Tudo o que sabemos da apresentação de Nossa Senhora no Templo não encontra fundamentos explícitos nos Evangelhos Canônicos, mas temos algumas pistas no chamado Proto-evangelho de Tiago, Livro de Tiago, ou ainda, História do nascimento de Maria. Entretanto, não quer dizer que careça de probabilidade histórica. Segundo a piedosa Tradição, tendo apenas três anos de idade Maria Santíssima foi levada ao Templo pelos pais em cumprimento de uma promessa, para ali com outras meninas receber educação adequada à sua idade e posição.
Tanto no Oriente, quanto no Ocidente observamos esta celebração mariana nascendo no meio do povo e com muita sabedoria sendo acolhida pela Liturgia Católica, por isso esta festa aparece no Missal Romano a partir de 1505, que busca exaltar a Jesus através dAquela que soube muito bem o que fazer com a vida, como diz Santo Agostinho, em um dos seus Sermões:
“Acaso não fez a vontade do Pai a Virgem Maria, que creu pela fé, pela fé concebeu, foi escolhida dentre os homens para que dEla nos nascesse a salvação, criada por Cristo antes que Cristo nEla fosse criado? Fez Maria totalmente a vontade do Pai e por isto mais valeu para Ela ser discípula de Cristo do que Mãe de Cristo; maior felicidade em ser discípula do que Mãe de Cristo. E assim Maria era feliz porque já antes de dar à luz o Mestre, trazia-o na mente”.
A Igreja do Oriente celebrava este fato com as honras de uma festa litúrgica. A Igreja do Ocidente comemora a Apresentação de Nossa Senhora desde o século VIII. Estabelecida primeiramente pelo Papa Gregório XI, em 1372, só para a corte papal, Sixto V declarou-a de obrigação para toda a Igreja em 1580 e, Clemente VIII elevou-a a duplex maior.
Os manuscritos não canônicos contam que Joaquim e Ana por muito tempo não tinham filhos, até que nasceu Maria, cuja infância foi total e livremente dedicada a Deus, impelida pelo Espírito Santo desde sua Concepção Imaculada.
Tanto os seus pais, como Ela própria, tiveram que fazer um sacrifício muito grande: os pais por se separarem daquela que viera trazer tanta luz às suas vidas; a menina, embora já de uma altíssima compreensão do ato que fazia, teria que se separar em tão tenra idade de seus amados pais. Mas, o que o salmista cantou, cheio de entusiasmo, traduziu-se na alma da bem-aventurada menina:
“Quão amáveis são os teus tabernáculos, Senhor dos Exércitos! A minha alma suspira e desfalece pelos átrios do Senhor”.
E entrarei junto ao altar de Deus, do Deus que alegra a minha mocidade.
Assim, Maria Santíssima se unia às poucas almas privilegiadas que rogavam pela vinda do Messias prometido, embora não sabendo o papel que teria na Encarnação. Ela mais do que ninguém, no silêncio do Templo, rezava e se sacrificava para que fosse dado ao mundo o Salvador. E pedia humildemente para ser a serva da Mãe de Cristo!...
Unamo-nos à Maria Ssma., pedindo que Ela apresse a vinda do Reino dEla, o qual Ela mesma prometeu em Fátima ao dizer que após muitos castigos, a Humanidade se converteria e “por fim o meu Imaculado Coração triunfará!”
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