segunda-feira, 28 de outubro de 2024

REFLETINDO A PALAVRA - “O zelo por sua casa me devora”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA(+)
REDENTORISTA NA PAZ DO SENHOR
Basílica de S. João de Latrão
 
Nos primeiros séculos do cristianismo não havia igrejas para as celebrações. Os cristãos se reuniam pelas casas chamadas domus ecclesiae, isto é, casas da comunidade. Papa, bispos, sacerdotes e celebrações eram simples e diferentes. No ano 313 o imperador Constantino permitiu a religião cristã no império romano. Então se construíram as basílicas para as reuniões do povo e as celebrações. A primeira basílica foi a de S. João de Latrão. O nome Latrão vem de Laterani, nome da família que tinha casa naquele local. Sua casa foi destruída por Nero no ano 60. Ali foi construindo um palácio em 161. Constantino o deu ao Papa Melquíades. A dedicação da Basílica foi presidida pelo Papa Silvestre I no ano 324, dedicada ao Divino Salvador, mais tarde a S. João Batista. Celebrar a dedicação – consagração de uma Igreja, mais que celebrar a lembranças de uma data de um prédio, é celebrar o nascimento de uma comunidade. Esta basílica é chamada de mãe de todas as igrejas da terra. É a primeira igreja a ser construída. Entramos numa fase nova do cristianismo que passa a ter templos. Modifica-se muito o estilo de Igreja e perde-se bastante do ensinamento: “adorar a Deus em Espírito e Verdade”. Mas, mesmo com os belos templos de tijolo ou os pobrezinhos de adobe e capim que usei nas aldeias da Angola, o fundamental não pode ser perdido: adorar em espírito e verdade (Jo 3,24). 
Purificando o templo. 
A cena de Jesus purificando o templo é assustadora. Até os humildes foram tocados, mas com menos força. Ele amava o templo, coração da fé do povo. Tinha zelo pela casa do Pai, com diz a Escritura: “O zelo por tua casa me consumirá” (Sl 69,10). O povo era explorado no templo que se transformou em uma casa de comércio onde se vendiam os animais para os sacrifícios e trocavam as moedas pela moeda do templo. Esta era pura para ser usada, mas também explorada. Jesus faz uma profecia sobre o templo que vai ser destruído e Ele, Messias de Deus, será o novo templo. Nele encontramos Deus. Na Ressurreição Jesus toma o lugar deixando fora todas as outras mediações para o encontro com Deus. As comunidades, simbolizadas pelas igrejas, têm que ser sempre purificadas de todos os males que prejudicam o povo e o relacionamento com Deus. O culto deve ser de doação, de disponibilidade e de serviço humilde, como é o Corpo de Cristo Ressuscitado. 
Nascente das águas 
A leitura de Ezequiel nos mostra a água que nasce do templo e aumenta purificando, dando fertilidade e vida. Representa a presença do Senhor no meio do povo. Jesus é a água viva. De seu peito aberto pela lança sai a água e o sangue. Mata nossa sede de Deus e nos alimenta com seu sangue que é vida. A celebração da benção e dedicação da primeira igreja da cristandade leva-nos a fazer memória de nossas comunidades e das pessoas que foram nossos pais na fé. Anima-nos a purificar nossas comunidades e celebrações de tudo o que é impuro, como a falta de amor, a ganância de dinheiro e poder e a exploração do povo. Elas devem ser sinal da Ressurreição. É tempo de purificação. 
Leituras: Ezequiel 47,1-2.8-9.12; Salmo 45; 
1Coríntios 33,9c-11.16-17. João 2,13-22. 
1. A basílica de Latrão é a primeira da cristandade construída em 324 após a liberdade para a prática da fé cristã, dada por Constantino em 313. Lembra a comunidade cristã que ali freqüentava. A construção de igrejas corre o arrisco de perder o sentido do culto em espírito e verdade. 
2. Jesus purifica o templo que se transformara em casa de comércio. Jesus profetiza que o templo será construído e Ele será o novo templo, lugar do encontro com Deus. Sem outras mediações. 
3. A água que nasce sob o templo representa a presença do Senhor no meio do povo. Seu lado aberto jorra sangue e água para matar a fome e a sede de Deus. Anima a purificar nossas comunidades e celebrações de tudo que é impuro, como falta de amor, ganância de dinheiro e de poder. As comunidades devem ser sinal da Ressurreição. 
Lavagem da Igreja 
Celebramos a inauguração da primeira igreja da Igreja. Trezentos anos vivendo na perseguição, agora chegou a liberta, com lucros e prejuízos. É a catedral de Roma, do Papa. No evangelho lemos o texto da expulsão dos vendedores que usavam o lugar sagrado para seus negócios. Jesus expulsou todos. Foi uma confusão. Conhecemos na tradição a lavagem de algumas igrejas, como da Igreja do Bonfim, na Bahia. Somos chamados a fazer outra lavagem: tirar as sujeiras que o tempo acumulou sobre a Igreja de Cristo como a luta pelo poder, a ganância por dinheiro, a exploração do povo e outros vícios. Muitos usam a Igreja e ainda saem xingando sem dar sua contribuição. São entulho também. É participando que purificamos a Igreja. Hoje, a Congregação Redentorista, uma parcela da Igreja, completa 282 anos de fundação. Também ela precisa de uma lavagem. Isso fará quando renovar sua entrega a Cristo através da dedicação aos necessitados. Sem isso, água nela! 
Homilia para a Dedicação da 
Basílica São João de Latrão (09.11.2014)

EVANGELHO DO DIA 28 DE OUTUBRO

Evangelho segundo São Lucas 6,12-19. 
Naqueles dias, Jesus subiu ao monte para rezar e passou a noite em oração a Deus. Quando amanheceu, chamou os discípulos e escolheu doze entre eles, a quem deu o nome de apóstolos: Simão, a quem deu também o nome de Pedro, e seu irmão André; Tiago e João; Filipe e Bartolomeu, Mateus e Tomé; Tiago, filho de Alfeu, e Simão, chamado o Zelota; Judas, irmão de Tiago, e Judas Iscariotes, que veio a ser o traidor. Depois, desceu com eles do monte e deteve-Se num sítio plano, com numerosos discípulos e uma grande multidão de pessoas de toda a Judeia, de Jerusalém e do litoral de Tiro e de Sidónia. Tinham vindo para ouvir Jesus e serem curados das suas doenças. Os que eram atormentados por espíritos impuros também ficavam curados. Toda a multidão procurava tocar Jesus, porque saía dele uma força que a todos sarava. 
Tradução litúrgica da Bíblia 
Concílio Vaticano II 
Constituição dogmática sobre a Igreja
 «Lumen gentium», §§ 24-25 
Uma grande multidão de pessoas de toda a Judeia, de Jerusalém e do litoral de Tiro e de Sidónia. Tinham vindo para ouvir Jesus Os bispos, enquanto sucessores dos apóstolos, recebem do Senhor, a quem foi dado todo o poder no céu e na terra, a missão de ensinar todos os povos e de pregar o Evangelho a toda a criatura, para que todos os homens se salvem pela fé, pelo batismo e pelo cumprimento dos mandamentos (cf Mt 28,18; Mc 16,15-16; At 26,17ss). Para realizar esta missão, Cristo Nosso Senhor prometeu o Espírito Santo aos apóstolos e enviou-O do Céu no dia de Pentecostes para que, com o seu poder, eles fossem testemunhas perante as nações, os povos e os reis, até aos confins da terra (cf At 1,8; 2,1ss; 9,15). Este encargo que o Senhor confiou aos pastores do seu povo é um verdadeiro serviço, significativamente chamado «diaconia» ou ministério. Entre os principais encargos dos bispos ocupa lugar preeminente a pregação do Evangelho; com efeito, os bispos são os arautos da fé que para Deus conduzem novos discípulos. Dotados da autoridade de Cristo, são doutores autênticos, que pregam ao povo a eles confiado a fé que se deve crer e aplicar na vida prática; ilustrando-a sob a luz do Espírito Santo e tirando do tesouro da Revelação coisas novas e antigas (cf Mt 13,52), fazem-no frutificar e solicitamente afastam os erros que ameaçam o seu rebanho (cf 2Tim 4,1-4). Ensinando em comunhão com o Romano Pontífice, devem por todos ser venerados como testemunhas da verdade divina e católica. E os fiéis devem conformar-se ao parecer que o seu bispo emite em nome de Cristo sobre matéria de fé ou costumes, aderindo a ele com religioso acatamento.

