Josefa Teresa nasceu em Benigànim (Valência, Espanha) em 9 de janeiro de 1625, filha de Luis Albyñana e de Vicenta Gomar, pais muito modestos de bens da terra, em uma pobre casa da Rua de São Miguel. Seguindo louvável costume da época foi batizada no mesmo dia. A venerada igreja paroquial de Benigànim, hoje do Puríssimo Sangue de Cristo, teve a honra de ser o local do batismo de Josefa Teresa; onde também, oito anos mais tarde, foi crismada, em 24 de agosto de 1633. Pouco tempo depois ela recebeu sua Primeira Comunhão na mesma venerada igreja. Entregue ao cultivo de sua angelical pureza, Josefa passou a infância e a adolescência. Era analfabeta, e não aprendeu outra língua além do valenciano. Ficou órfã de pai quando era ainda muito jovem e teve que empregar-se na casa de seu tio Bartolomeu Tudela, de quem suportou maus tratos. Na mansão dos Cuquerella, com o seu horto anexo, foi onde a jovem travou suas primeiras batalhas contra o demônio e recebeu do Senhor dons celestiais de consolação e familiaridade. Ao deixar a casa de seu tio Bartolomeu, o perfume dos milagres ali ocorridos permaneceu, pois no horto, entre as árvores frutíferas, as plantas e as flores, Josefa passava o dia trabalhando, e era onde Jesus gostava de se manifestar a ela. Enquanto lavava a roupa, o Menino Jesus lhe aparecia; ela era uma hábil lavadeira, deixava as roupas tão brancas quanto sua alma angelical. No horto há também uma árvore plantada por Josefa. Ela havia plantado, por desconhecer os segredos do plantio, um ramo de laranja, mas com as folhas no chão, ao invés do caule. Mesmo assim, os peregrinos ainda hoje podem ver os belos frutos da árvore plantada por ela.
Superadas algumas dificuldades, como irmã leiga ingressou no mosteiro das Agostinianas Descalças da Puríssima Concepção e São José, em sua terra natal, em 25 de outubro de 1643. Este convento pertencia à observância descalça, fundada dentro da Ordem pelo Arcebispo de Valência, São João de Ribeira, em 1597. Na Ordem chamou-se Josefa Maria de Santa Inês, por devoção àquela virgem mártir. Comumente era chamada Madre Inês. Em 27 de agosto de 1645 professou e em 18 de novembro de 1663 o Arcebispo D. Martín de Ontiveros a tornou corista. Desempenhou trabalhos como irmã leiga, dedicada aos trabalhos domésticos. Destacou-se por sua espiritualidade, extrema obediência ao realizar os serviços na cozinha ou no jardim, entre outros. Por causa de sua inocência, era chamada carinhosamente "la niña". Simples, humilde, entregue infatigavelmente aos trabalhos e serviços da comunidade, era um espírito de eminente contemplação. De medíocres qualidades intelectuais, analfabeta, seu dom de conselho e seus conhecimentos teológicos causavam admiração. Seus êxtases surpreendiam a todos. Por causa disso, e também pelo extraordinário dom do discernimento, seu conselho era procurado pelas pessoas mais importantes e mais influentes da Espanha.
Outras características da Irmã Josefa foram: sua penitência assombrosa, que dedicava à conversão dos pecadores; sua caridade inesgotável para com as almas do Purgatório; e seu dom de oração e contemplação, que a mantinham em constante arroubamento das potências naturais, e que pela força de seu espírito arrebatava do solo sua leve carga corporal, que se mantinha no ar, cravados os olhos no céu. Sua vida foi toda ela um milagre do sobrenatural e uma confidência continua com seu esposo divino, que lhe aparecia e falava com invejável familiaridade. A Beata Josefa morreu no dia 21 de janeiro de 1696, na festa de sua patrona, Santa Inês, aos 71 anos de idade e 52 de profissão religiosa. Foi beatificada por Leão XIII em 26 de fevereiro de 1888. Seu confessor, Frei Filipe Benevento, pároco de Benigànim, escreveu sua biografia autorizada. Seus restos mortais estiveram conservados no convento das Agostinianas Descalças de Benigánim até o ano de 1936, quando desapareceram.
Buscam corpo incorrupto de uma beata espanhola
Madri, 24 de março de 2002 (ACI). A publicação de um livro sobre a destruição de templos durante a Guerra Civil, revelou que os restos incorruptos da beata Josefa Maria de Santa Inês foram escondidos em 1936 para evitar sua profanação, porém, ainda não foram encontrados. Andrés de Sales recopiou em um livro mais de 150 fotos inéditas de esculturas patronais e templos destruídos durante a Guerra Civil em Valência. A obra, de 350 páginas, é intitulada "Escultura patronal valentina destruída em 1936". Inclui fotografias de operários "demolindo templos a marteladas, para o que inclusive lhes pagavam um jornal". Segundo a Agência Avan, o corpo da beata Josefa Maria de Santa Inês, religiosa nascida em 1625, "suportou o macerante passo do tempo e a corrupção até 1936 em uma urna de cristal e bronze dourado em Benigánim (Valência)". Porém estalou a Guerra Civil, e diante da onda de vilania e vandalismo que destruiu igrejas e imagens sagradas - em Valência ficou reduzido a cinzas noventa por cento do patrimônio artístico da Igreja -, o venerado corpo da beata foi ocultado para preservá-lo da profanação. A pessoa que o ocultou certamente o fez com consciência, posto que ainda não foi encontrado. Josefa Maria de Santa Inês foi elevada aos altares pelo Papa Leão XIII em 26 de fevereiro de 1896. "Seus restos, se crê que foram ocultados em 1936, porém ainda não se pôde localizá-los" explicou De Sales. Por este motivo, os fiéis de Benigànim fizeram uma reprodução do corpo jazente que foi abençoado em 1944.
http://www.santosebeatoscatolicos.com/2014/10/beata-josefa-maria-de-santa-ines.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário