segunda-feira, 31 de outubro de 2016

O hóspede educado

PADRE CLÓVIS DE JESUS
BOVO CSsR
Vice-Postulador da Causa
Venerável Padre Pelágio CSsR
Vejamos duas cenas de visita à casa de alguém: 
Primeira cena: Um homem do sertão baiano estava chegando à casa de um conhecido numa grande cidade, carregado de mochilas e sacolas, barriga vazia, noite indormida de ônibus. Apertou a campainha e o dono veio, limpando ainda a boca do café, deu-lhe a mão e foi logo dizendo: 
- Você não aceita nem um cafezinho? 
Com outras palavras, já estava mandando embora o compadre. Ainda bem que isto não passa de uma piada. Mas acontece sempre, talvez com mais educação. 
Segunda cena: Certa noite Jorge Washington (ainda não era presidente dos Estados Unidos) fez uma visita na casa de amigos. Na hora de partir, despediu-se de todos e depois parou na porta, junto à qual uma menina aguardava a fim de abrir para ele sair.Washington fez-lhe uma mesura agradecendo e disse: 
- Sinto muito ter que dar esse trabalho para você. 
Ao que ela respondeu: 
- Eu preferia estar abrindo a porta para o senhor entrar. 
Lição: O hospede criterioso sabe o momento de ir embora. Quando os donos da casa lhe disserem com toda a cortesia: “Ainda é cedo. Demore mais” em geral não passa de mera cortesia.
Recomende este portal aos seus amigos:

REFLETINDO A PALAVRA - “A transformação do amor”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA CSsR
1798. Evolução no amor 
O amor é tão misterioso que sempre tem uma face nova a nos encantar. Pensamos que seremos eternamente jovens com as belezas da juventude e todas as potencialidades. O brilho do sol na beleza da flor a faz ainda mais bela. As gotas da chuva e o sereno da noite são vitais para que a semente, no fruto que veio da flor, produza sementes novas para um amor sempre novo. Vemos tantos casais novos que se separam em tão pouco tempo de casados. A resposta é esta: “O amor acabou”. Se acabou não chegou a ser amor. Depois de tanto tempo de namoro, com uma vida de casados, surgem separações incompreensíveis. Perguntamos: “Não se conheciam?”. Sexo não sustenta um casamento. Só o amor constrói, já cantamos. Papa Francisco, em sua Exortação Apostólica Amoris Laetitia – Alegria do Amor - finaliza o capitulo IV com uma reflexão sobre as transformações do amor. Lembra que o tempo de casamento é muito mais longo, o que exige uma vivência muito maior que vai além dos aspectos físicos: “Talvez o cônjuge já não esteja apaixonado com um desejo sexual intenso que o atraia para a outra pessoa, mas sente o prazer de lhe pertencer e que esta pessoa lhe pertença, de saber que não está só, de ser um ‘cúmplice’ que conhece tudo da sua vida e de sua história e tudo partilha” (AL 163). É outro modo de amar. “É um querer-se bem mais profundo, com uma decisão do coração que envolve toda a existência” (Id). Amar como Deus ama: amor de acolhimento, amor doação. 
1799. Frutos do amor 
“O amor que se promete, supera toda emoção, toda forma de erotismo, sentimento ou estado de ânimo. É um querer-se bem mais profundo, com uma decisão do coração que envolve toda existência... No meio de um conflito não resolvido e, ainda que muitos sentimentos confusos girem dentro do coração, mantém-se viva dia a dia a decisão de amar, de se pertencer, de partilhar a vida inteira e continuar a amar-se e perdoar-se” (AL 163). É preciso saber perder partes para ganhar o todo. Minha mamãe dizia: “De vez em quando é preciso por água benta”. Isto é, saber fazer o que pode melhorar a situação e não tacar lenha na fogueira. Quando um não quer dois não brigam. O amor do casal supera a forma física e passa à beleza do coração. Há algo mais profundo, lembra o Papa Francisco, que é a identidade própria. Foi por ela que se enamorou. Assim podemos entender o amor de idosos, de doentes, de problemáticos. Há algo mais profundo que supera esses “detalhes” da vida. Foi isso que vi em papai e mamãe. Ela na cama e ele sempre ao lado. Sempre. Se percebia que ela estava sozinha, largava os outros e ia para o lado dela. Mesmo não falando nada, ele estava ali. Ela começava a chamar: Zé, Zé, ... A senhora quer o papai? - É. Ela não queria nada. Queria ele, o Zé. Ele lhe pegava na mão. O fruto do amor é amar sempre 
1800. Com amor eterno 
Como o matrimônio foi feito por amor, o amor permanece sempre novo, com cara nova, sempre o mesmo. “A nobreza da opção pelo outro, por ser intensa e profunda, desperta uma nova forma de emoção no cumprimento dessa missão conjugal. ‘A emoção provocada por outro ser humano como pessoa... não tende, de per si, para o ato conjugal’”(JPaulo II). O Papa lembra que “adquire outras expressões sensíveis, porque o amor é a única realidade, embora com distintas dimensões” (AL 164). O amor é sempre o mesmo, expresso diferentemente diante de situações diferentes da vida do casal. Será sempre uma busca constante de expressar o amor. Para isso é necessário também o Espírito Santo, pois o amor vem de Deus. 

EVANGELHO DO DIA 31 DE OUTUBRO

Evangelho segundo S. Lucas 14,12-14.
Naquele tempo, disse Jesus a um dos principais fariseus, que O tinha convidado para uma refeição: «Quando ofereceres um almoço ou um jantar, não convides os teus amigos nem os teus irmãos, nem os teus parentes nem os teus vizinhos ricos, não seja que eles por sua vez te convidem e assim serás retribuído. Mas quando ofereceres um banquete, convida os pobres, os aleijados, os coxos e os cegos; e serás feliz por eles não terem com que retribuir-te: ser-te-á retribuído na ressurreição dos justos. 
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia: 
São Bernardino de Sena (1380-1444), franciscano 
Tratado sobre a esmola 
«Convida os pobres.»
Dá a tua esmola com alegria. Que tudo aquilo que fazes por amor a Deus cante a alegria, e não o enfado. Porque está escrito: «o espírito triste seca os ossos» (Pr 17,22); o que significa que, quando um pobre vem bater à tua porta e tu lhe estendes a esmola de má vontade, o teu mérito foi consumido antes mesmo de teres flanqueado o limiar. Deves torná-la alegre com o coração, com as palavras e com as obras. 
Quando te vem bater à porta um mendigo que te solicita uma oferta por amor de Deus, responde-lhe de bom grado: «Bem-vindo!» Deste modo, estarás a testemunhar-lhe, pelo teu coração, pelas tuas palavras, pela tua expressão afável e pela tua prontidão, que fazes a tua oferta com alegria . A palavra que acompanha a esmola alegra mais do que pensas. E que preciosa ela se torna quando a dás de boa vontade e provas essa disposição com uma palavra de afeto! 

AFONSO RODRIGUEZ Jesuíta, Santo 1531-1617

O SANTO PORTEIRO JESUÍTA

Esse predilecto da Santíssima Virgem, cuja festa comemoramos neste mês, tornou-se grande santo e místico na humilde função de irmão leigo
*****
Afonso Rodríguez nasceu a 25 de julho de 1531, numa família de sete filhos e quatro filhas, sendo o segundo da numerosa prole. Como não era raro na época, seus pais, bastante virtuosos, criaram os filhos no amor e no temor de Deus e na devoção Àquela que é a Medianeira de todas as graças, Nossa Senhora.
Desde pequeno Afonso aprendeu a invocá-La e, em sua inocência, confiava-Lhe todos seus desejos e apreensões. Certo dia ― estaria ele já entrando na adolescência ― num transporte de amor, disse à soberana Senhora: “Ó Senhora, se Vós soubésseis quanto Vos amo! Eu Vos amo tanto, que Vós não podeis amar-me mais do que eu a Vós”. Ao que, aparecendo-lhe, disse-lhe a Rainha dos Céus: “Você se engana, meu filho, porque eu o amo muito mais do que você pode me amar”.

