Evangelho segundo S. Mateus 9,1-8.
Naquele
tempo, Jesus subiu para um barco, atravessou o mar e foi para a cidade de
Cafarnaum. Apresentaram-Lhe então um paralítico que jazia numa enxerga(maca). Ao
ver a fé daquela gente, Jesus disse ao paralítico: «Filho, tem confiança; os
teus pecados estão perdoados». Alguns escribas disseram para consigo: «Este
homem está a blasfemar». Mas Jesus, conhecendo os seus pensamentos, disse:
«Porque pensais mal em vossos corações? Na verdade, que é mais fácil: dizer:
‘Os teus pecados estão perdoados’, ou dizer: ‘Levanta-te e anda’? Pois bem.
Para saberdes que o Filho do homem tem na terra o poder de perdoar os pecados,
‘Levanta-te - disse Ele ao paralítico - toma a tua enxerga(maca) e vai para casa’. O homem levantou-se e foi para casa. Ao ver isto, a multidão ficou cheia
de temor e glorificava a Deus por ter dado tal poder aos homens.
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do
dia:
Isaac da Estrela (?-c. 1171), monge cisterciense
Homilia 11, PL
194, 1728A–1729C
Há duas coisas que pertencem apenas a Deus:
a honra de receber a confissão e o poder de perdoar. Devemos confessar-nos a Ele
e esperar dele o perdão. Com efeito, perdoar os pecados pertence unicamente a
Deus; por isso é apenas a Ele que devemos confessá-los. Mas o Todo-Poderoso, o
Altíssimo, tendo tomado uma esposa fraca e insignificante, fez dela uma rainha.
E colocou-a a seu lado, ela que estava a seus pés; pois foi do seu lado que ela
saiu e foi por aí que Ele a desposou (Gn 2,22; Jo 19,34). E, tal como tudo o que
pertence ao Pai é do Filho e tudo o que é do Filho é do Pai, pela unidade da sua
natureza (Jo 17,10), assim também o esposo deu todos os seus bens à esposa e
tomou sobre Si tudo o que pertence à esposa, que uniu a Si mesmo e também a seu
Pai. [...]
Foi por isso que o Esposo, que é uno com o Pai e uno com a
esposa, lhe retirou tudo o que nela havia de estranho, fixando-o na cruz em que
carregou os pecados dela, pregando-os ao madeiro e destruindo-os pelo madeiro.
Ele assumiu o que era natural e próprio da esposa; e deu à esposa o que era
divino e próprio dele. [...] Deste modo, Ele partilha a fraqueza da esposa e os
seus gemidos, e tudo é comum ao Esposo e à esposa: a honra de receber a
confissão e o poder de perdoar. Tal é a razão desta frase: «Vai mostrar-te ao
sacerdote» (Mc 1,44).
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