segunda-feira, 1 de julho de 2019

REFLETINDO A PALAVRA - “Anunciar o Evangelho da família”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
51 ANOS CONSAGRADO
43 ANOS SACERDOTE
Evangelho da família é alegria 
Interrompemos, no tempo do Natal, nossas reflexões sobre a Exortação Apostólica do Papa Francisco, Amoris Laetitia – A alegria do amor – Retomamos o documento, lendo agora o capítulo sexto. É uma oportunidade de participar de uma reflexão importante para o momento da Igreja que é formada de famílias. A família não está em crise, ela procura crescer. Há problemas e muitos. Antes existiam problemas também, e muitos, que eram abafados por algumas afirmações fortes que acabavam por oprimir e não promover a vida. Vamos ler juntos “as perspectivas pastorais para a família no momento presente”. Alguns afirmam: “Antigamente era assim e dava certo”. O antigamente não existe mais. Os problemas são um desafio agora. O Papa Francisco é muito próximo aos problemas tanto da preparação do casamento como das dificuldades enfrentadas pelos esposos. Convida a levar “os esposos a experimentar que o Evangelho da família é alegria que enche o coração e a vida inteira” (AL 200). A Igreja não é dona, mas cooperadora na obra de Deus. Reconhece que o ensinamento sobre a família “é sinal de contradição”. Quer dizer: O mundo pensa diferente. Mas assim fizeram com Jesus. Foi e é sinal de contradição. Ela se põe com “humilde compreensão para chegar às famílias, a fim de que descubram a melhor maneira de superar as dificuldades que encontram no seu caminho” Não bastam posições genéricas. É preciso uma catequese orientada para a família (AL 200). Não bastam teorias desligadas da vida. Não bastam normas e leis. E preciso corresponder à necessidade.
Coragem de anunciar 
“Exige-se a toda a Igreja uma conversão missionária: é preciso não se contentar com um anúncio puramente teórico e desligado dos problemas reais das pessoas... mas propor valores, correspondendo à necessidade que se constata hoje, mesmo nos países mais secularizados”. A evangelização deve também denunciar “os condicionamentos culturais, sociais, políticos e econômicos, bem como o espaço excessivo dado à lógica do mercado, que impedem uma vida familiar autêntica, gerando discriminação, pobreza, exclusão e violência” (AL 201). Por mais que devamos acompanhar o mundo, não precisamos seguir seus erros cujos resultados são visíveis. Por isso, salienta o Papa, é muito importante o apoio dos leigos comprometidos. Nota também que sacerdotes, diáconos, religiosos e agentes pastorais não são formados adequadamente para tratar dos problemas atuais da família. Pede que a formação dos seminaristas não seja limitada só à doutrina. Mas que parta também da experiência. Muitos vêm de famílias feridas. É importante o contato com as famílias. A formação seja feita no contexto da diversidade das vocações no mundo. Os leigos da pastoral familiar sejam formados numa forma interdisciplinar. 
Formação para o matrimônio 
Há uma insistência muito grande na formação dos jovens para o casamento para descobrir a riqueza e o valor do matrimônio. Conhecemos a realidade e a mentalidade dos que buscam o casamento religioso. Não passa de um rito social. Poucos o fazem por sua opção cristã. O tesouro do matrimônio se inicia no namoro e no noivado. É o dom do amor. Não se trata de um acúmulo de ensinamentos, mas de saborear interiormente as riquezas do amor. É o momento de se encontrarem novas formas de introduzi-los na vida matrimonial. É diferente casar na Igreja do casar-se em Cristo. Se os orientadores do povo de Deus não estão preparados e não têm conhecimento da realidade, podem prejudicar os casais. Há necessidade de renovar a formação e não ficar só no ritualismo e na superficialidade.

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