Primeiros contactos com a Companhia de Jesus

Dois religiosos jesuítas, indo pregar missão em Segóvia, hospedaram-se em sua casa. Afonso e seu irmão foram designados para atendê-los, e receberam, em troca do esmero com que o fizeram, bons conselhos e orientação religiosa. Foi o primeiro contacto que o futuro santo manteve com os jesuítas.
Com eles começariam, Afonso e seu irmão, seus estudos no colégio da Companhia em Alcalá. Dir-se-ia que o futuro de Afonso estava traçado: tornar-se-ia um sacerdote da Companhia de Jesus e brilharia por sua eloquência e santidade. Nada disso. Os caminhos da Providência eram outros. Afonso teve que interromper os estudos, com a morte do pai, pois, como seu irmão estava mais adiantado neles, era preferível que se formasse. Assim, Afonso tomou um rumo oposto: tornou-se o encarregado da loja de tecidos do falecido progenitor, e casou-se. Nasceram-lhe os dois primeiros filhos, um casal. Estava ele assim encaminhado para uma vida virtuosa dentro dos laços conjugais e como honesto comerciante.
CONTINUA EM MAIS INFORMAÇÕES:

WOLFGANG DE RATISBONA Bispo, Santo 924-994

No final do século I surgiu o novo contorno político dos países da Europa. Entre os construtores desse novo mapa europeu está o bispo são Wolfgang, também venerado como padroeiro dos lenhadores. Nascido no ano 924, na antiga Suábia, região do sudoeste da Alemanha, aos sete anos foi entregue à tutela de um sacerdote. Cresceu educado no Convento beneditino de Constança. Considerado um exemplo, nos estudos e no seguimento de Cristo, era muito devoto da eucaristia e tinha vocação para a vida religiosa. Saiu do colégio em 956, sem receber ordenação, para ser conselheiro do bispo de Trèves. Cargo que associou ao de professor da escola da diocese, onde arrebatava os alunos com sua sabedoria e empolgante maneira de ensinar. Com a morte do bispo em 965, decidiu retirar-se no Mosteiro beneditino da Suíça. Três anos depois, terminado o noviciado, ordenou-se sacerdote e foi evangelizar a Hungria. Na época, esses povos bárbaros tentavam firmar-se como nação, mas continuavam a invadir e saquear os reinos alemães, promovendo grandes matanças de cristãos. Wolfgang foi bem aceito e iniciou com sucesso a cristianização dos húngaros, organizando esses povos a se firmarem na terra como agricultores. Assim, começou a mostrar seu valor de pregador, pacificador e diplomata político também. Pouco tempo depois, em 972, era nomeado bispo de Ratisbona. Ratisbona, cidade da Baviera, cujos vales dos rios Reno e Naab ligam as terras da Boémia, que dependiam daquela diocese, ou seja, do bispo Wolfgang. Lá, ele, novamente, foi mestre e discípulo, professor e aprendiz. Mas foi, principalmente, o grande evangelizador e coordenador político. Caminhava de paróquia em paróquia dando exemplos de religiosidade e caridade, pregando e ensinando a irmãos, padres e leigos. Sua fé e dedicação ao trabalho trouxeram-lhe fama, e até o próprio duque da Baviera confiou-lhe os filhos para educar. Foi a atitude acertada, porque Henrique, o filho mais velho do duque, tornou-se imperador da Baviera. Bruno, o segundo filho, foi bispo exemplar, como seu mestre. A filha, Gisela, foi um modelo de rainha católica na história da Hungria. E finalmente, a outra filha, Brígida, tornou-se abadessa de um mosteiro fundado pelo bispo Wolfgang. Mas esse não foi o único mosteiro que criou, foram vários, além dos restaurados, das igrejas, hospitais, casas de repouso para velhos e creches para crianças, também fundados e administrados sob sua orientação. Sua visão evangelizadora era tão ampla que passava pelo curso político da história. Assim, surpreendeu os poderosos da época e até os superiores do clero quando decidiu separar da diocese de Ratisbona as terras da Baviera, para criar uma nova, com sua sede episcopal em Praga. Apesar das reclamações, agiu correctamente e fundou a diocese de Praga, que em 976 teve seu primeiro bispo, Tietemaro, depois sucedido pelo grande santo Alberto, doutor da Igreja. Desse modo, robusteceu a missão evangelizadora e o cristianismo firmou raízes nas terras germânicas. Em 974, devido à luta entre Henrique II da Baviera e o imperador Oto II da Alemanha, refugiou-se num mosteiro em Salzburg. E não perdeu tempo, erguendo, ali perto, uma igreja dedicada a são João Baptista, que depois foi aumentada, reformada e, em sua memória, recebendo o seu nome. Wolfgang fazia uma viagem evangelizadora pela Áustria quando adoeceu. Morreu alguns dias depois, em Pupping, no dia 31 de outubro de 994. Foi canonizado em 1052, pelo papa Leão IX. A festa de são Wolfgang, celebrada no dia de sua morte, é uma das mais tradicionais da Igreja, especialmente entre os povos cristãos de língua germânica.
Fonte: http://www.paulinas.org.br/

31 de Outubro - São Quintino Mártir (século III)

As notícias sobre o apóstolo da Picardia são duvidosas. Certa é, de qualquer maneira, sua existência e o martírio sofrido em Vermand, cidade que hoje leva seu nome, Saint-Quintin, às margens do rio Somme. Segundo a tradição — reconstruída várias vezes e enriquecida de episódios lendários —, Quintino era romano, quinto filho de uma família numerosa (fato insólito no baixo império) e cristã. Partiu de Roma com alguns companheiros para evangelizar a Gália. Com ele estava Luciano, também mártir e santo. Os dois dividiram entre si o território da Picardia para evangelizar. Luciano escolheu Beauvais; Quintino estabeleceu-se em Amiens e, a partir daí, difundiu a mensagem evangélica nas regiões circunvizinhas. Fê-lo com muito sucesso, até o momento em que o prefeito romano julgou oportuno detê-lo e encerrá-lo na prisão, numa tentativa de fazê-lo mudar de opinião, talvez, devolvendo-o a Roma. Mas Quintino não era do gênero dos que se furtam a compromissos e o prefeito condenou-o à morte. Como romano, o obstinado missionário merecia o privilégio — se tal cabe dizer — da decapitação. Mas como cristão (e os cristãos eram acusados de ateísmo por causa de sua recusa em adorar os deuses de Roma), teve uma morte dolorosa, precedida de várias torturas. Tudo isso aconteceu durante o império de Diocleciano ou de Maximiano (a tradição não é clara). A lenda se desdobra, a seguir, em outras particularidades. O corpo de Quintino foi lançado a um rio em cujo fundo teria permanecido cerca de 50 anos, até que as orações de uma mulher piedosa o fizeram vir à tona, ainda intacto. Ou, mais provavelmente — retifica outra tradição —, o corpo de são Quintino teria sido reencontrado por um santo monge que lhe deu digna sepultura, erigindo sobre sua tumba um mosteiro a ele dedicado, perto de Vermand, lugar de peregrinações populares desde a alta Idade Média. 
(Retirado do livro "Os Santos e os Beatos da Igreja do Ocidente e do Oriente", Paulinas Editora) 
Os textos que foram retirados de obras da Paulinas e as ilustrações, criadas exclusivamente para serem utilizadas neste site, estão protegidos pela Lei dos Direitos Autorais. Para a sua utilização, é obrigatória a inserção de crédito com o link 