São Judas Tadeu Apóstolo - Festa: 28 de outubro

O santo que hoje é celebrado juntamente com Simão “o Cananeu”, embora pertencente ao grupo dos 12 apóstolos, não deve ser confundido com o apóstolo homónimo que traiu Jesus, o Iscariotes. Na verdade, trata-se de Judas, irmão de Tiago, conhecido como Tadeu, que significa “magnânimo”. Um nome bem conhecido na tradição judaica é o de Judá: teria pertencido, de fato, a um dos filhos de Jacó e a linhagem do próprio Messias teria surgido da tribo de Judá. Além disso, no século II aC, Judas Macabeu foi um herói da revolta judaica contra Antíoco IV. Segundo a história do evangelista João no capítulo 14, durante a última ceia, Judas Tadeu pergunta a Jesus: “Senhor, como é que deves revelar-te a nós e não ao mundo?”. «Se alguém me ama, guardará a minha palavra e meu Pai o amará e viremos para ele e faremos nele morada», é a resposta de Jesus. Depois da Ascensão, Judas Tadeu, segundo a tradição, também foi até ele. levar a mensagem de Cristo ao mundo. Segundo alguns, ele evangelizou a Mesopotâmia; segundo outros, a Líbia. Talvez ele também tenha morrido mártir e teria sido enterrado na Pérsia. (Futuro) Patrono: Casos desesperados 
Etimologia: Judas = zelote de Deus, louvado, do hebraico
Emblema: Barco, Cajado, Lança 
Martirológio Romano: Festa dos Santos Simão e Judas, Apóstolos: o primeiro foi apelidado de Cananeu ou “Zelota”, e o outro, também chamado Tadeu, filho de Tiago, na Última Ceia questionou o Senhor sobre sua manifestação e ele respondeu: “Se Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará, e viremos para ele e faremos nele morada”.

São Simão Apóstolo Festa: 28 de outubro

(*)Caná da Galiléia 
(+)Pella (Armênia) ou Suanir (Pérsia), 107 
Simão, apelidado de Zelote por Lucas, talvez por ter lutado no grupo anti-romano dos Zelotas, é chamado de cananeu por Mateus e Marcos (Mt 10, 4; Mc 3,18). Segundo a tradição, ele sofreu um martírio particularmente sangrento. Seu corpo foi cortado em pedaços com uma serra. Por isso é representado com esta ferramenta e é o padroeiro dos lenhadores e lenhadores. 
Patrono: Pescadores 
Etimologia: Simão = Deus ouviu, do hebraico 
Emblema: Barco 
Martirológio Romano: Festa dos Santos Simão e Judas, Apóstolos: o primeiro foi apelidado de Cananeu ou “Zelota”, e o outro, também chamado Tadeu, filho de Tiago, na Última Ceia questionou o Senhor sobre sua manifestação e ele respondeu: “Se Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará, e viremos para ele e faremos nele morada”.

28 de outubro - Beata Maria Assunção Gonzalez Trujillano

Nasceu em El Barco de Ávila no dia 19 de junho de 1881, filha de Anacleto González e Maria do Rosário Trujillano, que lhe deram o nome de Juliana. Ela foi crismada na sua paróquia natal em 18 de junho de 1885. Quinze anos depois, em 1900, instalou-se na freguesia de El Barco de Ávila uma comunidade das Terciarias Franciscanas da Divina Pastora, fundada em 1805 por Madre Maria Ana Mogas Fontcuberta, agora conhecida como Franciscanas Missionárias da Mãe do Divino Pastor. Elas trabalhavam numa escola para a educação de crianças e jovens, dando especial atenção aos mais necessitados. Juliana logo se identificou com elas e sentiu-se chamada a seguir o seu estilo de vida. Em 18 de fevereiro de 1903, entrou para o noviciado e mudou seu nome para Irmã Maria Assunção. Fez seus votos em 1905, na Casa Generalícia de Madrid, onde tinha completado o noviciado, mas professou os votos perpétuos na Casa de La Coruña, em 1910. Juntamente com uma coirmã, Irmã Assunção fundou uma escola em Arenas de San Pedro, onde permaneceu por três anos. Como professora de economia doméstica ensinava às meninas corte e costura. Novamente na Casa Mãe, ela ocupou o cargo de sacristã, distinguindo-se pela precisão no dever, espírito de sacrifício e uma crescente intimidade com Nosso Senhor.

Santa Cirila de Roma Virgem e Mártir Festa: 28 de outubro

O nome Cirilo pertence a um grupo de derivados do nome Ciro: Ciriaco, Ciriano, Cirino e Cirillo. E o nome de Ciro, de origem persa, ao que parece, seria o correspondente do grego Kyros, que significa “comando” e Kyrios, que significa “senhor”. Não foi à toa que foi o nome preferido pelos governantes persas, e todos se lembrarão que Ciro, fundador de um dos maiores impérios orientais e que devolveu aos israelitas a liberdade perdida durante a chamada “escravidão da Babilônia” . "Mortal", estava escrito em seu túmulo, "eu sou Ciro, que garantiu o domínio aos persas e governou a Ásia; não inveje o túmulo de mim." De seu nome, certamente invejado, surgiram os que listamos, entre os quais Cirillo é um diminutivo, que pareceria mais adequado para uma mulher do que para um homem. Na verdade, o nome de Cirilla era muito difundido na antiguidade e carregado com graça feminina. A de Cirilo foi ilustrada por homens de grande estatura intelectual e moral, e noutros lugares tivemos a oportunidade de falar de dois Santos, verdadeiros luminares da Igreja Oriental. O primeiro, São Cirilo de Alexandria, foi o adversário de Nestório, e foi chamado de “o defensor invicto da maternidade divina da Virgem”.

Simão e Judas Apóstolos, Mártires Século I

Simão e Judas aparecem juntos nas diversas listas dos "doze". Na lista dos doze, Simão vem no undécimo lugar em Marcos e Mateus e no décimo em Lucas; Judas no undécimo em Lucas e no décimo em Marcos e Mateus. Dão a este o cognome de Tadeu. O lugar no fim da lista leva a pensar nos trabalhadores contratados às cinco horas da tarde. (Mt 20,6). "São estes os nomes dos doze apóstolos: primeiro, Simão, também chamado Pedro, e André, seu irmão; Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão; Filipe e Bartolomeu; Tomé e Mateus, o publicano; Tiago, o filho de Alfeu, e Tadeu; Simão, o Zelota, e Judas Iscariotes, aquele que o traiu ..." (Mateus 10,1ss.). A respeito de Simão, apenas sabemos que era originário de Caná e era chamado Zelota. Certamente Simão teria pertencido ao partido radical e nacionalista dos zelotas, opositores intransigentes do domínio romano na Palestina.

São Malchion (+ 270), presbítero em Antioquia.

Málquio ou Malquion, um Padre da Igreja e um presbítero de Antioquia durante os reinados dos imperadores Cláudio II e Aureliano, era um bem-conhecido retórico, notável por sua participação fundamental na deposição em 272 dC do bispo herético de Antioquia, Paulo de Samósata. 
Vida e obras 
Ele conhecia bem e frequentemente citava autores pagãos[1] e foi presidente da faculdade de retórica enquanto presbítero de Antioquia.[2] Ele forçou Paulo a revelar suas crenças e escreveu uma carta chamando de herético e criminoso para os bispos de Roma e Alexandria. São Jerônimo, um Doutor da Igreja, dedicou o capítulo 71 de sua obra biográfica De Viris Illustribus (Sobre Homens Ilustres) à Málquio.[3] 
Referências 
1-Jerónimo de Estridão. Letter 70. To Magnus an Orator of Rome § 4 (em inglês). [S.l.: s.n.] 
2-Eusébio de Cesareia. «29». História Eclesiástica. Paul, having been refuted by Malchion, a Presbyter from the Sophists, was excommunicated. (em inglês). VII. [S.l.: s.n.] 
3-"De Viris Illustribus - Malchion the presbyter", em inglês.

