sexta-feira, 25 de novembro de 2016

REFLETINDO A PALAVRA - “Eu te seguirei”

PADRE LUIZ CARLOS
DE OLIVEIRA CSsR
Segue-me
               Na liturgia do 12º domingo contemplamos Jesus ensinando que o caminho do discípulo era igual a seu. A seguir à profissão de fé de Pedro, “estava chegando o tempo de Jesus ser levado para o céu. Então Ele tomou a firme decisão de partir para Jerusalém” (Lc 9,51). O discípulo vai com ele neste caminho para a realização de Sua missão. Jesus, então, manda dois deles a sua frente, para prepararem a hospedagem. O caminho de Jesus é símbolo da contínua chamada que faz a segui-lo. Os samaritanos se recusam a recebê-lo porque vai para Jerusalém para cumprir Sua missão. É símbolo também da recusa que permeia a história da humanidade. Hoje refletiremos sobre este chamado. Temos três tipos de vocações. Uns se propõem ao chamado e outros se propõem a ele. Um Lhe diz: “Eu te seguirei para onde quer que tu fores” (57) . Jesus responde que não oferece comodidade nem acomodação. Até os animais têm ninhos e tocas. Mas Ele não tem onde repousar a cabeça (53). Jesus chama, como Deus chamou os profetas no Antigo Testamento para comunicar seu plano de vida e participar da vida do povo. O chamado exige disponibilidade total e total desapego, como Jesus que se desapegou de sua Divindade (Fl 2,6) para exercer a missão que o Pai lhe confiara. Jesus chama para seguir com Ele para Jerusalém. Seguí-lo significa unir-se a Sua Pessoa e a Sua missão. Para o que Jesus chama? Ir a sua frente preparando sua chegada como os discípulos que foram à aldeia samaritana para prepararem a hospedagem (52). Deus usou o profeta Elias para chamar Eliseu. Quais os critérios que Jesus tem para escolher? Todo aquele que esteja disposto a assumir o caminho. Não escolhe os bons, mas para que sejam bons.
Pondo a mão no arado
               Jesus convida dois para segui-lo. Um quer despedir-se dos pais e outro primeiro enterrá-los. As três respostas ao chamado traduzem, de certo modo, as mesmas tentações de Jesus que estão presentes em todas as tentações. Enterrar os pais significa deixar que morram primeiro. Jesus diz que deve desimpedir-se de negócios familiares. Há outros para cuidar disso. No caso do que quer despedir-se dos pais, trata-se do apego às tradições e ao passado. Não se trata de impedir o amor filial, mas desligar-se das tradições que impedem a radicalidade do Reino. Seguir Jesus e estar ligado às tradições judaicas, é como o homem que trabalha com o arado. Se olhar para trás, não segue o sulco e destrói o serviço. É como não prestar a atenção a sua mão no trânsito e ficar olhando para os lados. Pode provocar acidente. Jesus é modelo para a resposta ao chamado. Ele viveu estas realidades em sua vida. Jesus, aos que o aceitam, convidam a não usar violência, como João e Tiago que querem fogo do céu para castigar os que recusam. A paciência de Deus é maior.
Na liberdade do Espírito
            Paulo lembra a necessidade de sair da tradição judaica para viver na liberdade. Esta é a tentação daquele que queria se “despedir dos pais”. Cristo liberta destas opressões. Essa liberdade não justifica a libertinagem (Gl 5,13). O que orienta a liberdade é o amor guiado pelo Espírito: “Se sois conduzidos pelo Espírito, não estais sob o jugo da lei” (18). Brilhe em nossas vidas a luz de vossa verdade (oração). A resposta verdadeira ao evangelho está dentro do mandamento do amor, no procedimento segundo o espírito. A Resposta deve ser integral. 

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