PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA MISSIONÁRIO REDENTORISTA 53 ANOS CONSAGRADO 45 ANOS SACERDOTE |
O domingo já teve muito mais honra. Nem por isso precisamos perder sua riqueza na vida da Igreja. Ouvi dizer que os comunistas russos quiseram fazer uma semana de dez dias...não deu certo. O Criador, que fez o homem e a mulher, soube dar o ritmo. E o pôs sob lei sagrada (10 mandamentos) um dia de repouso. Era o sábado que foi sufocado com tantas leis humanas. A Igreja, a partir dos apóstolos, começou o mundo novo no primeiro dia da semana que passou a ser chamado dia do Senhor. A primeira criação termina no sábado. A segunda criação começa com a Ressurreição. O feriado é outro departamento. A celebração, desde o início, é o dia do Senhor. Razão: João, no Apocalipse diz: “Entrei em êxtase no dia do Senhor” (Ap 1,8). “O dia do Senhor é atribuído pelos cristãos ao dia que segue o sábado, já desde o primeiro século, até hoje”. Tertuliano o chama de Kyriaké, dia do Kýrios, do Cristo, o Senhor ressuscitado e glorificado, o dia Daquele que conheceu a morte e que é o Vivente para sempre, por todos os séculos (id 18). “Vemos que não fala da criação do mundo, não faz referência ao Deus Criador, mas a Cristo, o Senhor. O domingo é dia de Cristo por excelência, porque é o dia de sua Ressurreição. O culto cristão primitivo é centrado sobre Jesus morto e ressuscitado ao qual são atribuídos os títulos de glória como “Salvador” (At 5,27), Cristo (At 5,42) e Cristo Senhor (At 2,36)” (A Bergamini, Cristo Festa da Igreja, p 142-143). O cristianismo se desenvolveu no meio pagão e não judeu, por isso, o sábado não influiu.
Domingo, dia da Ressurreição
O domingo é memorial do Mistério Pascal em sua totalidade. O oitavo dia foi o dia da presença do Ressuscitado e dia de Pentecostes. É o dia em que celebramos a presença de Cristo em seus mistérios de Ressurreição, da Ascensão e da efusão do Espírito. É dia da presença atual do Senhor entre seus discípulos reunidos em assembleia. É dia da espera da volta do Senhor glorioso; porque e dia da nova criação e da vinda do alto, é dia de ouvir a Palavra, como fez Jesus aos dois discípulos que iam a Emaús (Lc 24,25-27). Dia de celebrar os sacramentos pascais, como “partir o pão”, Eucaristia. É dia da celebração eucarística. Um pagão, chamado Plínio, escreve no ano 112, que os cristãos acusados e presos se reuniam num dia fixo, antes da aurora para cantar junto um hino a Cristo como Deus. São Justino (+ 165) diz as razões: “No dia chamado do sol, nos reunimos em um único lugar... fazemos a leitura das memórias dos apóstolos e dos escritos dos profetas... Reunimo-nos porque é o primeiro dia no qual Deus mudou as trevas e a matéria, fez o mundo, e no qual Jesus Cristo, nosso Salvador ressuscitou dos mortos”. Os mártires de Abitene, Tunísia, presos diziam: “Nós devemos celebrar o dia do Senhor. É nossa lei. Não podemos viver sem celebrar o dia do Senhor”. Não se falou de feriado.
Páscoa semanal
O povo de Deus nasceu do acontecimento pascal. É um acontecimento comunitário, tanto no antigo, como no novo povo. A Igreja se reúne para proclamar o fato que mudou o mundo. Para proclamar esse dom, reúne-se semanalmente. A Palavra de Deus congrega a comunidade na fé, junto com Cristo Ressuscitado. Antes de celebrar a Páscoa anual, já celebrava a Páscoa semanal. Nela se realiza o culto completo. Aqui se deveriam fazer todos os sacramentos que são a expressão da Ressurreição na vida. É dia da Assembleia no qual se celebra a totalidade do Mistério Pascal, inclusive a Segunda Vinda: Dizemos “Vinde, Senhor Jesus”. Estamos juntos para acolher o Senhor que vem.
Nenhum comentário:
Postar um comentário