PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA CSsR |
Caminhos da Esperança
Estamos no tempo do
Advento! É o tempo da espera e o tempo esperança. Espera da vinda de
Cristo para o Reino definitivo e da celebração de seu nascimento. É uma espera
alegre e confiante. Tempo da esperança na grande renovação do mundo. O profeta
Isaias, na beleza de sua palavra, enche nossos olhos de esperança: "O lobo
e o cordeiro viverão juntos e o leopardo deitar-se-á ao lado do cabrito;
o bezerro e o leão comerão juntos e até mesmo uma criança poderá tangê-los. A
vaca e o urso pastarão lado a lado, enquanto suas crias descansam juntas, o
leão comerá palha como o boi; a criança de peito vai brincar em cima do buraco
da cobra venenosa; o menino desmamado não temerá por a mão na toca da serpente.
Não haverá danos nem mortes por todo o meu monte santo. A terra estará tão
repleta do saber do Senhor assim como as águas que cobrem o mar" (Is
11,6-9). É harmonia universal da humanidade que o profeta canta há 2.500
anos. Não nos desanimamos de esperar esse dia. Ele vai acontecer porque Alguém
se erguerá como sinal entre os povos: "A raiz de Jessé se erguerá como um
sinal entre os povos; hão de buscá-la as nações” (Is 11,10). Esse sinal é Jesus
que será cheio do Espírito Santo, como nos diz escreve Lucas: "O Espírito
do Senhor está sobre mim, porque Ele me ungiu para evangelizar os pobres ... e
proclamar o ano da graça do Senhor ( Lc 4,18-19). Ele é o prometido. Nós o
temos como presença no meio de nós. Pelo fato de estarmos crendo nele, é sinal
que esta profecia se faz realidade. A vida e a mensagem de Jesus, acolhida no
coração, nos traz essa vida nova para o mundo.
Produzindo frutos de conversão
A grande entrada do tempo do Advento é o
grito de João Batista: "Preparai os caminhos do Senhor, endireitai suas
veredas" (Mt 1,3) Ele é a voz que clama no deserto. Este deserto é a terra
desabitada que acolhe o orvalho da presença de Deus. É o lugar sem vida. João
crê no impossível: "Produzi frutos que provem vossa conversão" (Mt
3,8). A mudança de rumo é a advertência de João. A conversão deve ser real e
consistente. Deve produzir frutos que serão a prova de que o deserto se
transformará em um campo verde. O Espírito que vem sobre Jesus e o coloca como
o sinal entre os povos, também agirá sobre nós para que produzamos frutos de
conversão. João diz que seremos batizados com o Espírito Santo e o fogo. Com a
conversão de vida o batismo, o machado não nos atingirá, pois produzimos bons
frutos, nem seremos palha que se queimará no fogo que não se apaga (Mt
3,10.12).
Acolhei-vos uns aos outros.
O grande fruto da conversão
será o acolhimento mútuo como Cristo nos acolheu, escreve S.Paulo:
"Acolhei-vos uns aos outros como também Cristo vos acolheu" (Rm
15,7). A grande solidariedade de Deus para com a humanidade é nosso modelo,
pois esse é o bom fruto da Redenção. Esse acolhimento, como o profeta nos
predisse, será a grande reconciliação universal. O tempo do Advento, na expectativa
da vinda do Senhor, se faz na vigilância do acolhimento. A porta aberta de
nosso coração será o portal para a entrada triunfal de Cristo em nossa vida
como o Senhor na sua Encarnação e no fim dos tempos.
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