quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

REFLETINDO A PALAVRA - “Força missionária da intercessão”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
50 ANOS CONSAGRADO
43 ANOS SACERDOTE
1654. Oração e Missão
            As palavras do Santo Padre Papa Francisco são cada vez mais a indicação de um caminho dedicado à evangelização não só de palavras, mas de vida.  Se ele é chamado de comunista porque tem uma linguagem que defende os pobres, é também um homem que tem profundo relacionamento com Deus. Quer uma pastoral encarnada, mas sempre com seus pés fincados na vida espiritual. Como vamos ver agora, encerra sua reflexão com a certeza da força da oração. Ensina que a intercessão é uma força que incentiva a nos entregarmos à evangelização e nos motiva a procurar o bem dos outros (EG 281). Coloca como modelo São Paulo e diz que sua oração era repleta de seres humanos: “em todas as minhas orações, sempre peço com alegria por todos vos... pois vos tenho no coração” (Fl 1,47). A oração que deixar de fora os outros perde seu valor. A oração é agradecimento a Deus por todos: “Dou graças a meu Deus por vós, pela graça de Deus que vos foi concedida em Cristo Jesus” (1Cor 1,4). A oração está unida à missão, tanto para que o anúncio se realize, como também agradecimento pela graça que atua para a salvação. Evangelização e oração caminham juntas. É imprescindível para ser evangelizador, ser um orante. A oração não distancia do povo, nem a evangelização é distante da oração. Estar com Deus é o mesmo que buscar os irmãos. E buscar é o maior estímulo para orar. Por isso é preciso interceder. Interceder é por-se entre Deus e as pessoas pedindo por elas e garantindo a Deus que elas necessitam. É a oração mais livre e pura, pois sem egoísmo. Quem se deixa evangelizar pela oração será um evangelizador que falará em nome de Deus.
1656. Maria, a Mãe da evangelização
            Quando colocamos a importância de Maria na obra da Salvação, às vezes pensamos que seja só por piedade. Se houve exagero foi da parte de Jesus. Ele, ao nascer como Evangelho Vivo, nasceu da Mulher, a Virgem Maria. Diz o Papa: “Juntamente com o Espírito, sempre está Maria no meio do povo. Sua presença não vem de um acaso afetivo seja da parte de Jesus, seja dos discípulos. “Ela é a Mãe da Igreja evangelizadora, e, sem ela, não podemos compreender o espírito da nova evangelização” (EG 284). Maria está presente nos momentos fundamentais da vida de Jesus: Está presente ao pé da cruz. Só depois de nos dar Maria por Mãe é que consuma sua obra redentora. Não quer que falte à Igreja o ícone feminino (EG 286). Está em íntima ligação com a Igreja de tal modo que, o que se refere a Maria, refere-se à Igreja, geradora de novos filhos. Gera no presépio o Senhor do mundo. Em Caná é a amiga solícita para que não falte o vinho na nossa vida. Ela caminha conosco. Cada título que lhe dão é mais um aspecto do dom de Deus a seu povo.
1657. Alegria na missão
A alegria que sentimos na obra evangelizadora vem da maternal presença de Maria, mulher de fé que vive e caminha na fé. Torna-se modelo e evangelização. A força evangelizadora está apoiada na força revolucionária da ternura e do afeto. Ela mostra que a humildade e a ternura são virtudes dos fortes (EG 288). Leva-nos também a conservar todas aquelas coisas no coração, meditando-as (Lc 2,19). Ela ensina a encontrar os caminhos do Espírito. Sobretudo nos faz compreender que as grandezas de Deus acontecem na simplicidade e na humildade. Ela acolheu o Espírito que trabalhou seu coração. Encerrando a reflexão sobre o documento Alegria do Evangelho, quero estimular a que o leiam e meditam, pois é o novo caminho para a Igreja. O Espírito continua falado às Igrejas.
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