sábado, 27 de fevereiro de 2021

REFLETINDO A PALAVRA - “Festa de Corpo de Cristo”.

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
53 ANOS CONSAGRADO
45 ANOS SACERDOTE
Origem da Festa.
 
A festa nasceu na Bélgica em 1246 porque se sentia necessidade de tal festa. O Papa Urbano IV estendeu a festa para toda a Igreja depois do milagre da Eucaristia em Bolsena Diante da dúvida de um padre, o vinho transformou-se em sangue e marcou as toalhas e o mármore). Ele estava em Orvieto que fica perto. Pediu a S. Tomás e S. Boaventura, que também estavam ali, que fizessem os textos da missa e do ofício divino. Esta festa tem a finalidade também de prolongar a Quinta-Feira Santa uma vez que não pudemos fazer maiores manifestações à Eucaristia. Neste tempo, a devoção à humanidade de Cristo estava muito forte. Cristo na Eucaristia era muito querido. Assim, uma procissão era um momento forte desta manifestação. Adoravam Jesus e levavam-no pela cidade para abençoar e ser adorado. Certamente os tempos mudaram, mas não mudou o amor de nosso povo pelo Cristo presente na Eucaristia. E não mudou seu amor por nós. 
Teu sacrário de amor rodear. 
Não há diferença entre a missa e a Eucaristia que veneramos. Há uma unidade, com a diferença que, no culto público podemos deixar expandir nosso sentimento a Jesus presente na Hóstia consagrada. Ao passar pelas estradas, vemos ao longe uma Igreja e podemos dizer: ali está Jesus. Quando entramos numa igreja e vemos a luzinha vermelha, podemos dizer: ali está aquele que meu coração ama. Somos sempre estimulados a manter um grande amor pela Missa, pois ela é completa. Conforme a tradição da Igreja, somos levados a manifestar grande amor pela presença de Jesus na Eucaristia em nossos sacrários. Passar diante de uma igreja, e dali saudar sua presença é um ato de fé e de amor. Estar ali diante do sacrário, deixar derramar o coração com suas dores e alegria é um conforto imenso. Quanto carinho e quanto respeito demonstraram os santos diante da Eucaristia. S. Afonso, diz no livrinho das Visitas ao Ssmo Sacramento, que suas grandes decisões de vida ele as tomou diante do Santíssimo. Meu desejo, diz a música, é rodear o sacrário de muito amor e carinho. Manter respeito é dizer que se crê na Presença. 
Sacrários vivos da Eucaristia. 
Gostamos de tocar o ostensório quando passa pela Igreja. Mas é importante também lembrar que temos o mesmo Jesus em nós, dentro de nós, de modo particular quando comungamos. Nós o levamos para casa para nossa vida do dia a dia. Ele está ali mergulhado em nosso ser. Ele nos transforma nEle, lentamente. É ali a primeira Igreja, o primeiro sacrário onde adorar Jesus e estabelecer com Ele os mais belos diálogos. É ali que vou aprender a viver minha participação à divindade. Pena que ainda não aprendemos a reconhecer a presença de Jesus dentro de nós. Seria magnífico se a gente realmente se desse conta do tesouro que temos em nós sempre que comungamos. E Ele não vai embora, mesmo quando as espécies consagradas, a hóstia, já se dissolveram no corpo. Ele não se dissolve. Com Ele presente em nós podemos cantar: Quero Amar-vos por aqueles que não vos amam.
(Leituras: Êxodo 24,3-8; Hebreus 9,11-15; 
Marcos 14,12-16.22-26)
Homilia da Festa de Corpus Christi (19.06)
EM JUNHO DE 2003

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