Paris para dirigir as ourivesarias do reino franco, onde eram cunhadas as moedas, em Paris, no Quai des Orfèvres, hoje, atual Rue de la Monnaie. Recebeu, entre outros cargos, o de decorar os túmulos de Santa Genoveva e São Denis. Realizou relicários para São Germano, São Severino, São Martinho e Santa Comba, e numerosos objetos litúrgicos para a nova abadia de São Denis. Graças à sua honestidade, franqueza sem adulações e capacidade de dar juízos pacíficos obteve a confiança do Rei, que lhe mandava frequentemente chamar, a ponto de confiar-lhe uma missão de paz junto ao rei bretão, Judicaël. 
Bispo de Noyon 
Eram grandes a piedade e a vida de oração deste leigo que, frequentemente, participava dos ofícios monacais. No ano 632, Elígio fundou o mosteiro de Solignac, ao sul de Limoges. Enquanto era vivo, o mosteiro já contava mais de 150 monges, que respeitavam as duas Regras de São Bento e de São Columba. O mosteiro estava sob a jurisdição do Rei e não sob a autoridade do Bispo. O fervor religioso e o ardor no trabalho fizeram do mosteiro um dos mais prósperos do tempo. Após um ano da fundação daquele de Solignac, Elígio fundou, na sua casa na Ile de la Cité, o primeiro mosteiro feminino de Paris, cuja direção foi confiada a Santa Áurea. Um ano depois da morte de Dagoberto, que havia assistido até os últimos momentos da sua vida, Elígio deixou a Corte, junto com Santo Audoeno de Ruão, que tinha o cargo de Conselheiro e Chanceler. Este também entrou para o Seminário e foi ordenado sacerdote. No mesmo dia, 13 de maio de 641, recebe o Episcopado: Audoeno foi Bispo de Ruão e Elígio Bispo de Noyon e Tournai. Elígio colocou todo seu zelo na missão apostólica. Faleceu em 660, às vésperas de partir para Cahors. A santa rainha Batilde tinha apenas iniciado a sua viagem para ir saudá-lo, mas chegou tarde demais. 
Uma “igreja de Santo Elígio”, em Paris 
Em Paris, no bairro de ferreiros, ferramenteiros e marceneiros, foi dedicada uma igreja a Santo Egídio, reconstruída em 1967. Outra igreja, destruída em 1793, foi-lhe dedicada na Rue des Orfèvres, perto do “Hotel de la Monnaie” (Casa da Moeda). Na catedral de Notre-Dame, na capela de Santa Ana – outrora sede da sua confraternidade – os ourives e joalheiros de Paris restauraram o altar e colocaram a sua estátua.

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