domingo, 15 de setembro de 2019

Homilia do 24º Domingo Comum (15.09.19)

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
51 ANOS CONSAGRADO
44 ANOS SACERDOTE
“Amar como Pai” 
Ovelha perdida 
Jesus era recriminado por viver misturado com os pecadores. Para Ele não valia o provérbio: “Diga-me com quem andas, e direi quem tu és”. Podemos até dizer o contrário: Diga-me com quem andas que conhecerei que és como teu Pai’. Ele faz, o que faz o Pai: “O Filho, por si mesmo, nada pode fazer, mas só aquilo que vê o Pai fazer; tudo o que Ele faz o Filho o faz igualmente” (Jo 5,19). Assim entendemos por que tem essa preferência em estar com os “pecadores”. Eles são as ovelhas perdidas e o filho extraviado. O próprio Paulo, na carta a Timóteo, diz que ele era o perseguidor e, foi designado para o maior serviço de evangelização. E ajunta: “Cristo veio ao mundo para salvar os pecadores. Eu sou o primeiro deles”! Não se trata de um desprezo e exclusão dos justos, fariseus e escribas que viviam a lei com perfeição. Não entendendo a vontade do Pai, se puseram contra o Filho. Assim Jesus, com a parábola do filho perdido que é acolhido com festas, ensina que a salvação é para quem precisa. Vemos que no livro do Êxodo, no caso do bezerro de ouro, pecado com o qual o povo rejeita o Deus que o tirara do Egito, por ter colocado sua glória numa imagem de um bezerro que come capim (Sl 105,20). Moisés convence Deus a não destruir o povo. A conversão é motivo de festa no Céu: “Haverá mais alegria no Céu por um só pecador que se converte, do que por noventa e nove justos que não precisam de conversão” (Lc 15,7). Na Igreja que privilegiamos os bons e desprezamos os “ruins” aos nossos olhos. Somos chamados a ter a atitude de Jesus, que é a de seu Pai. 
Este teu irmão 
Na parábola do filho perdido há um diálogo importante que nos faz ver sua continuação alertando os fariseus para que eles acolham os pecadores. O pai acolhe. O filho mais velho, que viveu sempre junto do Pai, não percebeu a riqueza que tinha em mãos. Viveu com o pai e não percebeu que tinha tudo e quanto era querido. Recusa, como os fariseus, a participar da festa da volta. Ele acusa o pai dizendo: “Esse teu filho que gastou ... teus bens, fazes festa”. O pai lhe devolve a fraternidade: “Esse teu irmão estava perdido e foi encontrado. É preciso festejar e alegrar-nos, porque ele estava morto e tornou a viver” (Lc 15,29-32). Pelo fato de ter se perdido, não perde o direito de ser amado. O filho mais velho é a figura dos fariseus que não aceitam a atitude de Jesus para com os pecadores. Diz Jesus: Vocês procuram até achar uma ovelha ou uma moeda perdidas . Mais alegria há no céu por um só pecador que se converte do que por noventa e nove justos que não precisam de conversão (Id 7). As pastorais de nossas igrejas privilegiam os bons que não dão um passo. A Igreja não os despreza. Infelizmente não há uma opção clara e decidida pelos “pecadores” e pobres. Deveria acontecer que todos os “santos e bons” movessem-se em favor dos necessitados. Pior é que dizem que é política. Deus não desiste. 
Encontrei misericórdia 
Paulo, na primeira carta a Timóteo, diz que foi buscado por Deus que teve confiança nele para designá-lo a seu serviço. Ele era um bom judeu e fariseu convicto e fiel. Ele blasfemava, insultava e perseguia os cristãos. Cristo veio ao mundo para salvar os pecadores. E eu sou o primeiro deles! Mesmo que a trajetória de Paulo seja única e diferenciada, tem consciência de ser uma ovelha perdida. Mais que perdido é convicto de estar no caminho certo. A misericórdia de Deus o desperta para Cristo. Perseguindo os cristãos, perseguia Cristo. É bom vermos nosso caminho pessoal de encontro com Cristo. 
Leituras: Êxodo 32,7-11.13-14;Salmo 50; 
1 Timóteo 1,12-17;Lucas 15,1-32. 
1. Jesus, com a parábola do filho perdido, ensina que a salvação é para quem precisa. 
2. A atitude do filho mais velho reflete o comportamento dos fariseus que não aceitam a atitude de Jesus. 
3. Paulo tem consciência de ser uma ovelha perdida. E escolhida para o ministério. 
O bezerro fez a festa 
Os empregados, não estavam entendendo o assunto. Ele tem valor só porque que vai haver um churrasco. O empregado diz: Seu pai mandou matar um novilho gordo. É interessante ver a alegria do empregado pela festa. Vai sobrar para eles também. Sabem que é porque o pai recuperou o filho com saúde. Tudo concorre para manifestar a alegria da salvação. É festa no Céu, é festa na terra. Toda a parábola mostra qual é a missão de Jesus e é também uma indicação de como devemos nos envolver com Ele na salvação dos abandonados. Sem isso, não passamos de fariseus bons, mas que não entendem o projeto de Jesus. A Igreja tem dificuldades de assumir esse projeto. Poderíamos sanar tantos males. E haveria alegria.

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