A reflexão da Palavra leva-nos a uma compreensão maior do Reino de Deus. Anunciando seu Reino, Jesus o compara à semente que, mesmo sendo muito pequena, faz nascer uma árvore grande, como é o caso do eucalipto. O dinamismo do Reino de Deus não depende de forças externas, mas ele tem em si a energia suficiente para chegar onde Deus quer. Nós fazemos os cálculos humanos sobre o Reino, mas vemos que ele não depende das forças humanas, embora faça dele o uso. Jesus compara essa força à semente e ao fermento. Não depende de nós. Vemos a Igreja em tantas dificuldades e ficamos apreensivos. Deus é quem dá a força e a vitória sobre todos os males. O crescimento do Reino de Deus no mundo é inexplicável aos olhos humanos. Como podemos explicar que alguém procure a Igreja para viver sua vida de fé, ou ainda procure fazer o bem, mesmo não sendo cristão, quando tudo a sua volta conspire contra a verdade, a justiça, o amor e a paz? A pequenez do Reino já é explicitada pelos profetas na temática do “resto do povo”. No Antigo Testamento são os humildes e os pobres que mantiveram viva a esperança e acolheram Jesus, como lemos no evangelho de Lucas: Isabel, Zacarias, Simeão, José, Maria, os apóstolos. Eles foram a semente que deu fruto.
Joio e trigo
O Reino é semeado no meio de misteriosas realidades. Há uma semente de má qualidade que nasce no mundo e não produz vida. Ao lado nasce a semente boa. O Maligno é o semeador destes males. Sempre haverá dificuldades e oposição à Igreja, porque ela é anunciadora do Reino de Jesus. O mal procura levar os outros a pecar, isto é, recusar o projeto de Deus. Esses são realmente do Maligno. Vivemos no meio de tantas maldades e parece que vamos ser sufocados. Não há o que temer, pois, no meio da tempestade Jesus está no barco conosco, despreocupado, adormecido, pois sabe que a vitória final será sua. Passaremos por dificuldades como Ele passou. Mas nos diz: “Tende coragem: Eu venci o mundo” (Jo 16,33). Para viver na dificuldade de um mundo adverso à fé, nós pedimos a Deus: “Multiplicai os dons de vossa graça, para que, repletos de fé, esperança e caridade, guardemos fielmente os vossos mandamentos” (Oração). O tempo de espera é também tempo de conversão. No final haverá a separação. “Serão retirados do Reino todos os que fazem os outros pecar e os que praticam o mal” (Mt 13,41). Deus é paciente e sua graça tem força de transformação. É o que lemos no livro da Sabedoria: “Dominando tua própria força, julgas com clemência... assim ensinaste a teu povo que o justo deve ser humano”(Sb 12,17.19). Ninguém é irremediavelmente perdido. Jesus é a Esperança.
O Espírito reza em nós
Para a vida do Reino em nós e no mundo, Deus enviou seu Espírito. Nossa oração carrega nossa fragilidade, mas tem a força do Espírito que reza em nós: “O Espírito vem em socorro de nossa fraqueza... não sabemos o que pedir, nem como pedir; é o próprio Espírito que intercede em nosso favor, com gemidos inefáveis” (Rm 8,26). A força da semente do Reino é o Espírito. Ele sabe o que há no coração do homem e dá a força de crescimento na fragilidade do Reino. Por isso, não temos Eucaristia sem o Espírito Santo. Os cristãos têm uma missão no mundo e nada poderá deter esta energia do Reino. Nada significa o fim.
Leituras:Sabedoria12.13;16-19;Salmo85;
Romanos 8,26-27; Mateus 13,44-52
1. Jesus afirma que o crescimento do Reino é como o de uma semente: pequena, mas tem a energia para ser uma grande árvore. Não depende de forças externas. O crescimento é inexplicável. A semente pequena é vista no Antigo Testamento como o resto fiel que manteve a fé. Destes fazem parte Isabel, Zacarias, Maria, José e os apóstolos. Eles foram a semente que deu fruto.
2. O reino é plantado em meio as misteriosas realidades da semente má. O mal quer dominar. Por isso há dificuldades e oposição à Igreja. Não há o que temer. A semente boa tem ao lado a planta daninha. É preciso conviver com esta realidade e esperar, como Deus, a conversão. Arrancar danifica a semente boa.
3. Para a vida do Reino Deus enviou seu Espírito que sustenta nossa fraqueza. A força da semente do Reino é o Espírito. Na Eucaristia temos o Espírito. Por Ele os cristãos levam adiante sua missão no mundo.
Tamanho não é documento.
Jesus usa outra comparação com a semente. Diz da força de vida que ela possui, mesmo sendo pequena. Jesus usa a comparação para explicar a energia do Reino de Deus. A força vem de dentro, como o fermento.
Por menor que possamos ser diante do mundo, o bem que fazemos tem a força de Deus e pode produzir uma grande árvore, um bem muito grande.
A semente é boa, mas tem muito mato em volta. Que fazer? Se arrancar o mato, pode arrancar a plantinha. Nós vivemos em meio a pessoas diferentes. É preciso saber crescer no bem perto do que não é tão bom ou até mau. A Deus compete o juízo final.
Deus tem força de dominar, mas usa sua força com clemência. Olha o que diz a Palavra de Deus: “Assim Deus ensina o justo a ser humano”.
Somos pequenos e fracos. Mas temos uma força interna que é o Espírito Santo que vem em socorro de nossa fraqueza e reza dentro de nós com as palavras de Deus.
Homilia do 16º Domingo do Tempo Comum (17.07.2011)
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