31 DE OUTUBRO - PORTEIRO DO CONVENTO MAIS DE 40 ANOS

Afonso Rodrigues (1532-1617) é um santo espanhol, filho de comerciantes. Devido à morte prematura do pai, precisou interromper os estudos para cuidar do comércio que ele deixou. Mas não tinha queda para negócio.A conselho da mãe, casou-se com Maria Juarez e teve dois filhos. Não teve sorte, porém. Logo morreram a esposa e os filhos. Minado pela dor e pelo remorso, pois pensava ter sido culpado de tudo isso, entregou-se a jejuns prolongados, vigílias de oração e outras penitências que quase puseram fim à própria vida. Finalmente entrou na Ordem dos Jesuítas e achou a paz. Exerceu durante mais de 40 anos o ofício de porteiro no convento de Monte Sião em Palmas, colônia da Espanha. Foi sempre um exemplo de humildade, obediência e seriedade no cumprimento dos deveres. Era proverbial sua obediência aos Superiores. A esse respeito contam-se varios casos. Certa vez negou-se a abrir a porta ao vice rei de Portugal, porque o seu Superior lhe dissera que não abrisse a porta para ninguém, fora do horário de atendimento. Escreveu diversos livros, entre os quais “Memórias” e “Prática da Perfeição Cristã”, sob a inspiração do Espírito Santo. Santo Afonso Rodrigues, grande místico do século XVI, rogue por nós!
PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO CSsR
Vice-Postulador da Causa
Venerável Padre Pelágio CSsR
Recomende este portal aos seus amigos:

ORAÇÃO DE TODOS OS DIAS - 31 DE OUTUBRO

Pe. Flávio Cavalca de Castro, 
redentorista
Oração da manhã para todos os dias 
Senhor meu Deus, mais um dia está começando. Agradeço a vida que se renova para mim, os trabalhos que me esperam, as alegrias e também os pequenos dissabores que nunca faltam. Que tudo quanto viverei hoje sirva para me aproximar de vós e dos que estão ao meu redor.
Creio em vós, Senhor. Eu vos amo e tudo espero de vossa bondade.
Fazei de mim uma bênção para todos que eu encontrar. Amém.  
As reflexões seguintes supõem que você antes leu o texto evangélico indicado.
31 ─ Segunda-feira ─ Santo Alonso 
Evangelho (Lc 14,12-14) “Pelo contrário, quando deres uma festa, convida os pobres, os aleijados, os coxos, os cegos.” 
Jesus tinha aceitado o convite de um fariseu influente e, ao que parece, muito rico. Aceitou e comeu à sua mesa, mas não deixou de chamar sua atenção para a motivação de sua vida. Não devia guiar-se por interesses, fazendo favores à espera de favores, dando para receber. Assim nos ensina que devemos fazer o bem motivados pela caridade, pelo amor sem segundas intenções. 
Oração
Senhor Jesus, quero viver como ensinais. Mas preciso de vossa graça para guiar-me em tudo pelo amor e pela sinceridade. Reconheço que muitas vezes sou guiado por antipatias ou simpatias, por interesses e expectativas. Perdoai-me, purificai minhas intenções, e ajudai-me a fazer o bem a todos que de mim precisam, dando preferência apenas aos mais pobres e necessitados. Amém.

domingo, 30 de outubro de 2016

FOI UM SIMPLES ACIDENTE?

PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO CSsR
Vice-Postulador da Causa
Venerável Padre Pelágio CSsR
Dona Bárbara estava delirando. No delírio revia cenas de brigas e discussões que aconteciam todo o dia na sua casa. Os semblantes contraídos e encolerizados do marido e dos filhos refletiam-se no seu rosto como numa tela. Pouco a pouco essas imagens sinistras se desvaneceram. Ela abriu os olhos lentamente, e perguntou: 
- Onde estou?
- Aqui no hospital. Eu sou a Irmã enfermeira. Fique tranqüila. Logo vai ficar boa.
- O que aconteceu comigo, Irmã?
- Foi um acidente de carro. O motorista do caminhão contou que o carro da senhora saiu da mão, e quase bateu no caminhão. Uma feliz manobra dele evitou o pior. Com os filhos não aconteceu nada. 
- Eu estava mesmo com o pensamento longe do trânsito. 
- Vou telefonar para seu marido, dizendo que não houve ferimentos graves. 
- Mas diga que não posso receber visita... 
A Irmã ligou o delírio com as reações de repulsa que ela teve quando ouviu o nome do marido. Realmente, as coisas não andavam bem na casa deles. Nisto foi anunciada a chegada do esposo. A Irmã o introduziu numa sala e disse que o acidente não tivera maiores conseqüências. E acrescentou, meio hesitante: 
- É um acidente misterioso. Ela mesma não sabe explicar como aconteceu...
Ricardo sacudiu os ombros: 
- Sei lá... Alta velocidade?... Falta de atenção?...
- Eu digo mais, acrescentou a Irmã. Quando as preocupações e os problemas de família sobem até a cabeça, tudo pode acontecer. Até mesmo um acidente de trânsito...
- Realmente, nossa convivência em casa não vai bem.
Seu Ricardo percebeu o que a Irmã queria dar a entender: 
Que fizesse uma revisão na sua situação familiar. Já estava passando do tempo. 
Lição:- Quais são as possíveis causas de um acidente de carro? Falha mecânica?... Falha humana?... Esta é a mais freqüente.
Recomende este portal aos seus amigos:

Homilia do 31º Domingo Comum (30.10.16)

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA CSsR
“Hoje a salvação chegou a esta casa”
Jesus busca os perdidos
            Há algo muito importante no encontro de Cristo com Zaqueu que era um pecador público e odiado por sua profissão de arrecadar impostos para o dominador estrangeiro. E era o chefe. Era de baixa estatura. Nele há o grande desejo de ver Jesus, mas era impedido pela multidão. Não mede esforços para vê-Lo. Elevou-se interior e fisicamente subindo numa árvore. Jesus viu seu esforço de encontrá-Lo. Deus não rejeita a quem O busca. Zaqueu corre à frente e sobe numa figueira para ver Jesus que devia passar por ali. Jesus lhe disse: Zaqueu, desce depressa! Hoje devo ficar em tua casa. O evangelista acentua a palavra hoje, pois a retoma quando diz: “Hoje a salvação entrou nesta casa” (Lc 19,5.9). Podemos retomar essa palavra como o momento permanente da ação de Deus. O Pai que envia o Filho para a salvação realiza uma obra sempre nova. Deus é sempre o mesmo. Para Ele tudo é sempre hoje. Por isso os mistérios de Cristo são realizados sempre em uma total novidade. Deus escolhe o povo: “Hoje Deus te escolheu para seres seu povo” (Dt 26,17). Rezamos no Pai Nosso: “Dá-nos hoje o pão nosso” (Mt 6,11). Disse ao ladrão: “Hoje estarás comigo no Paraíso” (Lc 23,43). Todo momento de salvação está no Hoje de Deus. Com essa salvação estão todos os dons de Deus presentes no seu Hoje eterno. Zaqueu recebe Jesus como salvação. Esta salvação é oferecida sem ser pedida. O pequeno homem só queria ver Jesus passar. E viu Jesus ficar. Como sempre, toda ação de Deus tem iniciativa Nele. O pequeno homem foi acolhido no Hoje de Deus.
A salvação entrou nessa casa
            A salvação é para todos. Jesus disse: “Também esse homem é um filho de Abraão. Jesus revela mais ainda sua missão: Com efeito, o Filho do Homem veio procurar e salvar o que estava perdido” (Lc 19,9-10). Jesus tem como fundamental de sua vida buscar a ovelha perdida sem fazer distinção nem colocar condições. Os judeus comentavam: “Ele foi hospedar-se em casa de um pecador” (Lc 19,7). Ele tem motivos: A salvação é dada a todos. Compreendemos também que a atitude de Zaqueu de distribuir os bens e pagar a quem roubou é fruto de uma conversão do coração. A injustiça só será eliminada quando houver uma conversão do coração e uma disposição de reparar o erro feito. Por que devolver quatro vezes? A lei previa que, quem roubasse, teria que devolver quatro vezes o valor (Ex 21,37). Escreve o livro da Sabedoria comentando as atitudes de Deus: “O teu espírito incorruptível está em todas as coisas. É por isso que corriges com carinho os que caem e os repreendes, lembrando-lhes seus pecados, para que se afastem do mal e creiam em ti, Senhor (Sb 12,1-2). É um processo de ressurreição.
Não impedir os pequenos
            Que possamos correr livremente ao encontro de tuas promessas (Oração). A Palavra salienta o quanto Deus reconhece todos, sobretudo os pequenos e frágeis. Isso é um indicativo para a pastoral. Às vezes somos grandes, fazemos grandes coisas, e os pequenos e frágeis não têm espaço. E mesmo são desvalorizadas as pequenas coisas, os detalhes e o que é pequeno aos nossos olhos, mas grande aos olhos de Deus. Lembramos também as crianças e mesmo os jovens que não têm espaço nas celebrações e na vida da Igreja. Excluir pequenos, frágeis, jovens e crianças é perdê-los definitivamente. A missão da Igreja é a mesma de Jesus e não pode esquecer que ela também deve buscar o que estava perdido. Como Jesus vem em busca do homem perdido, também devemos fazer o mesmo.
Leituras: Sabedoria 11,22-12,2; Salmo 144; 2 Tessalonicenses 1,11-2,2; Lucas 19,1-10
 
