PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA MISSIONÁRIO REDENTORISTA 53 ANOS CONSAGRADO 45 ANOS SACERDOTE |
Permanecei em mim
Celebrando a Páscoa de Jesus, é bom nos perguntarmos se sabemos o que é Páscoa. Usamos a saudação de “Feliz Páscoa” quando ainda não é parte de nossa vida, mas somente um dia do calendário. Ela é a fonte de tudo o que somos e sabemos sobre salvação e Igreja. Paulo insiste: “Cristo é nossa Páscoa” (1Cor 5,7). O sacrifício do cordeiro purificava do pecado. Cristo, Cordeiro de Deus, com seu sacrifício, purificou-nos de todo o pecado e instaurou uma vida nova. O fermento novo nos faz massa nova. Não massa cujo fermento é o mal. Como vivemos essa nova vida? Jesus nos conta a bela parábola da videira e seus ramos. Como um ramo tem vida? Permanecendo unido à videira para dar fruto: “Permanecei em mim e Eu permanecerei em vós. Como os ramos não podem dar fruto por si mesmo, se não permanecerem na videira, assim também vós, não podereis dar fruto se não permanecerdes em Mim... sem Mim nada podeis fazer” (Jo 15,4-5). Páscoa permanente é a união a Cristo. Assim damos frutos, como é o desejo do Pai. Essa é a glorificação e o culto que podemos fazer (Id7). O projeto de vida cristã consiste na permanente união a Cristo. Assim Cristo produz frutos em nós e através de nós que somos galhos unidos ao tronco. Tudo o que fazemos é Cristo que faz em nós: O ramo que corta essa ligação seca e é queimado. Essa união ao tronco nos dá uma garantia de força da oração: “Pedi o que quiserdes e vos será dado” (Id 7). É a oração na força de Cristo vida.
Guardar os mandamentos
João, em sua carta, nos convida a amar “em ações e em verdade”. Nisso não há pecado porque Deus é maior e conhece nosso coração. “Se nossa consciência (coração) não nos acusa, temos confiança em Deus que é maior que nosso coração e conhece todas as coisas” (1Jo 3,19-21). Temos certeza de sermos ouvidos no que pedirmos, pois temos confiança junto de Deus. Por que será que tanto no evangelho, como na leitura há essa insistência de pedir e ser ouvido. Somos carentes e necessitamos até de coisas humanas. Mais ainda das espirituais. Os pedidos devem estar em torno da união ao tronco que é Cristo e dos frutos do Reino que possamos produzir. O que significa permanecer unido ao tronco, senão “observar os mandamentos fazemos o que é de seu agrado”? O mandamento é claro: “Este é o seu mandamento: que creiamos no nome (na Pessoa) do seu Filho, Jesus Cristo, e nos amemos uns aos outros” (1Jo 23). “Quem guarda os mandamentos permanece em Deus e Deus com Ele. Que Ele permanece conosco, sabemo-lo pelo Espírito que nos Ele nos deu” (Id 24).
Liberdade que salva
Rezamos na oração da missa: “Concedei aos que creem no Cristo, a liberdade verdadeira e a herança eterna”. Paulo que fora perseguidor, por um magnífico dom da graça, acolhera totalmente a fé em Cristo. Lentamente foi conhecendo o Evangelho e assumindo fortemente a missão de evangelizar. Esse processo de libertação o transforma. Quem conhece evangelho não deixa de dar a vida por Cristo. Em Jerusalém Barnabé o introduz no grupo apostólico. Imediatamente começa a perseguição. Paulo, à medida que vai se unindo a Cristo se torna maior apóstolo. Ele mesmo diz que trabalhou mais que os outros apóstolos (1Cor 1,15-10). A liberdade de se dar totalmente a Cristo o faz livre em relação a todos e pode assim assumir a evangelização dos pagãos. A liberdade dada pela fé em Cristo o transforma de judeu fiel seguidor das tradições, em um livre seguidor de Cristo.
Leituras: Atos 9,26-31; Salmo 21;
1João 3,18-24; João 15,1-8.
1.Páscoa permanente é a união a Cristo.
2.Temos certeza de sermos ouvidos, pois temos confiança junto de Deus.
3.Quem conhece evangelho não deixa de dar a vida por Cristo.
Quebrando galho
Quando encontramos, em situações difíceis, um quebra-galho resolve bem nossos problemas. Quebrar galho é remendo. Jesus não é um quebra-galho de nossa vida. Nós somos o galho. Ele nos quebra para nos unirmos a Ele. Assim unidos temos vida e damos frutos. Ele nos ajuda, quebra nosso galho quando nossa vida não tem sentido, pois não está unida a seu sentido, o sentido que dá vida.
A ressurreição de Jesus trouxe uma nova vida. Trouxe a Vida. Essa quebra nossa fraqueza e nos une como testemunhas da Vida que dura.
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