sexta-feira, 19 de julho de 2024

REFLETINDO A PALAVRA - “Para vós nascerá o sol da justiça”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA(+)
REDENTORISTA NA PAZ DO SENHOR
Não ficará pedra sobre pedra
 
Na liturgia de hoje, já próxima do final do Ano Litúrgico, temos a reflexão sobre o fim dos tempos. Quando chega o fim de um século ou de um milênio, alguns marcam o dia do fim do mundo (O que nem Jesus sabia quando seria). Naquele tempo também havia essa preocupação. Em suas conversas com Jesus, os discípulos falaram da beleza do templo. Ele respondeu: “Virão tempos em que não ficará pedra sobre pedra. Tudo será destruído” (Lc 21,6). Perguntaram: “Quando acontecerá isso e quais serão os sinais?” Os judeus faziam essas perguntas, pois os tempos messiânicos viriam com sinais grandiosos. Jesus respondeu com a linguagem apocalíptica que apresenta símbolos e não faz descrição. Sempre quando acontecem catástrofes já se pensa que é o fim. Guerra, terremotos e outros males sempre aconteceram. Lembramos os males das guerras mundiais, a bomba atômica em Hiroshima, os campos de concentração, a migração dos povos que passam por sofrimentos de guerra ou miséria. E o fim não veio. Jesus preveniu seus discípulos e ensinou que não deveriam deixar se enganar por aqueles que dizem que vêm em seu nome. Em segundo lugar ensinou a não ter medo nem ficar apavorado: “Não perdereis um só fio de cabelo de vossa cabeça” (Lc 21,18). Em terceiro lugar disse que, antes que isso acontecesse, seriam perseguidos e presos por causa de Seu nome, isto é, por serem seus discípulos. Vamos passar pelo que ele passou. Ensinou que devíamos tomar a cruz e seguí-Lo (Mc 8,34). O profeta Malaquias disse que o dia do Senhor iria queimar todos os males (Ml 3.19). A nós compete entender que vamos ao encontro do fim, mas não para uma destruição, pois para os que creem em Cristo, não há destruição.
Todos vos odiarão 
Ainda hoje, como sempre, existe perseguição dos fiéis em países muçulmanos, regiões hinduístas e em tantos países ditos de primeiro mundo que falam de liberdade, mas oprimem os que têm fé. Jesus diz que não se preocupassem, pois não perderão a fé nem a Deus. Preveniu: “Todos vos odiarão por causa do meu nome”. O ódio é contra Jesus e, por isso, atinge seus seguidores. É o dragão que quer devorar o filho da mulher. Não podendo destruir o Filho, vai sobre a mulher, que representa a Igreja (Ap 12,1-6). Por que tanto ódio contra os seguidores de Jesus? Porque a fé exige conversão e mudança de vida. Sua palavra destrói as bases do mal: riqueza, poder, orgulho. São as mesmas tentações pelas quais passou Jesus e passamos nós. Ele venceu e nele vencemos. 
Esperar ocupados 
São Paulo dá a regra do bem viver na comunidade: “Quem não quer trabalhar, também não deve comer”. Paulo diz assim porque alguns, vendo que o fim estava próximo, não assumiam e viviam “muito ocupados em nada fazer”. Ensina que esperar significa cumprir o dever e fazer o bem: “Não temos vivido entre vós na ociosidade... trabalhamos com esforço e cansaço... para não sermos cansados a ninguém”. (1Ts 3,10-11). Felicidade está em servir de todo coração (oração). Pedimos que a Eucaristia nos faça crescer na caridade (Pós-comunhão). Ouvimos as palavras do profeta Malaquias: “Para vós que temeis o meu nome, nascerá o sol da justiça, trazendo a salvação em suas asas” (Ml 3,20ª). A profecia sobre o fim dos tempos não nos apavore, mas anime: “É permanecendo firmes que ireis ganhar a vida” (Lc 21,19). Paulo ensina que o que “vale é a fé que age pela caridade” (Gl 5,6). 
Leituras: Malaquias 3,19-20;Salmo 97; 
2 Tessalonicenses 3,7-12; Lucas 21,5-19 
1. No final do Ano Litúrgico refletimos sobre o fim dos tempos. Era também preocupação dos judeus, tanto que os discípulos perguntaram a Jesus pelo tempo e pelos sinais. Respondeu na linguagem apocalíptica. No mundo sempre Haverá catástrofes. Diz aos discípulos de não deixarem se enganar, não ter medo e que serão perseguidos por causa de seu nome. Aos que creem não haverá destruição. 
2. O ódio e a perseguição aos cristãos são constantes. Persegue-se por causa de Jesus. O ódio é contra Jesus. Por isso o dragão ataca a mulher, a Igreja e querem pegar seus filhos. O evangelho destrói as bases do mal do poder, da riqueza e do orgulho. Ele venceu e nós vencemos Nele. 
3. A espera do fim deve ser no cumprimento do dever e na caridade que serve o irmão. Permanecendo firmes, ganhamos a vida. 
Nada de moleza! 
Após a morte e ressurreição de Jesus, seguindo algumas de suas palavras, acreditavam que o fim do mundo seria logo. Alguns, seguindo esta idéia ficavam na fatiota. Por isso não assumiam compromisso com nada. Paulo nos aconselha a viver o tempo presente cumprindo nossas obrigações, sem nos deixarmos preocupar se o mundo vai acabar agora ou não. Ele mesmo fazia assim. Havia no tempo de Jesus um modo de falar do fim do mundo com grandes cataclismos, destruições, guerras, perseguições e ódio da fé. Jesus ensina permanecer firmes e assim teremos a vida. Os terríveis desastres sempre existiram, guerras estão aí todos os dias; perseguição sempre houve. E não acabou o mundo. Quem fala que o mundo vai acabar está vivendo de fantasia e atrapalha os fracos. Calma e fé fazem bem e não deixam a moleza dominar. 
Homilia do 33º Domingo Comum (17.11.2013)

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