28 DE OUTUBRO: FESTA DA PROTEÇÃO DA SANTÍSSIMA THEOTOKOS (MÃE DE DEUS)

A festa do Santo Manto Protetor da Theotokos foi instituída para recordar a visão que Santo André teve, da Mãe de Deus que, durante o cerco dos inimigos de Constantinopla, no século X, cobria com seu homoforion (longo manto ou véu) os cristãos na igreja de Vlaherna. Por volta das quatro horas da manhã, o beato vislumbrou uma majestosa mulher que vinha das portas reais da Igreja apoiada por São João Batista e São João, o Teólogo, precedida e seguida por uma multidão de santos que entoavam hinos e cânticos religiosos. Santo André aproximou-se de seu discípulo Epifânio e perguntou-lhe se ele podia reconhecer a rainha do mundo. Este lhe respondeu: “Sim, eu a vejo”. E enquanto a contemplavam, ela de joelhos rezava diante do ambão, permanecendo assim durante muito tempo. Depois, aproximando-se do altar, ela rezou pelo povo ortodoxo. No final das orações, ela descobriu sua cabeça, e retirando o seu manto o estendeu sobre todo o povo presente. A cidade foi salva. Santo André era de origem eslava, cujo povo devota um profundo respeito à Festa do Santo Manto Protetor da Virgem, e são muitas as igrejas eslavas que a honram com o seu nome.
SINAXE(Congregação de fiéis) 
– Suplemento Litúrgico para esta festa  
Tradução e publicação neste site com permissão de 
Trad.: Pe. André

ORAÇÕES - 28 DE OUTUBRO

Oração da manhã para todos os dias 
Senhor meu Deus, mais um dia está começando. Agradeço a vida que se renova para mim, os trabalhos que me esperam, as alegrias e também os pequenos dissabores que nunca faltam. Que tudo quanto viverei hoje sirva para me aproximar de vós e dos que estão ao meu redor. Creio em vós, Senhor. Eu vos amo e tudo espero de vossa bondade. Fazei de mim uma bênção para todos que eu encontrar. Amém. 
As reflexões seguintes supõem que você antes leu o texto evangélico indicado.
28 – Segunda-feira – S. Simão e S. Judas Tadeu
Evangelho (Lc 6,12-19) “Naqueles dias, Jesus foi à montanha para rezar. E passou a noite toda emoração a Deus.”
Jesus procurou o alto de um monte, um local favorável para a oração. Para pensar em Deus e falar com ele, olhar para a vida e tomar decisões, para isso ajuda um pouco de silêncio e tranquilidade. Sei disso, mas teimo e quero fazer oração sem perder tempo, dividido entre dois mundos.Acho que devo levar a oração mais a sério, reservar-lhe tempo, e desligar-me um pouco do tumulto ao redor.
Oração
Senhor Jesus, preciso que me ensineis a orar como fizestes com vossos discípulos; somente vós o podeis fazer. Dai-me a graça da oração; sem vosso favor  não posso orar. Iluminai-me e ajudai-me a adorar o Pai, e reconhecer que dele dependo em tudo.Abri meu coração para pedir seu amor e confiar-me em suas mãos.Ajudai-me a pedirsempre seu socorro em minha necessidade. Amém.

domingo, 27 de outubro de 2024

Gonçalo de Lagos religioso agostinho, sacerdote, beato c. 1370-1422

Nasceu em Lagos, no Algarve, um pouco depois de 1370. Tomou o hábito de Santo Agostinho no convento da Graça, em Lisboa, onde vinha pôr mais a salvo os seus vinte anos de virtude e pureza, quase de anjo, e já vitoriosa de repetidos assaltos. Cerca de 1380 abraçou a vida religiosa. Dedicou-se à pregação em correrias apostólicas e, com o mesmo zelo a manter a observância regular, quando superior dalguns mosteiros da sua Ordem. Entre 1394 e 1396 Frei Gonçalo teria sido Prior do Convento de S. Lourenço, na Lourinhã. Em Maio de 1404 Frei Gonçalo de Lagos era prior do Convento de Nossa Senhora da Graça de Lisboa. Testemunha-o um documento, aliás único, contemporâneo de Gonçalo, do cartório daquele convento. Para além deste documento, as escassas informações que possuímos acerca de Frei Gonçalo de Lagos, resultam das diversas representações biográficas, legadas e repetidas pelas diversas hagiografias e crónicas, redigidas entre os séculos XVI e XVIII. Não sabemos, porém, desde quando se encontrava no exercício da função. Em 1408 inicia um priorado no convento dos agostinhos de Santarém e, a partir de 1412, o priorado do convento de Nossa Senhora da Graça de Torres Vedras, cargo que ocupará até à sua morte, fixada em 15 de Outubro de 1422. Ali ficou o seu jazigo, tomando-o a vila de Torres Vedras por seu padroeiro., depois de beatificado por Pio VI, em 1798. Mas, em Portugal, é-lhe atribuído o culto de santo.

REFLETINDO A PALAVRA - “Crer é também se envolver”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA(+)
REDENTORISTA NA PAZ DO SENHOR
Tomando iniciativas
 
Papa Francisco, em sua exortação Alegria do Evangelho nº 24, criou a palavra “primeireiam”. Este termo significa a capacidade de tomar iniciativas. Podemos dizer: os discípulos procuram chegar primeiro. O termo é novo, mas a realidade é velha, mais ainda, Divina, pois Deus sempre chega primeiro, como nos explica S. João: “Nisto consiste o amor: “Não fomos nós que amamos a Deus, mas foi Ele quem os amou e enviou seu Filho” (1Jo 4,10). Paulo diz na carta aos Romanos: “Deus demonstra seu amor para conosco pelo fato de Cristo ter morrido por nós quando ainda éramos pecadores” (Rm 5,8). Em nossa formação espiritual insistiu-se em buscar Deus, como se tudo dependesse de nós. Sabemos que já o desejo de buscar Deus, já é provocado por Ele. A comunidade que sente esse a amor de Deus que chegou primeiro, “sabe tomar iniciativas sem medo, ir ao encontro, procurar os afastados e convidar os excluídos” (EG 24). Porque recebeu a misericórdia de Deus, a comunidade quer oferecer esta misericórdia. Nós vivemos uma espiritualidade egoísta que pensa só em receber de Deus e não pensa em sair de si. A moleza dos bons aumenta a desgraça dos fracos. Se cada cristão levasse a outro esse amor, mesmo que fosse um só, o mundo já teria mudado. A fé tem que sair da sacristia e do grupinho dos ineficientes “piedosos” e envolver-se com as situações de miséria e sofrimento. Referindo-se a seu gesto de lavar os pés dos apóstolos Jesus manda que O imitemos suas atitudes: “Sereis felizes se o puserdes em prática” (Jo 13,17). Tomar iniciativas é envolver-se na vida diária com obras e gestos. Cristo envolveu-se totalmente e tocou a vida das pessoas com sua humildade. Envolver-se para servir, não para imiscuir-se. 
Acompanhar pelo caminho 
Envolver-se supõe acompanhar. Papa Francisco continua: “Em seguida, a comunidade evangelizado dispõe-se a ‘acompanhar’. Acompanha a humanidade em todos os seus processos, por mais duros e demorados que sejam”. Todos os fiéis devem também envolver-se e tocar o Cristo na carne sofrida do povo. Por isso é preciso estar presente na caminhada. É necessário paciência e suportar, como Jesus disse no evangelho: Deixar crescer o joio no meio do trigo. Trata-se de entregar a vida. Foi este o caminho de tantos que acreditaram na força do Evangelho. Os frutos virão. Quem sabe não vamos ver nem a planta crescer. Outros colherão onde plantamos. Muitos foram mártires porque estiveram presentes. Durante a guerra civil da Angola, muitos missionários fugiram. Os que não quiseram fugir e ficaram acompanhando o povo em seu sofrimento, são muito respeitados e amados pelo povo. 
Cheiro de ovelha 
O envolvimento com o povo em sua situação nos dará, como diz o Papa, o cheiro das ovelhas. Nem sempre são perfumadas. Este vai além. Vai exigir muito desprendimento para passar a viver como o povo vive, falar sua língua, viver seus costumes, comer como comem, alegrar-se como se alegram. O povo é festivo e feliz. Quanto mais nos aproximamos, mais compreendem nossa missão. Esse modo de evangelizar é o que dá consistência à liturgia celebrada na festa do povo. Quando não entendemos o que o padre diz na homilia, é porque não fala nossa língua, isto é, não vive conosco. Estando acostumados com sua presença, entendemos o que diz no altar.
ARTIGO PUBLICADO EM OUTUBRO DE 2014

