quarta-feira, 21 de dezembro de 2022

REFLETINDO A PALAVRA - “Opção Fundamental”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA(+)
SACERDOTE REDENTORISTA
NA PAZ DO SENHOR
Decidir-se pelo bem
 
Quem não sabe para onde vai, não pode escolher os caminhos. No encaminhamento de nossa vida, é desastroso para a formação integral da personalidade, tanto na área social como espiritual, não ter uma princípio orientador. Vejamos se muitas loucuras que acontecem no mundo não são a falta de um princípio orientador e integrador! Falta o equilíbrio. Vejamos os estadistas que governam o mundo! Alguns fazem maravilhas, outros loucuras de assassinar multidões, corromper e sacrificar o povo. Analisemos a situação humana e espiritual de cada um! Faça uma comparação entre Dalai Lama e um ditador, ou o Papa e um líder religioso interesseiro, um santo e um pervertido... O que falta? Falta a opção fundamental pelo bem. “A opção fundamental é o princípio dinâmico de toda nossa vida moral a que confere unidade, globalidade, força para crescer e autenticidade”. A opção fundamental pelo bem conduz diretamente a Deus, mesmo que não tenha ainda uma definição religiosa. Essa definição será um caminho para conhecimento e prática do bem, que são as virtudes. Virtude não é uma prisão, é uma direção. Quando falamos de pessoa virtuosa pensamos logo numa “beata insuportável” ou num “beato chato”. Se for insuportável, já falhou em algum aspecto. Quem sabe, será falha na opção pelo bem. Esta escolha fundamental do bem leva junto consigo a busca do verdadeiro e do belo. É um princípio básico de que tudo o que é bom é verdadeiro e belo; o que é verdadeiro é bom; o que é belo é verdadeiro e bom. Beleza não é só a casca. É o conteúdo. A partir do momento em que tevermos uma direção que condiz com o ser humano, com a natureza e com Deus, viveremos uma vida correta. Isto é a moral. Moral não é código de proibições; é vida plena. E praticaremos as virtudes. Quem se decide pelo bem é justo e verdadeiro.
Os erros nos ajudam 
É... mas nem sempre acertamos em tudo. A vida humana não se mede só pelos bons resultados, mas pela luta que temos para conquistar esse fim que nos propusemos. Os erros e a fragilidade não matam a decisão. Podem inclusive fortalecer. Os erros são um aprendizado. Um autor jovem de nossa juventude dizia: “Faça do erro, um trampolim para um amor maior”. Tropeçando andamos mais depressa. As falhas nos levam a reajustar a direção. Ninguém seja condenado por ter errado, mas por considerar seu erro como o certo. Quanto mais se busca, mais se ajusta e mais se torna fecundo. Se assumirmos um tipo de fanatismo de determinada virtude, sem a percepção do conjunto, caír5emos em erros graves que prejudicam o conjunto. Na Igreja isso é comum. Jesus é modelo acabado do justo equilíbrio. Foi firme e, ao mesmo tempo, tão acessível. Foi misericordioso, sem deixar de condenar o mal. O erro não é um beco sem saída, mas um degrau em nossa escada. 
Publicidade do bem 
Quem vive bem, faz uma propaganda maravilhosa da vida correta e bem direcionada. O sábio sempre atrai. Se você encontrar um sábio, gaste a soleira da porta de sua casa. Quer dizer que freqüentar a casa do sábio, do justo, é sempre uma oportunidade de se aprender. Viver bem é uma boa publicidade da busca do Bem. A virtude se transforma numa expressão fascinante da beleza do bem. Muitas vezes as pessoas boas, digamos, religiosas são perseguidas. Mas quando a vida aperta para os perseguidores, eles sabem aonde correr para pedir socorro. O justo não tem muito cartaz na atual sociedade. Mas, os dias revelam quanto sua vida é útil. O homem e a mulher sábios são fundamentais e os mais úteis para a sociedade.
ARTIGO REDIGIDO E PUBLICADO
EM JULHO DE 2008

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