Dedicamos
nosso dia-a-dia para manter a vida, a família, a sociedade, procurando o bem
estar e a segurança para o futuro. Assim nos ocupamos com dedicação consumindo
nossas energias. É necessário ter saúde, trabalho, estudo, aperfeiçoamento e o
descanso. Isto nos deixa completos. Há problemas em todas as áreas devido a
frágil condição humana e às situações dos outros que nos atingem. Cuidamos bem
de nossa parte humana. A metade de nós mesmos está resolvida. Essa um dia
termina. E a outra metade? Desde o dia de nossa concepção fomos dotados do que
chamamos de alma espiritual que está em íntima união com nosso corpo material e
intelectual. Não falamos de partes mas de uma unidade de pessoa. Não adianta
cuidar bem da pintura e detalhes de um carro, se não cuidarmos do motor. Há
muitos modos de mantermos em alta nosso lado espiritual. Como ajuda para essa
tarefa e para o bom encaminhamento do ano, temos também a proposta do Tempo
Comum no Ano Litúrgico. Temos períodos importantes como a Páscoa e o Natal nos
quais celebramos os mistérios centrais de nossa fé. Mas há ainda, além destes
tempos, o Tempo Comum que compreende 34 semanas nas quais se leem os 4
evangelhos e as epístolas de Paulo e Tiago numa leitura selecionada. O Tempo
Comum celebra o mistério de Cristo e da Igreja em sua globalidade. É sempre o
mistério de Cristo que nos é apresentado. Entramos em contato com as palavras
de Jesus, seus gestos e seus ensinamentos. Estamos em contato com Cristo e
recebemos o alimento espiritual.
1376. Ele me abriu os ouvidos
“Assumir
o mistério de Cristo na vida significa levar a sério o ser discípulo, escutar e
seguir o Mestre no cotidiano. Não são momentos especiais como Páscoa e Natal,
mas um meio de tornar a vida como momento de Salvação” (Matias
Augé). Como cuidamos diariamente de
nosso corpo, cuidemos assim de nossa dimensão espiritual. É perseverar na
fidelidade e no caminho em direção ao Senhor como fez o povo de Deus. É
fazer-se discípulo que abre os ouvidos para ouvir o que o Senhor tem para falar
(Sl
84,9). A vida oracional da Igreja, além
da Eucaristia diária, tem mais 5 momentos de oração na qual se lê a Palavra de
Deus e se rezam os salmos. Sabemos que, quem segue essa liturgia está em
contato com 90% da Palavra de Deus. Jesus dá o exemplo, pois era homem de
oração. Nesse quadro aparece a riqueza do Domingo que significa Dia do Senhor. É dia do repouso, da
oração e da caridade. Não pode se tornar dia de comércio. Se a sociedade, como
um todo não repousa, ela assassina seus cidadãos. Descansar no Senhor é abrir o
coração para que nos fortaleça. Se o alimento corporal nos sustenta,
alimentar-se do Senhor é fortalecer-se e curar-se.
1377. Senhor, eis que venho
A
vida espiritual é de grande vantagem para as pessoas. Não pode ser um
espiritualismo só de se sentir bem. É preciso sentir-se bem no Senhor, pois há
nuvens também nos dias de sol. A cruz não foi aposentada da vida cristã. A
disposição de ir ao encontro do Senhor para ouvir sua palavra e viver seus
sacramentos, é acompanhada pela celebração dos Santos que nos recordam como se
vive em Deus. Por isso louvamos a Deus em seus Santos. Igualmente celebramos a
Virgem Maria, Mãe de Deus. Ela realizou totalmente em si a Palavra quando se
dispõe a cumprir a vontade de Deus a seu respeito para que nos gerasse o
Redentor. Unidos em um único Corpo, o Corpo Místico de Cristo, todos celebramos
o Pai das luzes. Assim nos realizamos como pessoa e filho de Deus.
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