EVANGELHO DO DIA 27 DE OUTUBRO

Evangelho segundo São Marcos 10,46-52. 
Naquele tempo, quando Jesus ia a sair de Jericó com os discípulos e uma grande multidão, estava um cego, chamado Bartimeu, filho de Timeu, a pedir esmola à beira do caminho. Ao ouvir dizer que era Jesus de Nazaré que passava, começou a gritar: «Jesus, Filho de David, tem piedade de mim». Muitos repreendiam-no para que se calasse. Mas ele gritava cada vez mais: «Filho de David, tem piedade de mim». Jesus parou e disse: «Chamai-o». Chamaram então o cego e disseram-lhe: «Coragem! Levanta-te, que Ele está a chamar-te». O cego atirou fora a capa, deu um salto e foi ter com Jesus. Jesus perguntou-lhe: «Que queres que Eu te faça?». O cego respondeu-Lhe: «Mestre, que eu veja». Jesus disse-lhe: «Vai: a tua fé te salvou». Logo ele recuperou a vista e seguiu Jesus pelo caminho. 
Tradução litúrgica da Bíblia 
Santa Gertrudes de Helfta 
(1256-1301) 
Monja beneditina 
Exercícios VI, SC 127 
«Mestre, que eu veja» 
Em Ti, ó Deus vivo, o meu coração e a minha carne estremeceram, e a minha alma se alegrou em Ti, minha salvação verdadeira (cf Sl 83,3). Quando Te verão os meus olhos, Deus dos deuses, Deus meu? Deus do meu coração, quando me alegrarás com a visão da doçura da tua face? Quando preencherás o desejo da minha alma com a manifestação da tua glória? Meu Deus, Tu és a minha herança, escolhida entre todos, a minha força e a minha glória! Quando entrarei no teu poder para ver a tua força e a tua glória? Quando então, em vez do espírito de tristeza, me revestirás do manto do louvor (cf Is 61,10), para que, unida aos anjos, todos os meus membros Te ofereçam um sacrifício de aclamação (cf Sl 26,6)? Deus da minha vida, quando entrarei no tabernáculo da tua glória, a fim de cantar em presença de todos os santos e proclamar de alma e coração que as tuas misericórdias por mim foram magníficas (cf Sl 70,16)? Quando se quebrará o fio desta morte, para que a minha alma possa ver-Te sem intermediários (cf Gn 19,19)? [...] Quem se saciará à vista da tua claridade? Como poderá o olho bastar para ver e o ouvido para ouvir na admiração da glória da tua face?

Santa Balsâmia

A qualificação que Santa Balsâmia trouxe com ela ao calendário é a de ama de leite. A prática da amamentação pela ama de leite é hoje menos comum, justamente por ser objeto de críticas de caráter médico, de higiene e até mesmo psicológico. Mas houve um tempo em que era uma instituição de grande importância do ponto de vista social, enquanto numa plano de vida familiar era a resposta inevitável para os hábitos das esposas dos dias passados. A delicadeza das funções de uma ama de leite, que era algo mais do que uma máquina de amamentar, explica a propagação do culto das santas amas de leite e especialmente a popularidade de Santa Balsâmia, muito viva nos séculos da Idade Média. A figura desta santa é muito pitoresca, mas também bastante nebulosa. Na França, na Diocese de Reims, ela é homenageada como a ama de leite de São Remígio, bispo daquela cidade. Reflete sobre ela a glória de um filho de leite de excepcional importância, porque São Remígio foi quem levou à conversão a Rainha Clotilde, depois ao seu marido Clovis, com todos os seus cavaleiros francos. Com a conversão de Clóvis, por parte de São Remígio, começou a história cristã da França, “a filha primogênita da Igreja", e nesta história, naquela prole, mesmo o leite de Santa Balsâmia parecia ter algum peso. Já dissemos que São Remígio é considerado pelos franceses quase como um segundo João Batista, profeta e precursor do Verbo cristão na França. Diz-se que também ele foi abençoado no ventre da mãe, Santa Celina, que corresponderia então a Santa Isabel, mãe de João Batista.

Frumêncio da Etiópia Bispo, Santo + 380

Primeiro bispo da Etiópia. 
É considerado como o 
“Apóstolo da Etiópia”.
Desde a adolescência Frumêncio teve sua vida marcada por acontecimentos surpreendentes que o levaram a uma região exótica e distante, a Etiópia, no coração da África, da qual se tornou o primeiro bispo. Antes disso, porém, foi discípulo de filósofo, e um escravo muito especial. Era o tempo do imperador Constantino e Frumêncio estava entre os discípulos na comitiva que acompanhava o filósofo Merópio. Voltavam de uma viagem à Índia e a embarcação parou no porto de Adulis, no mar Vermelho. Então, foram atacados por ladrões etíopes, que saquearam o barco e mataram os passageiros e tripulantes. Todos, excepto os amigos adolescentes, Frumêncio e Edésio. Os dois foram salvos por um motivo banal: naquele momento estavam sob uma árvore, entretidos na leitura de um livro. Sobreviveram, porém foram levados para a Etiópia e entregues ao rei, como escravos. Depois de conversar com eles e admirar-se com sua sabedoria, o rei decidiu mantê-los no palácio. Edésio como copeiro e Frumêncio como um secretário directo. Sua influência cresceu na Corte, principalmente junto à rainha. Ao tornar-se viúva, ela assumiu o poder para o filho menor, como regente. Libertou Frumêncio e Edésio, entregando-lhes a educação de seu filho, o futuro rei. Ou seja: só poderiam partir ao concluírem a tarefa. Tempos depois, eles conseguiram da rainha autorização para construir uma igreja próxima ao porto, para servir os mercadores cristãos que passavam pelo país. Isso muito significou para a difusão da fé cristã junto ao povo etíope, embora com dificuldade.

Beata Emelina, Eremita e conversa cisterciense – 27 de outubro

     Esta beata francesa da Idade Média é considerada por alguns estudiosos como uma “solitária”, enquanto outros acreditam que ela era uma irmã conversa da Ordem Cisterciense. Provavelmente ela foi ambas as coisas.
     Emelina nasceu em 1115 na diocese de Troyes e viveu como eremita em um celeiro construído no terreno pertencente a Abadia de Nossa Senhora de Boulancourt, situada na atual comuna de Longeville-sur-Laines (Alto Marne), na França.
     A abadia fora fundada em 1095 na diocese de Troyes, hoje Langres, para os Cônegos Regulares de São Pedro do Monte. Tendo caído em um grande relaxamento, para reformá-la o bispo cisterciense de Troyes, Henrique de Corinzia, a deu a São Bernardo, fundador da Ordem, que mandou para ali um grupo de monges de Claraval.
     A partir do século XII, as propriedades das abadias cistercienses são divididas em grupos, cujo centro é um estabelecimento ou um edifício destinado à exploração agrícola a que se chamava celeiro. A maioria dos celeiros cistercienses explorados no século XII por irmãos leigos e irmãs leigas, eram pequenas abadias com capela, dormitório e refeitório. Com exceção: não podem celebrar missa lá. Todos os irmãos e irmãs têm que ir à abadia todos os domingos, e é onde eles eram enterrados. É por isso que os celeiros cistercienses, de acordo com o status de 1152, não devem estar a mais de um dia de caminhada da abadia.

