Evangelho segundo São João 14,27-31a.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz. Não vo-la dou como a dá o mundo. Não se perturbe nem intimide o vosso coração.
Ouvistes que Eu vos disse: vou partir, mas voltarei para junto de vós. Se Me amásseis, ficaríeis contentes por Eu ir para o Pai, porque o Pai é maior do que Eu.
Disse-vo-lo agora, antes de acontecer, para que, quando acontecer, acrediteis.
Já não falarei muito convosco, porque vai chegar o príncipe deste mundo. Ele nada pode contra Mim,
mas é para que o mundo saiba que amo o Pai e faço como o Pai Me ordenou».
Tradução litúrgica da Bíblia
Encíclica «Pacem in terris»,
§§ 163-164;167-170
(trad. © Libreria Editrice Vaticana, rev.)
«Dou-vos a minha paz»
Cada cristão deve ser, na sociedade humana, uma centelha de luz, um foco de amor, um fermento para toda a massa (cf Mt 5,14; 13,33). E sê-lo-á tanto mais quanto mais viver unido a Deus na intimidade de si mesmo. Só haverá paz na sociedade humana se ela estiver presente em cada um dos seus membros, se em cada um se instaurar a ordem querida por Deus. Este intento é tão nobre e elevado que homem algum, embora louvavelmente animado de toda a boa vontade, poderá levá-lo a efeito só com as próprias forças. Para que a sociedade humana seja um espelho o mais fiel possível do Reino de Deus, é muito necessário o auxílio do Alto. Com a sua dolorosa paixão e morte [Cristo] venceu o pecado, que é fator de dissensões, misérias e desequilíbrios. «Porque Ele é a nossa paz: Veio e anunciou a paz a vós que estáveis longe, e a paz aos que estavam perto» (Ef 2,14-17). É esta a mensagem que ressoa nos ritos litúrgicos destes dias [da Páscoa]. Nosso Senhor Jesus Cristo ressuscitado, de pé no meio dos seus discípulos, disse-lhes: «Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz. Não vo-la dou como a dá o mundo».
Peçamos esta paz com ardentes preces ao Redentor divino que no-la trouxe. Afaste Ele dos corações dos homens quanto pode pôr em perigo a paz, e nos transforme a todos em testemunhas da verdade, da justiça e do amor fraterno; ilumine com a sua luz a mente dos responsáveis dos povos. Inflame Cristo a vontade de todos os seres humanos, para abaterem barreiras que dividem, para corroborarem os vínculos da caridade mútua, para se compreenderem uns aos outros, para perdoarem aos que os tiverem injuriado. Sob a inspiração da sua graça, tornem-se todos os povos irmãos e floresça neles e reine para sempre essa tão suspirada paz.
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