PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA REDENTORISTA 52 ANOS CONSAGRADO 45 ANOS SACERDOTE |
Naquele gesto de abrir o livro, Jesus, define sua missão como vinda da Palavra de Deus, isto é, da vontade de Deus, do próprio Deus. Abrir o livro significa pôr-se sob a ação do Espírito de Deus para uma missão. Jesus, abrindo o livro inaugura sua missão.
Depois de ler o texto proposto, fecha o livro e diz: “hoje se realizou para vós esta Escritura que acabais de ouvir” (21). O gesto de abrir o livro coloca-nos diante do hoje de Deus. Para Deus tudo é hoje. Ele é sempre a oportunidade, o tempo propício, o momento justo.
Da abertura do livro decorrem três efeitos: pôr-nos sob a ação do Espírito de Deus que escreveu aquelas palavras, abrir-nos a uma missão e colocar-nos diante da Palavra como dita a nós naquele momento. Como Jesus, abrindo o livro nos colocamos diante de Deus que tem um projeto de redenção a ser realizado por quem está sob a ação do Espírito. Abrir o livro é comprometer-se com o que ele diz. Abrir o livro é estar no hoje de Deus, o momento presente. São Paulo e a carta aos Hebreus capítulos 3 e 4 falam deste hoje de Deus. Jesus Cristo é sempre o mesmo, ontem, hoje e sempre (Hb 13,8). Sempre o mesmo e sempre novo. Ele é sempre novo e seus caminhos são sempre novos. A novidade da Palavra de Deus, que não é um livro de histórias do passado, mas sim, é viva e eficaz (Hb 4,12). Sendo palavra viva está unida ao Deus que a pronunciou através dos seus mensageiros. O que faz também viva esta palavra é o fato de ser humana. Quando lemos a palavra na comunidade, ela volta ao lugar onde ela foi escrita, a comunidade. Torna-se assim viva. “Homens impelidos pelo Espírito falaram da parte de Deus” (2 Ped 1,21). Torna-se viva também porque Deus, ao entrar em diálogo conosco, fá-lo através de sua Palavra: “Hoje se ouvirdes minha voz” (Sl 94,7). Na liturgia temos o ensinamento que é Cristo quem fala quando se lêem as Escrituras.
Ao abrir o livro santo, estamos continuando o gesto de Jesus que inicia seu ministérios. Com Ele nos tornamos ouvintes da Palavra e ao mesmo tempo executores da vontade de Deus, como nos diz Tiago (Tg 1,22).
ARTIGO REDIGIDO E PUBLICADO
EM SETEMBRO DE 2002
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