quarta-feira, 23 de julho de 2014

REFLETINDO A PALAVRA - “Reconciliação universal”

PADRE LUIZ CARLOS
DE OLIVEIRA CSsR
Caminhos da Esperança
    Estamos no tempo do Advento! É o tempo da espera e o tempo esperança. Espera da vinda de Cristo para o Reino definitivo e da celebração de seu nascimento. É uma espera alegre e confiante. Tempo da esperança na grande renovação do mundo. O profeta Isaias, na beleza de sua palavra, enche nossos olhos de esperança: "O lobo e o cordeiro viverão  juntos e o leopardo deitar-se-á ao lado do cabrito; o bezerro e o leão comerão juntos e até mesmo uma criança poderá tangê-los. A vaca e o urso pastarão lado a lado, enquanto suas crias descansam juntas, o leão comerá palha como o boi; a criança de peito vai brincar em cima do buraco da cobra venenosa; o menino desmamado não temerá por a mão na toca da serpente. Não haverá danos nem mortes por todo o meu monte santo. A terra estará tão repleta do saber do Senhor assim como as águas que cobrem o mar" (Is 11,6-9). É harmonia universal  da humanidade que o profeta canta há 2.500 anos. Não nos desanimamos de esperar esse dia. Ele vai acontecer porque Alguém se erguerá como sinal entre os povos: "A raiz de Jessé se erguerá como um sinal entre os povos; hão de buscá-la as nações” (Is 11,10). Esse sinal é Jesus que será cheio do Espírito Santo, como nos diz escreve Lucas: "O Espírito do Senhor está sobre mim, porque Ele me ungiu para evangelizar os pobres ... e proclamar o ano da graça do Senhor ( Lc 4,18-19). Ele é o prometido. Nós o temos como presença no meio de nós. Pelo fato de estarmos crendo nele, é sinal que esta profecia se faz realidade. A vida e a mensagem de Jesus, acolhida no coração, nos traz essa vida nova para o mundo.
Produzindo frutos de conversão
    A grande entrada do tempo do Advento é o grito de João Batista: "Preparai os caminhos do Senhor, endireitai suas veredas" (Mt 1,3) Ele é a voz que clama no deserto. Este deserto é a terra desabitada que acolhe o orvalho da presença de Deus. É o lugar sem vida. João crê no impossível: "Produzi frutos que provem vossa conversão" (Mt 3,8). A mudança de rumo é a advertência de João. A conversão deve ser real e consistente. Deve produzir frutos que serão a prova de que o deserto se transformará em um campo verde. O Espírito que vem sobre Jesus e o coloca como o sinal entre os povos, também agirá sobre nós para que produzamos frutos de conversão. João diz que seremos batizados com o Espírito Santo e o fogo. Com a conversão de vida o batismo, o machado não nos atingirá, pois produzimos bons frutos, nem seremos palha que se queimará no fogo que não se apaga (Mt 3,10.12).
Acolhei-vos uns aos outros.
    O grande fruto da conversão será o acolhimento mútuo como Cristo nos acolheu, escreve S.Paulo: "Acolhei-vos uns aos outros como também Cristo vos acolheu" (Rm 15,7). A grande solidariedade de Deus para com a humanidade é nosso modelo, pois esse é o bom fruto da Redenção. Esse acolhimento, como o profeta nos predisse, será a grande reconciliação universal. O tempo do Advento, na expectativa da vinda do Senhor, se faz na vigilância do acolhimento. A porta aberta de nosso coração será o portal para a entrada triunfal de Cristo em nossa vida como o Senhor na sua Encarnação e no fim dos tempos. 

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