1.  A cena do encontro com Zaqueu mostra que Jesus nos busca respondendo às nossas mínimas atitudes de busca. 
2.  Jesus oferece a salvação a todos, sem colocar condições. 
3.  Na pastoral não podemos deixar fora as crianças os jovens e os pobres.

            Baixinho que ficou grande.

            Era de pequena estatura e ficou grande.
            Lemos no livro da Sabedoria que diante de Deus tudo é muito pequeno. O universo é um grão de areia na balança. Não muda o peso. É uma gota de orvalho. Esse Deus tão imenso tem compaixão, ama tudo e todos, pois foi Ele mesmo que nos fez assim.
            Em seu tratamento conosco Ele é misericórdia e piedade, é amor e paciência. É compaixão. O Senhor é muito bom para com todos. Sua ternura abraça toda criatura. Assim reza o salmo 144.
            O evangelho desse domingo nos traz um fato muito conhecido e marcante: a conversão de Zaqueu, o homem pequeno que subiu a uma árvore para ver Jesus. Era muito rico. Mas sendo baixinho, o povo o impedia de ver Jesus. Era algo natural, mas reflete o quanto podemos impedir que as pessoas vejam Jesus. Ele baixo, se humilhou e subiu a uma árvore.
            Jesus o viu. Mandou descer e lhe disse: “Zaqueu, desce depressa! Hoje eu devo ficar na tua casa. Ele desceu depressa e O recebeu com alegria” (Lc 19,5-6). Jesus se abaixa e vai à casa de um pecador.  Aí começa o diz que diz: “Ele foi hospedar-se na casa de um pecador” (id. 7). A atitude de Jesus é contrária ao pensamento puro dos fariseus. Jesus, hospedando-se em casa de um homem pecador, se faz igual. Deus se abaixou justamente para buscar o que estava perdido.
            Zaqueu se põe em atitude de conversão, não só espiritual, mas a verdadeira conversão que reestrutura a vida: “Dou a metade de meus bens aos pobres”. Jesus quando nos visita quer uma mudança total.

            Nas últimas palavras do texto Jesus afirma que todos são filhos de Deus: “Também este homem é filho de Abraão”. E confirma sua missão como redentor: “O Filho do Homem veio procurar e salvar o que estava perdido” (Id. 9-10).
Evangelho segundo S. Lucas 19,1-10.
Naquele tempo, Jesus entrou em Jericó e começou a atravessar a cidade.Vivia ali um homem rico chamado Zaqueu, que era chefe de publicanos. Procurava ver quem era Jesus, mas, devido à multidão, não podia vê-l’O, porque era de pequena estatura. Então correu mais à frente e subiu a um sicómoro, para ver Jesus, que havia de passar por ali. Quando Jesus chegou ao local, olhou para cima e disse-lhe: «Zaqueu, desce depressa, que Eu hoje devo ficar em tua casa». Ele desceu rapidamente e recebeu Jesus com alegria. Ao verem isto, todos murmuravam, dizendo: «Foi hospedar-Se em casa dum pecador». Entretanto, Zaqueu apresentou-se ao Senhor, dizendo: «Senhor, vou dar aos pobres metade dos meus bens e, se causei qualquer prejuízo a alguém, restituirei quatro vezes mais». Disse-lhe Jesus: «Hoje entrou a salvação nesta casa, porque Zaqueu também é filho de Abraão. Com efeito, o Filho do homem veio procurar e salvar o que estava perdido». 
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia: 
Filoxeno de Mabug (?-c. 523), bispo da Síria 
Homilia n.º 4, 79-80 
Zaqueu descobre o único bem verdadeiro
Nosso Senhor chamou Zaqueu do sicómoro para onde ele tinha subido, e Zaqueu apressou-se a descer, recebendo-O imediatamente em sua casa. Isto porque, mesmo antes de ter sido chamado, tinha a esperança de O ver e de se tornar seu discípulo. É coisa admirável que tenha acreditado nele sem que Nosso Senhor lhe tenha falado e sem O ter visto com os olhos do corpo, mas simplesmente com base na palavra dos outros. A fé que havia nele, que tinha sido preservada na sua vida e saúde naturais, manifestou-se quando acreditou em Nosso Senhor, no momento em que soube que Ele tinha chegado. A simplicidade desta fé tornou-se evidente quando prometeu dar metade dos seus bens aos pobres e devolver o quádruplo daquilo de que se tivesse apoderado de forma desonesta. 
Com efeito, se o espírito de Zaqueu não tivesse sido, naquele momento, repleto da simplicidade que convém à fé, ele não teria feito semelhante promessa a Jesus, nem teria dispensado e distribuído em tão pouco tempo aquilo que tinha levado anos de trabalho a juntar. A simplicidade distribuiu por todos o que a astúcia tinha ajuntado, a pureza de alma dispersou o que a fraude tinha adquirido, e a fé renunciou ao que a injustiça tinha obtido e possuído, proclamando que nada daquilo lhe pertencia. 
Porque Deus é o único bem da fé, que se recusa a possuir outros bens com Ele. Para ela, os outros bens têm pouca importância, em comparação com o único bem duradouro que é Deus. Recebemos em nós a fé para encontrarmos a Deus e O possuirmos apenas a Ele, e para percebermos que, fora dele, coisa alguma vale seja o que for.

MARIA RETISTUTA KAFKA Religiosa, Mártir, Beata 1894-1943

No dia primeiro de maio de 1894, nasceu Helene, filha de Anton e Maria Kafka, na cidade de Brno, atual República Checa. Naquele tempo, a região chamava-se Moravia, e estava sob o governo do imperador austríaco Francisco José. Em 1896, a família Kafka transferiu-se para Viena, capital do Império Austro-Húngaro. Helene concluiu os estudos e formou-se enfermeira, com o desejo de tornar-se religiosa. No início, conformou-se com a negativa dos pais, mas, ao completar vinte anos, ingressou na Congregação das Franciscanas da Caridade Cristã, agora com a bênção da família. Como religiosa, adotou o nome de irmã Maria Retistuta, o primeiro em homenagem a sua mãe e o segundo a uma mártir do século I. Mas logo recebeu o apelido carinhoso de "irmã Resoluta", pelo seu modo cordial e decidido e por sua segurança e competência como enfermeira de sala cirúrgica e anestesista. No hospital de Modling, em Viena, a religiosa tornou-se uma referência para os médicos, enfermeiras e, especialmente, para os doentes, aos quais soube comunicar com lucidez o amor pela vida, na alegria e na dor Foram muitos anos que serviu a Deus nos doentes, para os quais estava sempre disponível. Em março de 1938, Hitler mandou o exército ocupar a Áustria. Viena tornou-se uma das bases centrais do comando nazista alemão. Irmã Restituta colocou-se logo contrária a toda aquela loucura desumana. Não teve receio de mostrar que, sendo favorável à vida, não apoiaria, jamais, o nazismo de Hitler, fosse qual fosse o preço. Por isso, quando os nazistas retiravam o crucifixo também das salas de cirurgia, ela, serenamente, o recolocava no lugar, de cabeça erguida, desafiando os nazistas. Como não se submetia e muito menos se "dobrava", os nazistas a eliminaram. Foi presa em 1942. E ela fez da prisão uma espécie de lugar de graça, para honrar o nome de sua consagração, ou seja, Restituta, aquela que foi restituída para Deus. Irmã Resoluta esperou cinco meses na prisão para morrer. Em 30 de março de 1943, foi decapitada. Para as franciscanas, mandou uma mensagem: "Por Cristo eu vivi, por Cristo desejo morrer". E na frente dos assassinos nazistas, antes que o carrasco levantasse a mão que a mataria, irmã Restituta disse ao capelão: "Padre, faça-me na testa o sinal da cruz". O papa João Paulo II, em 1998, elevou irmã Maria Restituta Kafka aos altares para ser reverenciada pela Igreja como bem-aventurada. A sua festa litúrgica foi marcada para o dia 30 de outubro, data em que foi decretada a sua sentença de morte.
http://www.paulinas.org.br/

