PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA MISSIONÁRIO REDENTORISTA 53 ANOS CONSAGRADO 45 ANOS SACERDOTE |
Penúltimo domingo do tempo comum! Neste tempo a liturgia reza o fim dos tempos. No evangelho deste 33º domingo, o evangelista narra-nos o fim dos tempos e a vinda de Jesus. Algumas pessoas costumam dar datas, dizer que está próximo. É tempo perdido, pois nem Jesus nem os Anjos sabem, pois não é importante saber o dia, mas saber ver quando está chegando. Santo Agostinho dizia que tinha medo de Jesus que vinha a cada hora. Dizia: “Tenho medo do Jesus que passa!” Pode passar e a gente não perceber. Jesus insiste é em que se saiba discernir os sinais dos tempos para conhecer quais são os tempos de Deus, onde Deus está agindo e quais são os caminhos de Deus que atravessam os acontecimentos do mundo e da história. Muitos lêem a Palavra de Deus e não sabem o que dizer, assim também vivemos tantos acontecimentos e não sabemos encontrar neles a Palavra de Deus. Jesus dissera aos judeus: “Examinai as Escrituras, pois elas falam de mim” (Jo 5,39). Pode igualmente dizer-nos: Examinai os sinais de Deus nos tempos em que vivei e sabereis que falam de mim.
“Ter o sentido divino das coisas”.
“Aprendei, pois da figueira esta parábola: quando seus ramos ficam verdes e as flores começam a brotar, sabeis que o verão está perto!” (Mc 13,28). As parábolas do mundo explicam-nos como devemos entender esta parábola do fim dos tempos: “Quando virdes estas coisas acontecerem, ficai sabendo que o Filho do Homem está próximo” (Mc 13,29). “O sol vai se escurecer a lua não brilhará mais...” É uma parábola que nos instrui que Jesus está às portas. Os acontecimentos, muitas vêzes chocantes e dolorosos, outras vêzes maravilhosos, são a parábola que indica: Jesus está próximo, às portas. Isso quer dizer: Deus quer instruir mostrar os caminhos. Gostamos de pensar: agora ele vem! Assim já há dois mil anos os cristãos esperam esta chegada de Cristo e até dizemos em cada missa: “Vem, Senhor Jesus!” E pensamos não veio até agora. O sentido mais profundo desta vinda é sua presença constante em cada pessoa, acontecimento e celebração.
Ele nos levou à perfeição definitiva.
A resposta cristã ao “risco” do fim do mundo é esta: “De fato, com esta única oferenda, levou à perfeição os que santifica” (Hb 10,14) Para os cristãos não há um fim de mundo, há uma passagem ao reino definitivo. “Os que tiverem sido sábios brilharão como o firmamento; e os que tiverem ensinado a muitos os caminhos da virtude brilharão como as estrelas por toda eternidade” (Daniel 12,2-3). Sendo assim, os que souberem ler os sinais da presença de Jesus (mesmo inconscientemente) viverão a vida eterna, já e agora e depois definitivamente, vencido todo o mal e implantando o reino do amor. Pensar no fim é encontrar Jesus nos acontecimentos da vida, e com Ele, viver o presente.
(Leituras: Daniel 12,1-3;
Hebreus 10,11-14.18;Marcos 13,24-32)
Homilia do 33º domingo do Tempo Comum
EM NOVEMBRO DE 2003
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