São Vicente, Santa Sabina e Santa Cristeta (+ 303),

Por volta do ano 303, na Espanha, no período em que Diocleciano era imperador romano (284-305), os irmãos Vicente, Sabina e Cristeta, provavelmente naturais de Évora ou daquela região, foram torturados cruelmente. Tiveram os membros desconjuntados e as cabeças esmagadas. Pelo que podemos conferir nos anais de seu martírio, São Vicente foi feito prisioneiro antes de suas irmãs Sabina e Cristeta, tendo sido levado à presença do magistrado romano Daciano, que o interrogou: “… Perdoo à tua juventude essas liberdades, pois sei que não chegaste ainda à idade de uma prudência completa, pelo que te devo aconselhar que me ouças como pai, e como tal ordeno que sacrifiques aos deuses imperiais”. O jovem Vicente assim respondeu: “Careceria de sólido juízo, se, desprezando o verdadeiro Deus que criou o céu e a terra, penetrou os abismos e circundou os mares, desse culto aos falsos deuses de pau e de pedra, representados em estátuas vãs”.

ORAÇÕES - 27 DE OUTUBRO

Oração da manhã para todos os dias 
Senhor meu Deus, mais um dia está começando. Agradeço a vida que se renova para mim, os trabalhos que me esperam, as alegrias e também os pequenos dissabores que nunca faltam. Que tudo quanto viverei hoje sirva para me aproximar de vós e dos que estão ao meu redor. Creio em vós, Senhor. Eu vos amo e tudo espero de vossa bondade. Fazei de mim uma bênção para todos que eu encontrar. Amém. 
As reflexões seguintes supõem que você antes leu o texto evangélico indicado.
27 – 30º Domingo do tempo Comum
Evangelho (Mc 10,46-52) “Quando ouviu dizerque Jesus, o Nazareno, estava passando,começou a gritar: –”
A cena de Marcos é viva: vozerio de gente passando,e o cego Bartimeu perguntou o que estava acontecendo.E quando soube que era Jesus, de quem já ouvira falar, deixou-se levar pela fé e pela esperança. Gritou: – Jesus, filho de Davi, tem piedade de mim!Reagiu rápido, continuou gritando, e mal ouviu dizer que ele o chamava, deixou o manto, seu único bem, e num pulo foi até Jesus. Aceito a sugestão de Marcos e imagino-me como Bartimeu: pobre, fraco e cego, na maior precisão. Preciso ouvir os que me dizem que Jesus está passando e me chama, tenho de largar o manto e tudo o mais, e saltar em sua direção.Se acredito em seu poder e creio em sua bondade,se peço que me salve, ele me salva. E posso ver a verdade e o caminho da vida.
Oração
Senhor Jesus, se me perguntais o que quero, quero salvação, preciso de salvação. Reconheço que, por mim mesmo, não posso descobrir e menos ainda seguir o caminho do bem. Necessito de vossa ajuda para conhecer e seguir a verdade, para amare fugir às seduções do mal.Aumentai minha fé, minha entrega confiante nas mãos do Pai. Somente vós podeis não só me libertar do pecado, mas também me unir a vós e fazer-me participar de vossa vida divina. Sois minha única esperança, não tenho mais ninguém que me possa fazer feliz. Abri meus olhos para que vos possa conhecer e ajudar outros a se deixar curar por vós. Há tantos como eu, de mão estendida à beira das estradas, à espera de luz. Tende misericórdia de nós: queremos ver, Senhor. Amém.

sábado, 26 de outubro de 2024

REFLETINDO A PALAVRA - “Igreja em saída”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA(+)
REDENTORISTA NA PAZ DO SENHOR
Deus envia
 
“Assim como o Pai me enviou, também Eu vos envio. Recebei o Espírito Santo!” (Jo 20,21). A missão da Igreja continua a missão de Cristo com todo o poder que o Pai Lhe deu. Jesus enviou os discípulos que levaram o Evangelho a todos os cantos da terra. A missão continua. Com o Papa Francisco estamos sendo sacudidos para continuar esse modo de agir do Pai. Desde o Antigo Testamento contemplamos Deus enviando. Enviou Abraão quando lhe diz: “Deixa o teu país, tua parentela e a casa de teu pai e vai para o país que te mostrarei” (Gn 12,1). Lemos no livro do Êxodo que Moisés ouviu a chamada “Vai! Eu te envio” (Ex 3,10). Disse aos profetas, como a Ezequiel: “Filho do homem, Eu te envio aos filhos de Israel” (Ez 2,3); Como a Jeremias: “Irás onde eu te enviar” (Jr 1,7). O Papa evoca uma palavra diferente para esse movimento. Emprega o termo “saído” – uma Igreja em saída. O movimento de condução e orientação do povo parte sempre de um enviado de Deus. Agora somos estimulados a uma nova saída missionária. Depois de anos sentados no “berço esplêndido” da cristandade, chegamos a um ateísmo absurdo no primeiro mundo, um crescimento de seitas cristãs ou outras fontes, um cristianismo acomodado ou até pervertido por ideologias e indiferentismo de fé e moral. No século XIX houve um grande movimento missionário que continuou no século XX. Era para a evangelização dos povos novos para a Igreja. O vigor missionário se enfraquece também a título de respeito a outras culturas. Mas os povos não são um museu que atiça a curiosidade turística. Eles têm o direito de ouvir o anúncio evangélico. A evangelização será coerente se respeitar as culturas, como o fez Jesus. Não se pode impor uma cultura, mas levar o Evangelho. 
Alegria de partir 
Quando temos que partir para longe e viver em situações difíceis, há sempre o medo do diferente. Por outro lado há uma alegria de perceber o quanto nos enche o coração doar a vida, acolher a novidade como um dom, enriquecer-se com as outras culturas. Mesmo em situações difíceis, é melhor que ficar acomodado. É uma aventura espiritual que se une a tantas descobertas humanas. Quem vai a uma missão não retorna empobrecido e sim, enriquecido humana e espiritualmente. Os discípulos voltaram cheios de alegria da missão que realizaram (Lc 10,17). A alegria não é uma satisfação humana somente, mas espiritual, pois o Espírito nos faz perceber evangelho frutificar (EG,21). O próprio Jesus tem um momento de forte manifestação espiritual: “Naquele momento Jesus exultou de alegria sob a ação do Espírito Santo e disse: ‘Eu Te louvo, ó Pai... porque ocultastes estas coisas aos sábios e entendidos e as revelastes aos pequeninos”’ (Lc 10,21). As sementes do Evangelho não dependem só de nós e de nossa sabedoria. A Palavra possui uma potencialidade que não podemos prever. Não estão em jogo somente nossas forças e sabedoria. 
Alegria aberta a todos. 
O Papa insiste nessa saída missionária: “Fiel ao modelo do Mestre, é vital que hoje a Igreja saia para anunciar o Evento a todos, em todos os lugares e, em todas as ocasiões, sem demora, sem repugnâncias e sem medo. A alegria é para todo povo. Ninguém pode ficar excluído” (EG 23). Temos uma Igreja dos centros. As periferias ficam abandonadas, vítimas de aproveitadores. As celebrações bonitas são feitas só nas catedrais e matrizes aonde o povo não vai. Não se deve abandonar o centro, mas levar o centro a sustentar as periferias e lugares abandonados. Nossos “bons cristãos” dos centros não se fazem missionários. Por isso essas comunidades também enfraquecem.
ARTIGO PUBLICADO EM OUTUBRO DE 2014