30 de Outubro - São Marcelo Mártir (+298)

O martírio de São Marcelo está estreitamente ligado ao de são Cassiano, e sua Paixão é um belo exemplo de autenticidade, graças a sua prosa enxuta, essencial e sem digressões, sem os enriquecimentos usuais na história dos primitivos cristãos. Marcelo era um centurião do exército romano da guarnição de Tânger. Como tal, foi enviado a participar dos festejos do aniversário do imperador Diocleciano. Era sabido que, em tal circunstância, os participantes deveriam honrar uma estátua do imperador com o gesto de lançar incenso no braseiro posto a seus pés, o que os cristãos consideravam idolátrico. Marcelo recusou-se a fazê-lo e, para mostrar-se coerente, retirou as insígnias de centurião, jogou-as aos pés da estátua e declarou-se cristão, o que era passível da pena capital. Foi chamado o escrivão para que redigisse uma ata oficial sobre a rebeldia do centurião. O funcionário — em latim, exceptor — recusou-se a redigir as atas processuais. Imitando o centurião Marcelo, jogou fora a pena, protestou pela injustiça perpetrada contra os inocentes, condenados à morte por adorarem o único e verdadeiro Deus, e declarou-se também ele cristão. Foram ambos aprisionados e, poucos dias depois, sofreram o martírio: Marcelo em 30 de outubro; Cassiano em 3 de dezembro. O poeta Prudêncio dedica-lhes um hino. 
(Retirado do livro "Os Santos e os Beatos da Igreja do Ocidente e do Oriente", Paulinas Editora)
Os textos que foram retirados de obras da Paulinas e as ilustrações, criadas exclusivamente para serem utilizadas neste site, estão protegidos pela Lei dos Direitos Autorais. Para a sua utilização, é obrigatória a inserção de crédito com o link
http://www.paulinas.org.br/diafeliz/?system=santo&id=920#ixzz3pzhlSrDP
para acesso ao site.

S. Geraldo de Potenza, bispo, +1119

S.Geraldo era natural de Placência e transferiu-se para Potenza. No Martirológio Romano, é fixada a memória de São Geraldo, bispo de Potenza, na Lucânia. Foi escolhido bispo por suas virtudes. Morreu apenas oito anos após a sua escolha para o episcopado. O seu sucessor, Manfredo, escreveu a vida do bispo S. Geraldo. Mas há outro Geraldo, também ele de Potenza, que teve fama bem superior ao bispo medieval. Trata-se de São Geraldo Majela, um dos santos mais populares da Itália meridional (+1755). E há motivo para esta popularidade: ele era invocado sobretudo pelas gestantes e parturientes. Sua vida está repleta de privações, de sofrimentos, de humilhações, mas tudo está profundamente animado, finalizado com um encontro vivo e pessoal com Deus. São Geraldo, no seu leito de morte, podia afirmar não saber o que fosse uma tentação impura: tinha sobre a mulher uma concepção superior - olhava toda a mulher como uma imagem de Nossa Senhora, "louvor perene à Santíssima Trindade". Eram entusiasmos místicos de uma alma simples, mas cheia de amor espiritual. Exclamava frequentemente: "Meu querido Deus, meu Espirito Santo", sentindo dentro de si a bondade e o amor infinitos de Deus.

30 DE OUTUBRO – O GRANDE “REZADOR”

Pe. Amando Passerat (1772-1858 ) é francês. Viveu no tempo das grandes revoluções e agitações políticas. Foi preso mais de uma vez. Foi arrolado nas tropas revolucionarias da França e promovido a comandante do esquadrão. Mas não estava contente. Sua vocação era outra. Arquitetou um plano de fuga: Aproveitando-se da sua posição no exército levou o batalhão para a fronteira com a Alemanha, e de noite passou para o outro lado. Foi preso pelos alemães, mas libertado ao saberem de suas opiniões sobre a República francesa. Agora começou sua peregrinação por cidades e paises, à procura de um seminário. Chegando a Varsóvia, juntou-se aos Redentoristas, e foi ordenado padre.Como não conhecesse nem o alemão nem o polonês, não podia trabalhar na pastoral direta. Assim foi professor de teologia, mestre de noviços e prefeito dos estudantes. São Clemente o descreve “como um homem de grande santidade e vir tu”.Tentou fundar comunidades redentoristas em vários lugares, mas sofreu humilhações e expulsões. Devido às dificuldades em trabalhar na ativa por causa das perseguições, ele se recolhe para rezar no silêncio. Tinha uma verdadeira paixão pela vida interior.Morreu com 86 anos, sem ter conseguido muita coisa, mas ficaram as sementes que logo brotariam fecundadas pelo seu suor.
PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO CSsR
Vice-Postulador da Causa
Venerável Padre Pelágio CSsR
Recomende este portal aos seus amigos:

ORAÇÃO DE TODOS OS DIAS - 30 DE OUTUBRO

Pe. Flávio Cavalca de Castro, 
redentorista
Oração da manhã para todos os dias 
Senhor meu Deus, mais um dia está começando. Agradeço a vida que se renova para mim, os trabalhos que me esperam, as alegrias e também os pequenos dissabores que nunca faltam. Que tudo quanto viverei hoje sirva para me aproximar de vós e dos que estão ao meu redor.
Creio em vós, Senhor. Eu vos amo e tudo espero de vossa bondade.
Fazei de mim uma bênção para todos que eu encontrar. Amém.  
As reflexões seguintes supõem que você antes leu o texto evangélico indicado.
30 ─ 31º Domingo Comum ─ São Gonçalo
Evangelho (Lc 19,1-10) “Havia ali um homem chamado Zaqueu, que era chefe dos cobradores de impostos e muito rico.”
A figura de Zaqueu é a de um pecador, desprezado e olhado com desconfiança pelos que se julgavam gente de bem. Ainda não tinha nem visto Jesus, mas já se sentia atraído por ele. O poder salvador do Mestre já estava agindo em seu coração, e estava começando a vencer. Pela descrição de Lucas, Jesus não o viu de longe, nem precisava. Quando chegou debaixo da árvore, olhou para cima, porque sabia que Zaqueu ali estava. Afinal, desde o começo, a iniciativa era sempre de Jesus. Chamou-o, e o homem desceu depressa, e ficou muito surpreso quando o Rabi, que todos respeitavam, convidou-se para ser seu hóspede. E o milagre da transformação aconteceu: “Dou metade de meus bens aos pobres e se...” 
Oração
Senhor Jesus, a iniciativa é sempre vossa. Não esperais que me volte para vós e vos peça socorro. Quando ainda nem me dei conta de minha pobre fraqueza, vós já estais agindo em meu coração convidando, atraindo, dando-me fome e sede de vós. É imensa vossa misericórdia para comigo. Quero agradecer-vos tanto cuidado por mim. Abri, como podeis, minhas portas e tomai posse de minha vida. Mudai-me, transformai-me para que vos possa ter sempre comigo. Arrancai de mim todo orgulho e toda cobiça. Ensinai-me a amar, para que aprenda servir não procure poder e força. Quero viver como viveis e me ensinais. Sei que preciso continuamente de vossa ajuda. Dai-me, então, a graça de rezar sempre pedindo para vos ser fiel. Amém.

