Evangelho segundo S. Lucas 13,31-35.
Naquele dia,
aproximaram-se alguns fariseus, que disseram a Jesus: «Vai-te daqui, porque
Herodes quer matar-te». Jesus respondeu-lhes: «Ide dizer a essa raposa: Eu
expulso demónios e realizo curas hoje e amanhã; ao terceiro dia chego ao meu
fim. Mas hoje, amanhã e depois de amanhã, devo seguir o meu caminho, porque
não é possível que um profeta morra fora de Jerusalém. Jerusalém, Jerusalém,
que matas os profetas e apedrejas aqueles que te são enviados, quantas vezes Eu
quis reunir os teus filhos, como a galinha recolhe os pintainhos debaixo das
suas asas! Mas vós não quisestes. Pois bem. A vossa casa vai ficar
abandonada. E Eu vos digo: Não voltareis a ver-Me, até chegar o dia em que
direis: ‘Bendito o que vem em nome do Senhor!’».
Da Bíblia
Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Jean Tauler (c. 1300-1361),
dominicano de Estrasburgo
Sermão 21, 4.º para a Ascensão
«Quantas vezes Eu quis reunir os teus filhos, como a galinha recolhe
os pintainhos debaixo das suas asas! Mas vós não quisestes»
Jerusalém era uma cidade de paz, e foi
também uma cidade de tormento, pois foi aí que Jesus sofreu imensamente e morreu
muito dolorosamente. É nesta cidade que devemos ser suas testemunhas, e não só
em palavras mas em verdade, através da nossa vida, imitando-O tanto quanto
possamos. Muitos homens seriam de boa vontade testemunhas de Deus na paz, na
condição de tudo correr a seu jeito. De boa vontade seriam santos, na condição
de nada acharem de amargo nos exercícios e no trabalho da santidade. Gostariam
de saborear, desejar e conhecer as doçuras divinas, sem terem de passar por
qualquer contrariedade, pena ou desolação. Mas quando lhes surgem fortes
tentações, trevas, quando já não têm o sentimento e a consciência de Deus,
quando se sentem abatidos interior e exteriormente, revoltam-se e não são, como
tal, verdadeiras testemunhas.
Todos os homens buscam a paz. Por todo o
lado, nas suas obras e de todas as maneiras, procuram a paz. Ah! Pudéssemos nós
libertar-nos dessa busca e procurar, por nossa vez, a paz nos tormentos. Pois só
aí nasce a verdadeira paz, aquela que permanece e dura. [...] Procuremos a paz
na angústia, a alegria na tristeza, a simplicidade na multiplicidade, a
consolação na contrariedade: assim nos tornaremos verdadeiras testemunhas de
Deus.
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