domingo, 29 de janeiro de 2023

EVANGELHO DO DIA 29 DE JANEIRO

Evangelho segundo São Mateus 5,1-12. Naquele tempo, ao ver as multidões, Jesus subiu ao monte e sentou-Se. Rodearam-no os discípulos, e Ele começou a ensiná-los, dizendo: 
«Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos Céus. 
Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados. 
Bem-aventurados os humildes, porque possuirão a Terra. 
Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados. 
Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia. 
Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus. 
Bem-aventurados os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus. 
Bem-aventurados os que sofrem perseguição por amor da justiça, porque deles é o Reino dos Céus. 
Bem-aventurados sereis quando, por minha causa, vos insultarem, vos perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós.
Alegrai-vos e exultai, porque é grande nos Céus a vossa recompensa. Assim perseguiram os profetas que vieram antes de vós». 
Tradução litúrgica da Bíblia 
Beato Columba Marmion
Abade (1858-1923) 
A pobreza 
«Bem-aventurados os pobres em espírito, 
porque deles é o Reino dos Céus» 
Quem são aqueles a quem Nosso Senhor chama pobres em espírito? São aqueles que não são proprietários, nem em espírito, nem no seu coração, nem na sua vontade, mas nada mais querem ter que a Deus. Todos os dias eles depositam aos pés de Cristo juízos, maneiras de ver, vontade, tudo, dizendo-Lhe: «Nada quero ter que seja meu; nada quero possuir senão o que de Ti vem; nada quero fazer senão o que Tu, como Verbo, decidiste para mim desde toda a eternidade: realizar o ideal divino que está em Ti a meu respeito». Esforcemo-nos para que, através da oração e com o olhar sempre fixo no nosso modelo, o sobrenatural seja a fonte de todos os nossos atos, para que o nome do Pai seja santificado, para que o seu Reino venha a nós, para que a sua vontade seja feita; nessa altura, a nossa vontade será verdadeiramente divinizada. E nessa altura, toda a nossa vida, voltando para Deus, será um louvor incessante, extremamente agradável ao nosso Pai celeste. Esclarecidos, inspirados e movidos pelo seu Verbo e o seu Espírito, poderemos dizer: «É o Senhor que me guia» (cf Rom 8,14); e acrescentaremos imediatamente, como o salmista: «Nada me faltará» (Sl 22,1). Porque o Pai, vendo em nós apenas o que vem dele, da graça do seu Filho, da inspiração do seu Espírito, vendo-nos segundo os seus desejos, unidos ao seu Filho em todas as coisas, abraça-nos com a mesma complacência que tem pelo seu próprio Filho e cumula-nos das riquezas inesgotáveis do seu Reino. A nossa obra consistiu em nos despojarmos de nós próprios para nos deixarmos levar a Deus por Cristo. Todas as bênçãos de que o Filho está cumulado se tornam nossa herança. Deus abandona ao nada das suas pretensas riquezas aqueles que, julgando tudo possuir, repousam em si próprios; mas a sua misericórdia infinita cumula de bens do alto a miséria que só nele põe a sua esperança (cf Lc 1,53).

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