sábado, 19 de maio de 2018

Santa Maria Bernarda Bütler

Verena Bütler nasceu e foi batizada em Auw (cantão de Argovia, Suíça) no dia 28 de maio de 1848. Era a quarta filha de Henrique e de Catarina Bütler, camponeses humildes e católicos praticantes. Ao concluir o ensino escolar básico, se dedicou aos afazeres domésticos e ao trabalho no campo. Fez uma tentativa de vida religiosa, mas ao perceber que Deus não a chamava a viver naquele local, voltou para a casa paterna, onde se entregou ao trabalho, à oração e ao apostolado, alimentando sempre sua vocação. Finalmente, no dia 12 de novembro de 1867, aos 19 anos de idade, ingressou no mosteiro das Irmãs Capuchinhas de Maria Hilf, de vida contemplativa, em Altstätten, próximo de Saint Gallen, ao norte da Suíça. Em 4 de maio de 1868 vestiu o hábito franciscano, tomando o nome religioso de Maria Bernarda do Sagrado Coração de Maria. Fez a profissão religiosa em 4 de outubro de 1869. Por suas profundas virtudes e qualidades humanas, logo foi nomeada mestra de noviças e mais tarde, em 1880, tornou-se superiora, cargo que ocupou até sua partida para as missões. Quando Mons. Pedro Schumacher, Bispo de Portoviejo (Equador), escreveu relatando o total abandono em que viviam as pessoas daquelas terras, e oferecendo sua diocese como campo missionário, Madre Maria Bernarda se convenceu que aquele convite era um claro chamado de Deus para ela ir anunciar o Evangelho e fundar uma casa filial do mosteiro de Altstätten em terras equatorianas.
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Após vencer a resistência inicial das autoridades eclesiásticas e obter a permissão pontifícia para deixar o mosteiro, no dia 19 de junho de 1888 se dirigiu, com seis companheiras, a Le Havre, França, onde as sete embarcaram rumo ao Equador. Quando chegaram ao Equador, o bispo indicou às Irmãs o povoado de Chone, lugar difícil e abandonado espiritualmente, que contava com uns 13 mil habitantes. Na missão de Chone, Madre Maria Bernarda contou com a ajuda das seis Irmãs, entre as quais a Bem-aventurada Maria Caridade Brader. Madre Maria Bernarda colocou na base de sua atividade missionária a oração, a pobreza, a fidelidade à Igreja e o exercício das obras de misericórdia. As Irmãs se encarregaram da educação das crianças e dos jovens; visitavam e assistiam os doentes e os pobres. A semente plantada por esta grande mulher germinou e frutificou. Surgiram várias casas filiais no Equador. Mas sua obra também foi marcada pela Cruz: pobreza absoluta, clima tórrido, inseguranças e dificuldades de toda espécie, junto a mal-entendidos por parte das autoridades eclesiásticas e separação de algumas Irmãs de sua primeira fundação no Equador. O passo inicial que tinha por fim a fundação de uma filial missionária do mosteiro suíço acabou sendo o início de um processo que converteu Madre Maria Bernarda em fundadora de um novo Instituto, a Congregação das Irmãs Franciscanas Missionárias de Maria Auxiliadora. Em 1895, Madre Maria Bernarda e mais 15 Irmãs, tiveram que fugir do Equador devido a uma violenta perseguição contra a Igreja, e partiram para Cartagena, na Colômbia. Durante a travessia, receberam o convite de Mons. Eugenio Biffi, Bispo de Cartagena de Índias, para trabalharem em sua diocese. No dia 2 de agosto de 1895 chegaram ao porto de Cartagena e seguiram para a residência que lhes indicara Mons. Biffi numa ala do hospital de mulheres chamado Obra Pia, onde Madre Maria Bernarda morreu anos mais tarde. O número das Irmãs cresceu e a Congregação fundou casas na Colômbia, Áustria e Brasil. Madre Bernarda permanecia temporadas com as Irmãs nos diversos locais, compartilhava com elas seu trabalho e sua vida, era exemplo vivo de humildade evangélica, edificava e animava a todas. Atendia com ternura e misericórdia a todos os necessitados na alma e no corpo, rezava, exortava, escrevia com uma entrega assombrosa. Em 1911, cinco Irmãs se estabeleceram no norte do Pará, em Óbidos. Desde essa casa, as Irmãs ampliaram sua atuação para outras regiões do país: Quissamã, Três Arroios e Erechim, Canoinhas e no Mato Grosso. Madre Bernarda dirigiu a Congregação durante 32 anos, e quando renunciou a este serviço com gratidão e humildade, continuou animando as Irmãs com seu exemplo, sua palavra e seus inúmeros escritos, mina de doutrina e de fecundidade espiritual. A Santa faleceu no dia 19 de maio de 1924, na Obra Pia, aos 76 anos de idade, 56 de vida religiosa e 36 de missionária na América Latina. Foi beatificada em 29 de outubro de 1995 com outras filhas espirituais de São Francisco: Maria Teresa Sherer (cf. 16 de junho) e Margarida Bays (cf. 27 de junho). A Congregação fundada por Madre Maria Bernarda conta com 840 freiras que atuam em escolas, hospitais e projetos de assistência a pessoas com deficiências. Sua principal área de apostolado é a América Latina, mas encontram-se também na Europa (Áustria e Suíça) e na África (Chad e Mali). Foi canonizada no dia 12 de outubro de 2008 pelo Papa Bento XVI. Sua festa é celebrada no dia 19 de maio. 

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