No
conjunto das manifestações de Jesus aos discípulos, ouvimos a terceira
aparição, agora, não em Jerusalém, mas na Galiléia, num contexto de pesca. São
7 discípulos, significando toda a comunidade. Por que estão na Galiléia?
Voltaram à vida que levavam, como pescadores? Esta pesca, como a outra que é
narrada em Lucas (5,4-10),
é infrutífera... Eles não reconhecem Jesus que pede peixe. Respondem que
não pegaram nada. Manda que lancem as redes à direita. Direita não tem
conotação política, se bem que, em diversos textos, indique o lado direito como
símbolo da boa sorte e do bem estar. Pegaram 153 grandes peixes que é o número,
segundo os zoólogos gregos da antiguidade, das espécies de peixe e simbolizam
que o evangelho está presente nas 153 nações conhecidas no tempo. Esta é uma
das explicações. O anúncio da Ressurreição vai a todos os cantos. João, vendo o
milagre, diz: “É o Senhor”. Pedro se lança nas águas. Assim que desceram à
terra, viram umas brasas, e um peixe colocado sobre elas e pão” (Jo 21,9). Qual é o
simbolismo? Não usa os peixes que foram pescados, mas Ele dá o pão e o peixe.
Lembremos o textos: “É meu Pai quem vos dá o verdadeiro pão do céu” (Jo 6,32). As muitas
nações que acolhem o dom da fé, recebem-no do Cristo Ressuscitado e não do
discípulo que dá o testemunho. Depois da Ressurreição, os discípulos não
reconhecem Cristo no primeiro momento, pois conhecimento não se faz pelos
sentidos, mas pela via da fé.
A força do apóstolo
Podemos
notar no Evangelho que existe uma euforia quanto ao resultado da pregação dos
discípulos. Imaginemos bem quem eram os apóstolos. Quando são levados ao
tribunal, os chefes do povo se espantam com sua firmeza, verificando que eram
iletrados e homens do povo (At 4,13). Em pouco tempo os cristãos estão por toda parte. Um
autor diz: “Somos de ontem e estamos em todo o mundo”. A palavra de João é
clara: “É o Senhor!” (Jo
21,7). Os apóstolos são sempre
persistentes. A força está em obedecer mais a Deus que aos homens (At 4,29). O mundo quer calar a boca da verdade do
Evangelho. Mas a força de Cristo é superior. O discípulo não fala por si. Lança
as redes em nome dEle. Jesus já afirmara: “Sem mim nada podeis fazer” (Jo 15,5). A Igreja lança as
redes para a pesca e o faz em nome de Jesus, isto é, na pessoa de Jesus. Ele é
a força da evangelização.
Obra do amor
A
evangelização só é possível se parte de uma opção de amor, mesmo que seja frágil.
Jesus pergunta a Pedro se O ama com amor divino (ágape), Pedro
responde que ama com amor humano (filia - Isto é mais claro no texto em grego). É com a força da fragilidade que o apóstolo recebe a
ordem de guardar o rebanho (Jo
21,15). Jesus pergunta três vezes se O ama. É a reabilitação
de Pedro em suas três negações. Cristo ama sempre com amor divino, em
totalidade. Conduzir as ovelhas a Cristo, conduz com amor. Na tristeza que
sente diz: “Senhor, tu sabes tudo, sabes também que Te amo” (17). Onde
está Cristo presente hoje, vivo, ressuscitado? Aquele que amamos está glorioso com
o Pai. Cristo é o centro do Universo e a Ele devemos a adoração com todo o
universo. Dependemos dEle em tudo o que somos e fazemos. Sem isso a fé é muleta
e não nos modifica. Evangelização e governo da Igreja é uma obra de amor. Na
celebração dizemos com Pedro. Tu sabes que te amo.
https://padreluizcarlos.wordpress.com/
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