sábado, 29 de outubro de 2016

VER TUDO COM OS OLHOS DE DEUS

PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO CSsR
Vice-Postulador da Causa
Venerável Padre Pelágio CSsR
Havia um homem, considerado justo, que ao falecer foi ao encontro do Pai. Contudo, por se considerar justo, São Pedro colocou-o numa sala de espera para ser entrevistado pelo próprio Deus. Enquanto esperava, viu sobre a mesa um par de óculos muito bonito. Pensou: 
-“Estes óculos devem ser de Deus. Se eu olhar o mundo com eles, enxergarei da forma que Deus enxerga”. 
Pensou e fez. Olhando para o mundo lá em baixo, viu que sua esposa (viúva há menos de uma semana) já havia arranjado outro marido; suas filhas estavam brigando por causa da herança; e a vida entre seus familiares transformara-se em um caos. O homem, considerando-se justo, revoltou-se e começou a murmurar e reclamar: 
-“Como podem acontecer estas coisas? Eu que eduquei tanto minha família! E minha mulher dizia que me amava, etc.” 
Nisto chegou Deus e se pôs a escutar as queixas do homem. Após acolher o desabafo respondeu: 
-“Meu precioso filho, você olhou o mundo com meus óculos, mas não com meus olhos e meu coração, por isso você só percebeu as maldades existentes na terra...”. 
Lição: Não devemos olhar as pessoas com os óculos do preconceito, da disputa, da arrogância e do autoritarismo, mas com o olhar da compreensão.
Recomende este portal aos seus amigos:

REFLETINDO A PALAVRA - “Comunhão das alegrias celestes”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA CSsR
Escutam minha voz
               O tempo pascal é uma catequese sobre o Ressuscitado e orientação para a Vida Nova. Os apóstolos tinham consciência de Sua presença no meio deles e razão do sucesso de suas pregações. A Palavra de Deus era como uma rede que pegava grande quantidade de peixes para dentro da barca do Reino. Na reflexão deste 4º Domingo da Páscoa conhecemos Jesus como o pastor que guia suas ovelhas. A Carta aos Hebreus reflete o que Jesus disse de si: “Jesus, o pastor das ovelhas” (Hb 13,20). As ovelhas escutam sua voz (Jo 10,27). A liturgia do 3º domingo refletiu sobre os anunciadores da Palavra. Neste domingo reflete sobre os que a ouvem. Voltamos ao simbolismo do pastor e do rebanho, como lemos no Antigo Testamento e que Jesus descreve no capítulo 10 de S. João: “Eu sou o bom pastor;” (Jo 10,14). Estabelece-se entre o pastor e as ovelhas uma relação de conhecimento: “Conheço minhas ovelhas e elas me conhecem”(14). Este conhecimento não é só intelectual, mas de vida, como experiência de uma pessoa com a qual se une como vida. Por isso o Pastor lhes dá a vida eterna que é a participação na vida divina, já na atual condição. E elas não se perderão (28). Este conhecimento dispõe a ovelha ao seguimento. Todo fiel que conhece a Cristo segue-O até à cruz para chegar à Ressurreição. A unidade com Cristo é também unidade com o Pai, pois Jesus diz: “Eu e o Pai somos um” (30). As comunidades sofriam a insegurança de sentir a ausência do Pastor. O evangelho continua dizendo que “as ovelhas jamais se perderão e ninguém vai arrebatá-las de minha mão... e ninguém poderá arrebatá-las das mãos do Pai” (Jo 10,26-27). Estamos garantidos por Jesus, o Pastor. Deus cuida bem de seu rebanho através de seu Filho e através de nós que cremos.
Sim é bom o Senhor
               Rezamos no salmo 99 que “é bom o Senhor nosso Deus”. Nós somos o seu rebanho e vivemos sua bondade. Neste tempo pascal  vivemos nas belezas e certezas do amor de Deus manifestas em Cristo. A leitura do Apocalipse revela a vida no Reino futuro. A partir do batismo vivemos a vida nova do Reino. A felicidade dos mártires que Nero matou é um estímulo aos batizados a suportar as contradições, como Paulo suportou. Eles “lavaram suas vestes no sangue do Cordeiro”... “Nunca mais sentirão fome, nem  sede. O Cordeiro será seu pastor e os conduzirá às fontes da água da vida. E Deus enxugará as lágrimas de todos os olhos” (Ap 7,14b.16-17). Não se trata só de um futuro, pois a vida eterna começa agora.  Somos alimentados, dessedentados e não seremos deixados à sorte, pois Jesus é o pastor que nos guia e estabelece conosco um relacionamento de unidade, como ele tem com o Pai. Em nossa fraqueza temos a fortaleza do Pastor (coleta).
Mistério da recusa
               Os anunciadores da Palavra recebiam a recusa  dos judeus: “Era preciso anunciar a Palavra de Deus primeiro a vós. Mas, como a rejeitais e vos considerais indignos da vida eterna, sabei que vamos dirigir-nos aos pagãos” (At 13,46). A recusa se transforma em perseguição. Os inimigos envolvem mulheres piedosas e homens influentes que os expulsam do território. Há gente que participa da Igreja e é piedosa, enquanto não se lhes toca a ferida. Em nome de Deus perseguem quem proclama o Evangelho com clareza e sem compromissos. As perseguições contra a Igreja movidas pelos meios de comunicação dirigidos por inimigos ou falsos irmãos, continuam a perseguição contra Jesus.
https://padreluizcarlos.wordpress.com/

EVANGELHO DO DIA 29 DE OUTUBRO

Evangelho segundo S. Lucas 14,1.7-11.
Naquele tempo, Jesus entrou, num sábado, em casa de um dos principais fariseus para tomar uma refeição. Todos O observavam. Ao notar como os convidados escolhiam os primeiros lugares, Jesus disse-lhes esta parábola: «Quando fores convidado para um banquete nupcial, não tomes o primeiro lugar. Pode acontecer que tenha sido convidado alguém mais importante do que tu; então, aquele que vos convidou a ambos, terá que te dizer: ‘Dá o lugar a este’; e ficarás depois envergonhado, se tiveres de ocupar o último lugar. Por isso, quando fores convidado, vai sentar-te no último lugar; e quando vier aquele que te convidou, dirá: ‘Amigo, sobe mais para cima’; ficarás então honrado aos olhos dos outros convidados. Quem se exalta será humilhado e quem se humilha será exaltado». 
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia: 
Diádoco de Foticeia (c. 400-?), bispo 
Sobre a perfeição espiritual, 12-15 
Dar a Deus o lugar principal
Aquele que a si próprio se preza não pode amar a Deus; mas aquele que não se preza, devido às riquezas superiores da caridade divina, esse ama a Deus. É por isso que tal homem nunca procura a própria glória, mas a de Deus; porque o que a si mesmo se preza procura a glória própria. Aquele que preza a Deus ama a glória do seu Criador. É, de facto, próprio das almas profundas e amigas de Deus procurar constantemente a glória de Deus em todos os mandamentos que cumprem, e ter regozijo na própria humilhação. Porque a Deus convém a glória em razão da sua grandeza, e ao homem a humilhação; deste modo se torna o homem próximo de Deus. Se assim agirmos, regozijando-nos com a glória do Senhor, a exemplo de S. João Batista, diremos continuamente: «É preciso que ele cresça e que eu diminua» (Jo 3,30). 
Conheço uma pessoa que ama tanto a Deus, ainda que muito se lamente por não O amar como quereria, que a alma lhe arde ininterruptamente no desejo de em si próprio e nos seus gestos ver Deus glorificado, e de se ver a si mesmo como não tendo existência própria. Esse homem não sabe o que é, ainda que seja elogiado com palavras; porque, no seu grande desejo de humilhação, não pensa na sua própria dignidade. Executa os serviços divinos como fazem os padres, mas na sua extrema disposição de amor para com Deus aniquila a recordação da sua própria dignidade no mais profundo da sua caridade para com Deus, enterrando em pensamentos humildes a glória que daí tiraria. Assume-se sempre como um mero servo inútil; o seu desejo de humilhação exclui-o, de certa maneira, da sua própria dignidade. O mesmo devemos nós fazer, de forma a afastarmo-nos de todas as honras, de toda a glória, fazendo jus à riqueza transbordante do amor daquele que tanto nos amou.

