quinta-feira, 12 de setembro de 2019

REFLETINDO A PALAVRA - “Uma fé a serviço”

PADRE LUIZ CARLOS
DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
51 ANOS CONSAGRADO
44 ANOS SACERDOTE
Tu és o Filho de Deus vivo 
Por que Pedro tem essa reação tão forte e sincera sobre Jesus, quando a opinião geral sobre Ele estava bem disparatada. Depois de tanta presença de Jesus e de milagres, ainda não se deram conta. É o que vemos no mundo de hoje: Ainda não se deram conta da presença de Jesus no mundo como renovador. A resposta de Pedro é a confirmação do Pai a Jesus sobre sua missão: “Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo” (Mt 16,16). Demonstra igualmente o reconhecimento de um ensinamento básico de Jesus: Somente os humildes e pequenos acolhem sua mensagem. Dissera: “Eu te louvo, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultastes estas coisas aos sábios e doutores e as revelastes aos pequeninos” (Mt 11,25). Pedro é o pequeno que acolhe Jesus e é anunciador da maior verdade da fé: a Divindade de Jesus e sua missão. Por isso ele tem a chave. Essa chave não é o sinal de um poder terreno e jurídico de mando. Jesus diz a Pedro que sua proclamação de fé é a chave para abrir o Reino de Deus a todos. Pedro, que em hebraico é Cefas, e pedra que é também cefas, é um jogo de palavras para dizer que a pessoa de Pedro proclamando a fé é a base para a edificação da Igreja (não de pedras materiais, mas de pedras vivas). A Igreja, como Jesus, tem uma dimensão humana que é condição para que a fé se estabeleça. Isso foi revelado pelo Pai. Não é uma criação humana, como colocar a Igreja a par com outras denominações que não têm Jesus como Filho do Deus vivo. O ser humano tem condições de, por sua vida coerente, como nos escreve Isaias, ser uma estaca segura. 
Edificarei a minha Igreja 
Todos que proclamarem a fé como Pedro, entram na construção da Igreja, Reinado de Deus no mundo. Essa construção não é humana, como algo social, mas é a convocação de Deus (isso significa Igreja) para que se estabeleça o plano Divino da salvação de todos os povos. Numa primeira colocação temos que assumir que Jesus não depende da opinião humana. Não veio para agradar e satisfazer gostos e curiosidades. Veio para agradar o Pai: “Meu alimento é fazer a vontade daquele que Me enviou” (Jo 4,34). A edificação da Igreja de Jesus foi sempre seguida da vontade do Pai. A liberdade de Jesus diante das situações do mundo é um estímulo a não identificarmos a Igreja com o mundo em que vivemos. Ela está para servir e não para se servir assumindo seus critérios. Em Pedro, foi fundamental seu humanismo, simplicidade e disposição para as coisas de Deus. Igualmente encontramos nele o Deus que o sustenta em sua fragilidade. Diz Jesus: “Não foi um ser humano que te revelou isso, mas o meu Pai que está no Céu” (Mt 16,17). Em Pedro o Pai se une a todos nós que fazemos a mesma profissão de fé. 
Tudo para a glória de Deus
Essa aproximação de Deus do ser humano, frágil, não tira de nós o dever e o direito de reconhecer a transcendência de Deus em sua misteriosa grandeza. É a oração que Paulo nos oferece na Carta aos Romanos (Rm 11,33-35) na qual reconhece o mistério de Deus que age em nós e por nós: “Ó profundidade da riqueza da sabedoria e da ciência de Deus! Como são inescrutáveis os seus caminhos!” (Rm 11,33). Como Deus é grande ao Se fazer tão pequeno em Cristo e assumir nossas condições. Somente sendo Deus pode manifestar tanto amor e tanta proximidade de nossa realidade. Ele quis precisar de nós para Se manifestar ao mundo. E continuamos reconhecendo sua presença em nossa fé tão frágil e tão potente. E podemos dizer: “Tudo é Dele, por Ele e para Ele. A Ele a glória para sempre. Amém.
https://refletindo-textos-homilias.blogspot.com/
https://padreluizcarlos.wordpress.com/

Nenhum comentário:

Postar um comentário