PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA REDENTORISTA 52 ANOS CONSAGRADO 45 ANOS SACERDOTE |
A co-responsabilidade é um dom e uma exigência. Eu sou responsável por meu irmão. Tenho culpa se ele erra pelo fato de eu não o ter advertido. Já no início do mundo Caim dissera a Deus, quando lhe pergunta por Abel: por acaso sou guarda de meu irmão? Não sou guarda, mas irmão. Por isso tenho o dever e o direito de mostrar-lhe quando está em perigo. Do contrário, torno-me devedor diante de Deus. Somos parte de um único corpo. A advertência ao irmão se faz na caridade da conversa pessoal. Mas se o irmão persiste, a comunidade tem que assumir o papel e forçá-lo, mesmo com a exclusão, a uma reflexão que o converta e o ganhe. A comunidade deve ajudar o irmão a se converter, mesmo que ele sinta as dificuldades que provêm próprio pecado.
O motivo da correção está em nossa condição de corpo que vive no amor, pois toda lei de Deus fundamenta-se no amor. As relações na comunidade se baseiam neste amor responsável e co-responsável. A maturidade da comunidade manifesta-se quando ela é capaz de conversar e resolver as dificuldades no diálogo cristão.
Na comunidade, pelo fato de respeitarmos muito o outro, deixamos que cada um tome sua atitude. Acabamos por esconder a verdade do evangelho. Aí somos culpados tanto quanto ele. Nós, quando escondemos a verdade, somos seu pior inimigo. Eu não sou seu amigo, seu irmão nem amo a Cristo se não lhe digo a verdade do Evangelho. O profeta Ezequiel alerta: “Se não lhe falares para desviá-lo do seu caminho, esse ímpio morrerá devido a seus pecados, mas eu pedirei contas a ti da sua morte” (Ez 38,8).
Se a fraternidade tem força de conduzir a comunidade, mais ainda oração em comum tem força de uni-la a Deus. “Pois onde dois ou três estão reunidos em meu nome, eu estou no meio deles” (Mt 18,1-20). É uma presença real de Cristo que atua pelo Espírito na transformação da unidade em Corpo de cristo.
A Palavra de Deus deve ser mostrada como uma luz em nosso caminho. Por ela aprendemos a verdade e o caminho de viver a vida.
Leituras: Ezequiel 33,7-9;
Romanos 13,8-10; Mateus 18,15-20
Homilia
do 23º Domingo do Tempo Comum
Em setembro de 2002
Nenhum comentário:
Postar um comentário