NARCISO DE JERUSALÉM bispo Santo +212

São Narciso nasceu na palestina, provavelmente no fim do primeiro século e quando isso lhe foi permitido, tornou-se eclesiástico. Durante toda a sua vide foi rodeado pela estima de todos acabando por ser eleito bispo de Jerusalém. Easta alta dignidade inspirou-lhe um novo zelo e um maior fervor; estas virtudes levando-o a governar com vigor as almas que lhe tinham sido confiadas. Segundo Eusébio, S. Narciso era natural da Palestina e foi o 15º bispo de Jerusalém, eleito em 189. Presidiu ao concílio de Cesareia (197) e encabeçou a lista de assinaturas de uma carta que o episcopado da Palestina enviara ao papa S. Vitor. Nesta carta, os bispos declaravam observar os rito e usos da Igreja romana. Contam que certa vez fora acusado de um crime que não cometera. Os caluniadores confirmaram por falsos juramentos a acusação. O primeiro dissera que se estivesse mentindo que o queimassem vivo. Já o segundo chamou sobre si a praga de lepra, se o que havia dito não fosse verdade. Por fim, o terceiro jurou pela luz de seus olhos que estava falando a verdade. Narciso ficou muito desgostoso e resolveu deixar a cidade secretamente. Foi para o deserto de Nítria, onde viveu oculto durante 8 anos. Aconteceu, então, que abateu sobre os caluniadores o mal que cada um havia arrogado sobre si: o primeiro morreu queimado; o segundo foi consumido pela lepra; e o terceiro ficou cego. Voltando a Jerusalém resolveu reassumir juntamente com o bispo Górdio o pastoreio de seu rebanho. Morreu por volta de 212, aos 116 anos de idade.

MIGUEL RUA Sacerdote salesiano, Beato 1837-1910

Miguel Rua nasce em Turim no dia 9 de junho de 1837. Último de 9 filhos, perde o pai aos oito anos. Estudou com os Irmãos das Escolas Cristãs até à terceira série elementar. Deveria começar a trabalhar na Real Fábrica de Armas de Turim, onde o pai era operário, mas Dom Bosco – que aos domingos ia confessar na escola – propôs-lhe continuar os estudos com ele, garantindo-lhe que a Providência pensaria nas despesas. Certo dia, Dom Bosco distribuía algumas medalhas aos seus meninos. Miguel era o último da fila e chegou atrasado, mas ouviu Dom Bosco dizer: "Toma, Miguelzinho!". O padre, porém, não lhe estava dando nada, mas acrescentou: "Nós dois faremos tudo meio a meio", e assim foi de fato. Colaborador da Companhia da Imaculada com Domingos Sávio, foi aluno modelo, apóstolo entre os colegas. Dom Bosco lhe disse: "Preciso de ajuda. Farei com que recebas a veste dos clérigos; estás de acordo?". "De acordo!", respondeu. Em 25 de março de 1855, nos aposentos de Dom Bosco, nas mãos do fundador, fez os votos de pobreza, castidade e obediência. Era o primeiro Salesiano. Começa a trabalhar intensamente: ensina matemática e religião; assiste no refeitório, no pátio, na capela; tarde da noite, copia numa bela caligrafia as cartas e as publicações de Dom Bosco, e, enfim, estuda para ser padre. Tinha apenas 17 anos! É-lhe entregue também a direção do oratório festivo São Luís. Em novembro de 1856, morre Mamãe Margarida. Miguel, então, vai encontrar-se com sua mãe: "Mamãe, a senhora quer vir com a gente?". A senhora Joana Maria vem, e também nisso a família Rua fez meio a meio com a família Bosco. Ficou em Valdocco por 20 anos. Em 1859, Rua acompanha Dom Bosco na audiência com o Papa Pio IX para a aprovação das Regras e, ao retorno, é-lhe confiada a direção do primeiro oratório em Valdocco. Foi ordenado sacerdote em 28 de julho de 1860. Dom Bosco escreve-lhe um bilhete: "Verás melhor do que eu a Obra salesiana atravessar os limites da Itália e estabelecer-se no mundo". O Padre Rua abre a primeira casa salesiana fora de Turim, em Mirabello. Poucos anos depois, retorna a Valdocco, substituindo e assistindo Dom Bosco em tudo. Em novembro de 1884, o Papa Leão XIII nomeia o Padre Rua vigário e sucessor de Dom Bosco, que morrerá em seus braços quatro anos depois. O Padre Rua, considerado então a regra viva, torna-se paterno e amável como Dom Bosco. Enfrenta e supera inúmeras dificuldades no governo da Congregação. Consolida as missões e o espírito salesiano. Morreu no dia 6 de abril de 1910, com 73 anos. Com ele, a Sociedade passou de 773 a 4000 Salesianos, de 57 a 345 Casas, de 6 a 34 Inspetorias em 33 países. Paulo VI beatificou-o em 1972, dizendo: "Ele fez da fonte um rio". Beatificado em 29-10-72 

CAETANO ERRICO Presbítero, Fundador, Beato (1791-1860)

Tornou-se santo, passando toda a sua vida nas ruas difíceis do bairro napolitano de Secondigliano onde nasceu em 1791 e ali faleceu em 1860 e no confessionário onde, de braços abertos, acolhia sobretudo quem tinha cometido faltas graves. Assim viveu Caetano Errico, fundador dos missionários dos Sagrados Corações de Jesus e Maria. Ainda em vida, já era chamado "o santo" e "o superior", por se ter tornado a referência natural para todas as famílias. A sua canonização João Paulo II beatificou-o a 14 de Abril de 2002 é um sinal de esperança para Secondigliano que tem na igreja da "Addolorata", por ele construída, uma recordação concreta e visível da sua obra. No início do seu sacerdócio, foi professor de escola municipal e deu vida a uma pastoral inovativa, assistindo os doentes do Hospital dos Incuráveis de Nápoles e comprando-lhes os remédios; ajudando os mais necessitados; sustentando as famílias que não tinham dinheiro para pagar a renda, evitando que caíssem nas mãos de usurários; visitando os encarcerados e procurando garantir-lhes uma reinserção social. Num difícil contexto social inventou uma pastoral a favor dos analfabetos e também das adolescentes sem dote que arriscavam cair em mãos mal intencionadas. A caridade e o amor pelos pobres e débeis foram os trilhos do seu sacerdócio, consciente de que na Igreja se ocupa um lugar para servir. Conhecia bem a arte da consolação, a paternidade de se sentar ao lado dos pecadores e desesperados para os ajudar a encontrar o horizonte do amor de Deus. Uma missão que tem as suas raízes na pobreza, que conheceu desde pequeno em família. As suas palavras dirigidas a quantos não viviam na legalidade, convidando-os a reconhecer-se pecadores para se reconciliar com Deus e os homens, permanecem ainda válidas: "Ide para os braços do Pai, declarando-vos culpados e o Deus de bondade e misericórdia riquíssimo, não vos expulsará da sua face e da sua presença". http://www.vatican.va