EVANGELHO DO DIA 26 DE OUTUBRO

Evangelho segundo São Lucas 13,1-9. 
Naquele tempo, vieram contar a Jesus que Pilatos mandara derramar o sangue de certos galileus juntamente com o das vítimas que imolavam. Jesus respondeu-lhes: «Julgais que, por terem sofrido tal castigo, esses galileus eram mais pecadores do que todos os outros galileus? Eu digo-vos que não. E, se não vos arrependerdes, morrereis todos do mesmo modo. E aqueles dezoito homens que a torre de Siloé, ao cair, atingiu e matou? Julgais que eram mais culpados do que todos os outros habitantes de Jerusalém? Eu digo-vos que não. E, se não vos arrependerdes, morrereis todos de modo semelhante». Jesus disse então a seguinte parábola: «Certo homem tinha uma figueira plantada na sua vinha. Foi procurar os frutos que nela houvesse, mas não os encontrou. Disse então ao vinhateiro: "Há três anos que venho procurar frutos nesta figueira e não os encontro. Deves cortá-la. Porque há de estar ela a ocupar inutilmente a terra?" Mas o vinhateiro respondeu-lhe: "Senhor, deixa-a ficar ainda este ano, que eu, entretanto, vou cavar-lhe em volta e deitar-lhe adubo. Talvez venha a dar frutos. Se não der, mandá-la-ás cortar no próximo ano"». 
Tradução litúrgica da Bíblia 
São Teodoro de Tabenisi(368) 
Eremita, depois abade 
Catequese 3 
«Talvez venha a dar frutos» 
Demos graças a Deus, Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, por nos ter tornado dignos de receber dele um pouco de alegria na abundância das nossas dores. Ele acalmou o nosso coração abatido, aumentando a nossa humildade e fortalecendo a nossa fé. Peçamos-Lhe, pois, com gemidos e lágrimas, que nos conceda a sua piedade e o seu perdão. Que Ele nos torne dignos de dizer: «Retiraste-me a veste de penitência e ornaste-me de alegria» (Sl 29,12). O que Deus procura em nós são os frutos do Espírito Santo; não sejamos negligentes, pois é sobre eles que seremos interrogados. Não deixemos de nos estimular uns aos outros, para que todos possamos produzir frutos naquilo que agrada a Deus. Recordemos que Deus cuida de nós; trabalhemos no que é necessário para o corpo e esforcemo-nos por ser um templo puro para Ele. Meus irmãos, fazei que nenhum de vós seja excluído no dia em que a glória do Senhor se manifestar: «De facto, mais um pouco, muito pouco, e Aquele que está para vir chegará e não tardará. O meu justo viverá pela fé» (Heb 10,37-38).

Beato Boaventura de Potenza Festa: 26 de outubro

Antonio Carlo Gerardo Lavanca 
Presbítero dos Frades Menores Conventuais
(*)Potenza, 4 de janeiro de 1651 
(+)Ravello, Salerno, 26 de outubro de 1711 
Padre Bonaventura da Potenza nasceu em 4 de janeiro de 1651; recebeu o nome de Antonio Carlo Gerardo na pia batismal. Ingressou nos Frades Menores Conventuais aos 15 anos. Passou por vários conventos: Aversa, Maddaloni, Lapio, Amalfi, Ischia, Nocera Inferiore (aqui foi mestre de noviços), Sorrento, Nápoles e finalmente Ravello, onde faleceu a 26 de outubro de 1711, devido às consequências de gangrena no seu perna. Ele foi um exemplo de humildade e, embora não erudito, também impressionou pela profundidade teológica de sua pregação. São-lhe atribuídos numerosos milagres: viu a alma da sua irmã subir ao céu, curou um leproso, levantou-se da terra enquanto rezava. A sua caridade para com as vítimas da peste foi extrema, assim como a sua obediência para com os seus superiores. Foi beatificado pelo Papa Pio VI em 26 de novembro de 1775. A sua memória litúrgica, para a Ordem dos Frades Menores Conventuais e a diocese de Amalfi-Cava dei Tirreni, sob a qual Ravello está desde 1818, ocorre no dia 26 de outubro, dia da sua nascimento no Céu. Seus restos mortais são venerados na igreja de San Francesco em Ravello, expostos em uma urna sob o altar-mor. 
Martirológio Romano: Em Ravello, perto de Amalfi, na Campânia, o Beato Boaventura de Potenza, sacerdote da Ordem dos Frades Menores Conventuais, que brilhou pela obediência e pela caridade para com todos.

Santo Evaristo papa, mártir, +107

Foi o quinto Papa da História, tendo sucedido a Clemente I. Segundo o antigo *Liber Pontificali, era de origem grega mas nasceu em Antioquia e sofreu o martírio durante o reinado do imperador Trajano, perto do ano 100. Foi sepultado no Vaticano junto ao Apóstolo Pedro.
É preciso dizer logo que temos muito poucas informações certas a respeito de Santo Evaristo, um dos primeiros sucessores de Pedro. Santo Irineu e Santo Eusébio indicam-no como sucessor imediato de São Clemente, e por isso foi por volta do ano 100 que ele se tornou papa, ou mais exatamente bispo de Roma. Era o início da era cristã, portanto é muito compreensível que haja tão poucos dados sobre ele. Enquanto do anterior, papa Clemente, temos muitos registros, até de próprio punho, como a célebre carta endereçada aos cristãos de Corinto, do papa Evaristo nada temos escrito por ele mesmo, as poucas informações vieram de Irineu e Eusébio, dois ilustres e expressivos santos venerados no mundo católico.

São Ceda, bispo

São Ceda, irmão de São Chad, era monge em Lindisfarne, Inglaterra. Depois de converter o rei Peada ao cristianismo, foi enviado a evangelizar os ingleses no interior das regiões do país. Mais tarde, fundou o mosteiro de Lastingham, onde concluiu sua vida terrena no ano 644.
(†)Lastingham, Inglaterra, 26 de outubro de 664 
Santo Cedda, irmão de São Chade, foi monge por muito tempo em Lindisfarne, na Inglaterra. Em 653, com a conversão do rei Peada, Cedda foi escolhido para evangelizar os anglos centrais. Quando, alguns anos depois, São Sigeberto II, rei dos saxões orientais, também abraçou o cristianismo, Cedda foi enviado com outro companheiro ao atual condado de Wessex para pregar e batizar a população local. Tendo explorado todo o território abrangido pela obra missionária, Cedda quis consultar o seu superior em Lindisfarne e este ficou tão entusiasmado que decidiu consagrá-lo como o primeiro bispo da região. Cedda regressou várias vezes a Lindisfarne e aqui o rei Ethelwald, consciente da sua reputação de santidade, deu-lhe terras para fundar um mosteiro na floresta de Yorkshire. O santo fundou ali o mosteiro de Lastingham em 658, que também foi posteriormente destruído pelos invasores.

São Beano, Bispo

Beano viveu entre os séculos X e XI. Era um Bispo escocês, que guiou a diocese de Mortlach, entre 1015 e 1047, provável ano da sua morte. Mais tarde, a sede da diocese, construída em agradecimento pela vitória contra os Escandinavos, foi transferida para a cidade de Abeerdeen.
São Beano ou Beóán (nome, que também poderia ser escrito em contextos não gaélicos como Beanus, Beoanus, Beyn ou Bean) de Mortlach em Banff é um bispo que viveu entre os séculos X e XI. 
Saint Beano é o primeiro dos três bispos que conhecemos de Mortlach, que governaria o destino da diocese de 1015 a 1047. A sede da diocese de Mortlach antes de 1132 foi transferida para Aberdeen, na Escócia. Seu nome significa “animado”. Não temos informações certas sobre ele. Walyer Bower, seguindo as hipóteses de João de Fordum, conta-nos que o bispado de Mortlach foi fundado por Máel Coluim II da Escócia no sétimo ano do seu reinado, portanto por volta de 1012, como agradecimento a Deus pelas vitórias sobre os escandinavos. Além disso, afirma que “o primeiro bispo foi Beyn, um homem santo, digno do cargo episcopal”, elevado a esta sé pelo Papa Bento VIII precisamente a pedido do rei.

