sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

REFLETINDO A PALAVRA - “Permanecei no meu amor”.

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
53 ANOS CONSAGRADO
45 ANOS SACERDOTE
Permanecer em Cristo é permanecer no seu amor.
 
Amor é a vida de Cristo, pois nasceu de um Pai que é amor, por isso, o Batismo, que nos insere na Trindade, mergulha-nos no amor. Estar unido a Cristo, como lemos na liturgia do domingo passado sobre o ramo quer está unido à videira, é estar unido e vivendo da seiva de Deus que é o amor. O amor que recebemos de Cristo é o mesmo que Ele recebe de seu Pai (Jo 15,19). Amar a Cristo é guardar o seu mandamento, e este mandamento é amar como Ele amou. Não há cristianismo sem Cristo, nem cristianismo sem viver os mandamentos de Cristo. Todo mandamento se resume no amor e todo o pecado é sempre falta do amor de Cristo. 
Minha alegria esteja em vós
Jesus é um sujeito alegre. Claro que o vemos sofredor na cruz carregando os pecados de todo o mundo.Alguns diziam que Jesus nunca rira, somente sorrira. Claro que a alegria é interior, mas ela é a força de Deus, pois lemos em Nehemias: “Minha alegria seja a vossa força” (Ne 8,10). Jesus nos inspira: minha alegria é fazer a vontade do Pai e permanecer por isso no seu amor. A vontade do Pai é que nenhum destes pequeninos se perca (Jo,6,39). O amor é alegria. Jesus revela que seu amor ao Pai está em guardar seu mandamento. É assim que Ele permanece unido ao Pai. É assim que ama o Pai. Se guardarmos seus mandamentos permanecermos no seu amor. Isso é sua alegria, e será nossa alegria. Seu mandamento é este: “amai-vos uns aos outros, como eu vos amei” (Jo 15,12). 
Amar é dar a vida. 
Somos amigos de Jesus quando realizamos em nós o seu modo de amar: amar doando a vida. Amar é dar a vida pelos amigos. Este é o segredo que aprendeu do Pai e ensina para os seus amigos: Este é o segredo do cristão. A maneira de viver a religião é doar-se aos outros. A tentação maior é fazer uma religião sem ao mesmo tempo dedicar-se aos outros, pois o Pai dá o Espírito Santo aos pagãos, com vimos na primeira leitura. O Espírito é o amor de Deus que é infundido sem distinção de pessoa. Deus doa sua vida no Espírito como no-la deu em Jesus que se doa.
Amar é conhecer a Deus. 
Se nos amarmos uns aos outros conhecemos a Deus. Deus nos amou sem que o tenhamos conhecido antes. Este é seu amor. Amor de doação. Conhecendo este modo de amar, conhecemos a Deus. Se amo, conheço a Deus. Se não tenho amor, mesmo que faça todas as práticas religiosas, não conheço a Deus. Não estou unido a Ele e não vivo a vida de seu Filho. O fruto é o amor. Jesus nos escolhe para produzirmos fruto e o grande fruto de amor. Viver a Páscoa é infundir em nós esta capacidade de amar. Não podemos inventar outro modo de viver a fé. Se creio em Deus, faço as obras de Deus que são o amor. Temos aí o modelo de Maria que em seu amor deu-nos tudo, isso é, Jesus. 
(Leituras: Atos 10,25-26.34-35.44-48; 
1 João,4,7-10; João 15,9-17)
Homilia do 6º domingo da Páscoa (25.05)
EM MAIO DE 2003

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