CHIARA LUCE BADANO Virgem, Beata 1971-1990

Chiara Luce Badano nasceu a 29 de Outubro de 1971, em Sassello, uma pequena cidade nos Apeninos. Era a primeira e única filha de Rogero Badano, camionista e de Mª Teresa Caviglia, operária, casados há 11 anos  sem conseguirem ter filhos. O pai pediu a Nossa Senhora da Rocha a graça da paternidade e viu o seu pedido atendido. A mãe testemunhava que “mesmo com essa alegria imensa compreenderam logo que ela não era somente sua filha, mas que era antes de tudo, filha de Deus". A mãe deixou de trabalhar para cuidar da filha. Chiara revelou-se desde cedo uma criança inteligente, viva, desportiva e muito comunicativa. Era conciliadora, mas não abdicava de defender as suas ideias. Recebeu desde cedo uma sólida educação cristã, graças aos pais, mas também à sua integração na comunidade paroquial, cujo pároco lhe dá fascinantes aulas de catequese, e ainda pela influência das amizades que Chiara constrói. Aos 9 anos participa num encontro das “Gen 3” do movimento Foccolare. Aí conhece o ideal da unidade. O Evangelho passa a ser algo dinâmico na sua vida. E decide dizer sempre Sim a Jesus. Torna-se a amiga dos últimos. Deseja partir um dia para África para “curar os meninos”. No dia da sua primeira Comunhão recebe um livro com os Evangelhos. Ela própria comenta: "- Como para mim foi fácil aprender o alfabeto, também deve ser fácil viver o Evangelho”. Continua os seus estudos de forma normal, sendo uma boa aluna. Frequenta o liceu clássico. Participa nas actividades do Movimento Foccolare. Mas um dia, ao jogar ténis, tinha então 17 anos, sente uma dor aguda no ombro. Inicialmente nem ela nem os médicos dão grande importância ao facto. Mas as dores continuam e são necessários exames mais profundos. O diagnóstico é devastador: sarcoma osteogénico com mástese, um dos tipos mais graves e dolorosos de tumor. Chiara acolhe a notícia com coragem: 
- Eu vou vencer! Sou jovem. 
Os tratamentos começam e durante eles o altruísmo de Chiara chama a atenção. Sai da cama par ajudar uns e outros. Certo dia foi uma toxicodependente deprimida que a fez saltar do leito, apesar das intensas dores. Enfrenta depois duas operações. A quimioterapia provoca a queda do cabelo o que a faz sofrer bastante. Perante cada etapa do sofrimento vai repetindo : - Por ti, Jesus!” A um amigo, que partia para África, ela dá todo o dinheiro que havia economizado, dizendo : 
- Para mim não serve. Eu tenho tudo! 
Ao longo da doença nunca se revolta. Passa a aceitar todos os padecimentos, dizendo a Jesus: 
- Se tu o queres, eu também o quero, Jesus! 
No dia 19 de Julho de 1989, enfrenta uma forte hemorragia e quase morre. Nessa ocasião diz: 
- Não derramem lágrimas por mim. Eu vou para Jesus. No meu funeral, não quero pessoas que chorem, mas que cantem forte. E com a mãe prepara esse acontecimento chamando-lhe “A festa das núpcias”. 
Explica à mãe como quer ser vestida, escolhe as músicas os cantos e as leituras para a ocasião. E recorda-lhe : 
- Quando me estiveres a preparar, mamã, deves repetir: "Agora Chiara Luce está a ver Jesus”. Não pede mais a saúde, mas a capacidade de fazer a vontade de Deus até ao fim. 
No Domingo 7 de Outubro de 1990, na companhia dos pais, aconteceu o momento do encontro com o seu “Esposo”. Duas mil pessoas estiveram presentes no funeral. Fala-se de paraíso, de alegria, de escolha radical. Na homilia, o bispo que presidia diz: 
- Eis o fruto de uma família cristã e de uma comunidade de cristãos. Os que a conheceram sentem-se impulsionados a viver com radicalidade o Evangelho. É uma santidade contagiosa. No dia 25 de Setembro de 2010, foi beatificada em Roma pelo Papa Bento XVI.

29 DE OUTUBRO – UMA VIDA INTEIRA PARA O PROXIMO


Assim foi São Caetano Errico. Secondigliano, cidade grande e populosa do norte de Nápoles, tinha muitos problemas. Entre outros, uma facção da máfia, drogas, mafiosos e Ganges de bandidos.Mas Secondigliano é também a terra de um santo. Trata-se do sacerdote Caetano Errico (1791-1860), fundador da congregação "Missionários do Sagrado Coração de Jesus e de Maria", canonizado em Roma pelo papa Bento XVI em 2008. Sua estátua na praça é bem visível. Está posicionada para ser vista de qualquer ângulo da cidade. Com a mão direita, ele abençoa, e com a mão esquerda, empunha o crucifixo. Éo segundo de nove filhos. Caetano se ordena padre. A sua vida sacerdotal transcorreu toda nessa cidade, na igreja paroquial de São Cosme e Damião. Em 1818, durante a pregação, teve uma aparição de Santo Afonso, comunicando que Deus o queria fundador de uma Congregação religiosa. Padre Caetano Errico foi homem de oração: passava horas ajoelhado na igreja ou no seu quarto. Foi homem de penitência, de constante serviço pastoral. Dedicava muito tempo atendendo confissões. Por isso a cidade mudou bastante.
PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO CSsR
Vice-Postulador da Causa
Venerável Padre Pelágio CSsR
Recomende este portal aos seus amigos:

Santa Ermelinda, Virgem do Brabante (Bélgica) - 29 de outubro


Ermelinda nasceu em Lovenjoul, próximo de Louvain, no Brabante (atual Bélgica), filha de Ermenoldo e Armesinda, de ilustre família ligada aos duques do Brabante.

     Recebeu uma educação adequada à sua classe social, mas longe de prender seu coração aos atrativos da vaidade ou ao brilho da grandeza, desde criança ela aspirava pela vida solitária, pela oração e pela meditação das Escrituras.
     Recusando qualquer proposta de casamento e tendo feito voto de castidade, para que seus pais não a ligassem a nenhum compromisso cortou seus cabelos, renunciou às pompas do século e dedicou-se inteiramente a Deus praticando severas austeridades.
     Mas, desejando ainda maior entrega, deixou a casa paterna e foi viver em Bevec (Beauvechain). Ali, pés nus, Ermelinda ia à igreja onde passava os dias e as noites em oração. Ela não tinha outra ambição que ser uma humilde serva de Nosso Senhor.
     Ermelinda teve que resistir às investidas de dois irmãos, senhores do local, que tentaram seduzi-la; eles combinaram de raptá-la durante a oração noturna. Advertida por um anjo, Ermelinda fugiu e se fixou em Meldrik (chamada depois Meldaert ou Meldert), na atual Diocese de Malinas (Mechelen).
      Ermelinda passou ali os restantes dias de sua vida, vivendo de ervas e numa ascese semelhante à dos antigos solitários do deserto do Egito, combatendo o demônio e a carne. Ela morreu aos 48 anos de idade, por volta do século VI, ou no início do século VII, no dia 29 de outubro.
     Anos depois, o local onde seu corpo fora enterrado pelos anjos foi encontrado. Em 643, uma capela foi erguida no local onde fora sepultada e numerosos milagres ocorreram ali.
     Há doze séculos Santa Ermelinda é venerada em toda Diocese de Malinas (Mechelen), mas particularmente em Meldert e em Lovenjoul. Em Lovenjoul surgiu uma fonte de água milagrosa, que obtém a cura das doenças dos olhos, chamada “Fonte de Santa Ermelinda”, porque irriga as terras que pertenceram aos seus pais.
     A partir do século XIII suas relíquias sofreram inúmeras vicissitudes, transladações, ocultação para protegê-las das profanações dos invasores e dos ímpios durante a invasão francesa em 1792. Finalmente, em 22 de julho de 1849, foram definitivamente depositadas na igreja de Meldert num magnífico relicário. Nesta cidade existe ainda a Confraria dedicada a esta Santa.
     A Diocese de Malinas a festeja no dia 29 de outubro, tradicionalmente tido como o dia de sua morte.
 
Igreja de Sta. Ermelinda em Meldet, Bélgica

Etimologia: O nome Ermelinda caiu em desuso, mas existe ainda numa forma abreviada, Linda. O nome Ermelinda é de origem alemã: ‘Erme’ = ‘poderosa’; ‘linda’, de ‘linta’ = ‘escudo’. Portanto, temos aí um “escudo poderoso” que é venerado há séculos numa demonstração do apreço que Deus Nosso Senhor tem por esta sua dedicada e fiel serva.
Fontes diversas