São Demétrio de Salônica, Megalomártir, († c. 306)

Historicamente, são poucas as notícias sobre Demétrio, diácono, que viveu antes do século V e foi martirizado em Srijem, na Panônia. Era um provável cidadão de Tessalônica - atual Salônica - na província grega da Macedônia, onde foi preso pela sua atividade de pregação do Evangelho.
«Os cristãos encontram em ti um grande aliado nos perigos, ó herói vitorioso das nações pagãs. Tu que confundiste a insolência de Liaios, encorajando a Nestório no estádio, roga, São Demétrio, a Cristo nosso Deus que nos conceda a sua grande misericórdia». 
Mons. Irineo Tamanini​ Arquimandrita 
Este glorioso e milagroso santo nasceu na cidade de Salônica (Norte da Grécia), de pais devotos e descendência nobre. Era filho único de pais estéreis que recorreram a Deus pedindo que um filho lhes fosse dado e, portanto, era especialmente amado e educado. Seu pai era comandante militar em Salônica, e depois de sua morte, o imperador o promoveu ao mesmo posto em substituição ao pai. Ao fazê-lo, o imperador Maximiano, um adversário de Cristo, recomendou especialmente a Demétrio perseguir e exterminar os cristãos de Salônica. Demétrio, não só desobedeceu ao imperador, mas também confessava e pregava abertamente na cidade o Cristo, Senhor.

Beata Celina Chludzinska Borzecka, Viúva e Fundadora - 26 de outubro

 Celina Chludzinska Borzecka nasceu no dia 29 de outubro de 1833, em Antowil, então território polonês, atualmente Bielo-Rússia, a mais nova de dois irmãos, filhos do casal Ignacio e Petronella Chludzinska, cujas famílias eram abastadas. Celina teve uma infância feliz, que qualificou como “anos de ouro”, rodeada de afeto. A vida espiritual de Celina desenvolveu-se cedo e durante as orações sempre dirigia a Deus a pergunta: "O que queres que eu faça com a minha vida?"

     Após um retiro em Vilnius, em 1853, exprimiu o desejo de tornar-se religiosa, mas encontrou a oposição dos pais. Obedecendo à vontade deles e ao conselho do seu confessor, aos 20 anos casou-se com José Borzecki. De qualquer maneira, dentro dela permaneceu a convicção de que "a sua vida não deveria terminar de modo comum".
     O casal se instalou em Obremszczyzna. Profundamente amada pelo marido, também ela foi uma esposa amorosa e exemplar que partilhava a responsabilidade do lar e demonstrava a sua atenção aos pobres. Seus afazeres domésticos não a afastavam da oração; sua ascese estava impregnada também com o sacrifício. Além disto, enfrentou a dor que mais afeta uma mãe: a morte de seus filhos. O primeiro, Casimiro, nascido em 1855, morreu no mesmo ano. Após um período de alegria com a chegada de sua filha Celina, em 1858, novamente passou pelo duro transe em 1861, quando teve que enterrar sua filha Maria, que não sobreviveu. Finalmente, em 1863 nasceu Jadwiga (Edvige), que iria percorrer com ela a via religiosa que sempre aspirou.
     No ano em que a pequena Edvige nasceu Celina se envolveu na luta para resgatar os prisioneiros que iam ser executados em meio aos conflitos bélicos desatados em uma Polônia dividida pela invasão russa. As autoridades russas a detiveram e foi colocada na prisão, levando com ela a pequena recém-nascida.

26 de outubro - Beato José Gregorio Hernández Cisneros

No dia 30 de abril de 2021 a Igreja da Venezuela se alegra pela beatificação do "Médico dos Pobres". José Gregorio Hernández Cisneros nasceu em 26 de outubro de 1864 em Isnotú (Venezuela). Depois de se formar em filosofia, formou-se em medicina pela Universidade de Caracas. Foi um grande profissional médico, um cientista, um pensador e, sobretudo, um fervoroso fiel que acreditava em Deus, em quem colocou toda a sua sabedoria e sua atuação profissional e humana. Em 1889 frequentou cursos de especialização em microbiologia e bacteriologia em Paris. Retornando a Caracas, iniciou sua carreira universitária, professando abertamente sua fé católica, em um ambiente basicamente materialista. Inscreveu-se na Ordem Terceira Regular de São Francisco e se comprometeu a ajudar os mais necessitados, sendo chamado de "o médico dos pobres". Sentindo a vocação para a vida consagrada contemplativa, em 1908 ingressou na Certosa di Farneta (Lucca) mas, por motivos de saúde, teve que abandoná-la após nove meses, voltando para Caracas.

26 de outubro - Beato Damiano de Finale

Damiano, filho de Antonio Furcheri, de uma família nobre, nasceu em Finale na Itália. Ainda criança foi milagrosamente libertado das mãos de um louco que o sequestrou. Na adolescência, vencendo a resistência de parentes que não conseguiam resignar-se a perdê-lo, ele vestiu o hábito Dominicano que honrou com o esplendor da doutrina e da santidade. Estudou assídua e amorosamente as divinas Escrituras, das quais ele foi capaz de extrair a doutrina pura e substancial da sua pregação poderosa e frutífera foi tecida. Ele viveu em conventos reformados, como Bolonha e San Marco, em Florença. Ele então passou para o povo de Liguria, Lombardia, Emilia, os tesouros de santidade e doutrina acumulados na observância fiel da Regra. Antes do convento de San Domenico em Veneza (1458) e de Finale (1479), ele atraiu a estima universal. É lembrado como um homem afável com todos e um pregador zeloso pela honra de Deus, era um religioso de grande virtude, doutrina e caridade. Como pregador, ele viajou uma grande parte do norte da Itália; alguns de seus escritos atestam isso. Muitas vezes sentiu-se a irromper nesta expressão ardente: "Renuncie a si mesmo e siga seu Redentor". Para traduzi-lo em prática, seus meios infalíveis eram a oração íntima e fervorosa, à qual ele se aplicava com crescente ardor. Nos últimos anos de sua vida retirou-se para o convento de Reggio Emilia onde mergulhou mais e mais em contato profundo com Deus e preparou-se para o seu abraço, que aconteceu em 1484. Seu corpo está preservado na igreja de San Domenico naquela cidade. Em 4 de agosto de 1848, Pio IX confirmou o culto, fixando para celebrar a data de 26 de outubro.

ORAÇÕES - 26 DE OUTUBRO

Oração da manhã para todos os dias 
Senhor meu Deus, mais um dia está começando. Agradeço a vida que se renova para mim, os trabalhos que me esperam, as alegrias e também os pequenos dissabores que nunca faltam. Que tudo quanto viverei hoje sirva para me aproximar de vós e dos que estão ao meu redor. Creio em vós, Senhor. Eu vos amo e tudo espero de vossa bondade. Fazei de mim uma bênção para todos que eu encontrar. Amém. 
As reflexões seguintes supõem que você antes leu o texto evangélico indicado.
26 – Sábado– Santos: Boaventura de Potenza, Flório
Evangelho (Lc 13,1-9) “Já faz três anos que venho procurando figos nesta figueira e nada encontro. Corta-a! Por que está ela inutilizando a terra?”
Na decisão do patrão, descontente com a figueira inútil, vejo nossa maneira humana e apressada de julgar. Na proposta paciente do empregado vejo, a paciência do Pai, que nos deixa tempo para a conversão (2Pd 3,9). Não posso, porém, esquecer o desfecho da parábola: “Deixa a figueira ainda este ano. Vou cavar em volta dela e colocar adubo. ... Se não der fruto, então a cortarás”.
Oração
Senhor meu Deus, agradeço a paciência que tendes tido comigo. Tantas graças me destes, e tão pouco fruto tenho produzido. Perdoai-me e ajudai-me a mudar da vida, a corresponder às possibilidades que tenho de fazer o bem. Outros, em situações muito mais difíceis, têm feito muito por vós e pelos irmãos. Prometo que vou esforçar-me e prestar mais atenção às vossas propostas e convites. Amém.

