Este noviço da Companhia de Jesus era Português, natural de Bragança. No ano de 1570, encontrava-se a caminho do Brasil com o Padre Inácio de Azevedo quando, atacado pelos navios de Jacques de Sorres, corsário francês protestante, foi martirizado ao largo das Ilhas Canárias juntamente com mais 39 missionários, dos quais nove espanhóis e os demais portugueses.
Tinha 17 anos de idade e era ainda estudante no colégio da Companhia de Jesus, em Bragança. Dizia muitas vezes ao seu mestre que o coração lhe adivinhava que havia de ser mártir e, pouco tempo antes da viagem, enquanto esperava pela ordem de partida e questionado pela causa da pura alegria que revelava em determinado momento, respondeu que naquela hora lhe tinha revelado o Senhor que daí a pouco tempo havia de ser mártir.
Jacques de Sorres era conhecido como “O Anjo Extreminador” devido à perseguição assassina que, no Sec. XVI, movia aos católicos pelos oceanos. Neste ataque, ocorrido ao largo da ilha de La Palma, decidiu poupar a vida de todos os tripulantes com exceção dos jesuítas, que, afirmava, iam semear falsa doutrina no Brasil. Sem oporem resistência aos atacantes, e animados pelo Padre Inácio de Azevedo, os religiosos clamavam com grande coragem que fosse feita a vontade do Senhor, acabando todos mortos de formas mais ou menos cruéis. O Beato Nicolau Dinis foi atirado ao mar ainda vivo.
Assim que chegaram a Bragança as novas do martírio, o então Bispo D. António Pinheiro exclamou: “O nosso Nicolau que aqui vistes andar pelas ruas de Bragança é mártir glorioso de Cristo com grande coroa de gloria para sempre, e eu bispo não sei se me hei-de salvar”.
Santa Teresa de Jesus, como ela própria descreve, contemplou em êxtase a entrada no Céu dos 40 mártires, entre os quais, com particular regozijo, descobriu o seu primo Francisco Pérez Godoy.
O culto destes mártires foi confirmado pelo Papa Pio IX em 1854.
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