Atualmente há tantas reclamações contra padres por causa de suas atitudes diferentes, do modo de tratar as coisas de Deus e dos seus defeitos morais. Sempre o que é errado aparece mais do que o bem feito, por isso nos chama atenção o defeito do padre.
Quando temos um padre com quem nos acertamos, reclamamos muito na oportunidade de sua transferência para outro lugar. E temos dificuldade em nos adaptar ao que vem certamente num modelo diverso do que tínhamos.
Não se trata de não perceber, pois não se esconde o que está patente. Trata-se de analisar e com flexibilidade nos acertarmos com um novo modelo de pastoral e novas atitudes pessoais do padre que está chegando. Também não podemos encobrir aquilo que não é normal em qualquer comportamento, mas então o caminho será outro e não apenas o nosso protesto.
Na formação de sacerdote sempre há muito cuidado na seleção e formação, mas às vezes certos elementos passam na esperança de que depois ele se acerte e se equilibre ou que amadureça. Outros só mostram os desacertos depois de algum tempo no trabalho comum.
A parte maior do problema vem das famílias, onde nascem as vocações. Como transformar um elemento que já vem tão deformado ou tão judiado pela hereditariedade e pelos problemas que passam nas famílias? Podemos até dizer que não devia ser aceito para o sacerdócio, mas com tanta falta de padre sempre fica uma esperança de que nada de mal aconteça.
As melhores famílias oferecem tantas oportunidades e chances para os filhos que a possibilidade de uma vocação sacerdotal nem é pensada e nem há espaço. As vocações estão surgindo ainda de famílias rurais que, moram na cidade, mas não perderam seu cunho de rural. Não que seja uma fonte ruim de vocações, mas podíamos aproveitar mais os que já estão em situação mais privilegiada. Problemas vão surgir em todas as famílias, mas as que estão melhor trabalhadas são as que têm mais chances de oferecer filhos em melhores condições.
Pelo que vemos nas famílias modernas, temos de acreditar muito no chamado de Jesus, porque nossos ambientes e vida familiar estão colaborando muito pouco para o surgimento de novas vocações.
Um pai e uma mãe que vivem uma vida sinceramente cristã e se preocupam com sua comunidade, certamente estão dando aos filhos uma motivação grande para que escolham o caminho do sacerdócio.
Melhores famílias, melhores candidatos ao sacerdócio.
Essa é uma consciência que devemos ter. Até que melhorem as condições humanas de que vem como chamado, nós vamos procurando nos acertar com o que temos e com aqueles que bondosamente colocam-se a serviço da Igreja e do ministério sacerdotal.
Acreditemos no padre.
DO LIVRO:
RELIGIÃO TAMBÉM SE APRENDE
VOLUME 9
EDITORA SANTUÁRIO
Pe. Hélio Libardi, C.Ss.R.
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