sexta-feira, 25 de outubro de 2024

REFLETINDO A PALAVRA - “Só Deus é assim”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA(+)
REDENTORISTA NA PAZ DO SENHOR
Um único amor
 
O amor foi cantado em versos e em prosa ao longo dos séculos. Só Jesus cantou todos os versos. Continuando a recusa a sua pessoa e doutrina, os chefes do povo, seus opositores, colocaram questões fundamentais sobre moral, política, teologia e outras. No texto de hoje chegaram à disputa sobre qual era ponto fundamental da fé. Havia diversas opiniões. Uns colocavam o centro da fé nos sacrifícios, outros na observância da lei etc... Perguntaram: “Qual é o maior mandamento?” Aquele que dá sentido a tudo mais. Com sua resposta Jesus define a raiz e meta de toda sua doutrina, sua vida e a vida cristã. Para provar cita um texto que judeus recitam três vezes ao dia. E acrescenta que o segundo mandamento é semelhante ao primeiro. Lembra o livro do Levítico: “amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Lv 19,18). Semelhante em grego (hómoios), não significa que é parecido, mas indica identidade de substância e valor. Jesus une os dois mandamentos. Os mandamentos referentes ao próximo têm o mesmo valor do mandamento do amor a Deus. Se o amor a Deus é fonte e a meta, o segundo mandamento é o campo onde acontece e garante que o amor a Deus é verdadeiro. São João diz: “Quem não ama o seu irmão a quem vê, a Deus que não vê, não poderá amar” (1Jo 4,20). Dizendo que dele depende toda a Lei e os profetas, isto é, o culto, a justiça, a vida social, a econômica e a moral. Seu interlocutor concorda dizendo que o amor a Deus e ao próximo “vale mais que todos os holocaustos e todos os sacrifícios” (Mc 12,33). Este mandamento dá unidade à vida.
Deus carinhoso. 
O Papa João Paulo I chamou Deus de Mãe, não pela razão de gênero, mas pelos sentimentos que manifesta. Amar como Deus ama. Amar não significa gostar por prazer pessoal. Deus ama por inteiro. Ele é o defensor e protetor dos oprimidos, por isso, quem o ama, tem que amar o que Ele ama e como ama. Exige cuidado divino nos relacionamentos concretos do dia a dia como o empréstimo e o penhor. Deus é como a mãe que se preocupa se o filhinho está descoberto durante a noite: “Se tomares como penhor o manto, deves devolvê-lo antes do por do sol. Pois é a única veste e coberta que tem para dormir” (Ex 22,25-26). Esta á a religião de Jesus. O resto, se não passar pelo filtro do amor de Deus não o é. A Escritura mostra a preocupação de Deus com os pobres e oprimidos. Temos o exemplo luminar do Papa Francisco que do outro Francisco tirou o estímulo a ser pobre e cuidar dos pobres. A conversão da Igreja deve ser real para ser profunda em direção ao amor.
Missão, fruto do amor. 
Estamos no domingo das Missões. Paulo ensina que a evangelização se faz também pelo testemunho da vivência da fé. A coerência de vida dos Tessalonicenses era uma evangelização: “A partir de vós, a Palavra do Senhor se divulgou não só na Macedônia e na Acaia, mas a vossa fé em Deus propagou-se por toda parte” (1Ts 1,8). As obras falam mais que as palavras. Papa Francisco ensina que a obra missionária da Igreja não é proselitismo, mas testemunho de vida que ilumina o caminho, que traz esperança e amor. Anunciar o evangelho é a maior forma de amar. Levar o Evangelho é uma obra do amor a Deus. Quem ama Deus e ama o próximo, procurará levar outros a conhecerem o mesmo amor. Transmitir o Evangelho não é somente falar, mas manifestar por obras o que se crê. A maior obra da fé é o cuidado com os desprotegidos, dos pobres e necessitados (Ex 22,20-26). A Eucaristia é a escola onde aprendemos a amar como Jesus amou. Só Deus é assim. 
Leituras: Êxodo 22,20-26;Salmo 17; 
1Tessalonicenses 1,5c-10; Mateus 22,34-40
1. Os chefes do povo provocam Jesus perguntando sobre o ponto fundamental da fé. Jesus responde que é o amor a Deus e ao próximo. É um só mandamento. Um é fonte e o outro a prática. Tudo depende destes dois mandamentos. 
2. Amar não é gostar. Deus ama como uma mãe, referindo aos sentimentos maternos. É preocupado se seu filho está bem coberto à noite. Deus é preocupado com os fracos e oprimidos. A renovação da Igreja passa pelo amor. 
3. A evangelização é uma obra de amor que acontece primeiro no testemunho da fé vivida com coerência. A Igreja não toma sentido primeiramente da doutrina, mas do cuidado com os desprotegidos, pobres e necessitados. 
De amor eu entendo 
É muito comum a gente dar-se uma de entendido de amor. Esses amores acabam tão facilmente, mostrando que não entendemos nada de amor. Jesus era cercado de todos os lados. Cada partido político religioso vinha com uma pergunta para derrubá-Lo. Chegou a vez de um homem da lei que lhe perguntou qual era o mais importante da lei de Deus. O que dava origem a todos os outros mandamentos. Jesus respondeu com dois textos da Lei: Deuteronômio 5,6 “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda alma e de todo o entendimento”; e Levítico 19,18: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”. O amor a Deus deve ser total; e ao próximo até os mínimos detalhes, preocupando-se que o pobre esteja bem coberto de noite. Por isso o manto tomado em penhor tem que voltar antes do anoitecer. É só Deus Pai para pensar nos pequeninos. Isso é que quer dizer entender de amor. 
Homilia do 30º Domingo Comum (26.10.2014)

EVANGELHO DO DIA 25 DE OUTUBRO

Evangelho segundo São Lucas 12,54-59. 
Naquele tempo, dizia Jesus à multidão: «Quando vedes levantar-se uma nuvem no poente, logo dizeis: "Vem chuva"; e assim acontece. E quando sopra o vento sul, dizeis: "Vai fazer muito calor"; e assim sucede. Hipócritas, se sabeis discernir o aspeto da terra e do céu, porque não sabeis discernir o tempo presente? Porque não julgais por vós mesmos o que é justo?». E acrescentou: «Quando fores com o teu adversário ao magistrado, esforça-te por te entenderes com ele no caminho, para que ele não te arraste ao juiz e o juiz te entregue ao oficial de justiça e o oficial de justiça te meta na prisão. Eu te digo: Não sairás de lá, enquanto não pagares o último centavo». 
Tradução litúrgica da Bíblia 
Santo Agostinho 
(354-430) 
Bispo de Hipona (norte de África), 
doutor da Igreja 
Confissões X, 6 
Perscruta os mistérios invisíveis de Deus! 
O céu e a terra e tudo o que neles existe de toda a parte me dizem que Te ame, e não cessam de o dizer a todos os homens, para que não tenham desculpa (cf Rm 1,20). Mas, a um nível mais profundo, terás misericórdia de quem quiseres ter misericórdia e usarás de misericórdia com quem quiseres usar de misericórdia (cf Rm 9,15), pois, caso contrário, o céu e a terra cantarão os teus louvores a ouvidos surdos. Disse a todos os seres que rodeiam as portas da minha carne: «Falai-me do meu Deus, já que vós não o sois, dizei-me algo sobre Ele». E eles gritaram com voz forte: «Foi Ele mesmo que nos fez» (Sl 99,3). A minha pergunta era a minha atenção; a resposta deles, a sua beleza. Mas será possível que esta beleza não seja manifesta a todos quantos têm integrais os seus sentidos? Porque não fala a mesma linguagem com todos? Na verdade, os animais, grandes e pequenos, veem-na, mas não a podem questionar, porque lhes falta esse juiz das mensagens dos sentidos que é a razão. Os homens, pelo contrário, podem fazer perguntas, para que os mistérios invisíveis de Deus se tornem inteligíveis para eles através dos seres criados (cf Rm 1,20).