quarta-feira, 25 de julho de 2018

JOÃO SORETH Fundador da Ordem Terceira do Carmo, Beato 1394-1471

Nasceu este ilustre Carmelita em Caen, cidade da Normandia, França, no ano de 1394. Desde criança floresceu na devoção a Nossa Senhora do Carmo, vindo a entrar na sua Ordem. Estudou na Universidade de Paris, depois de feita a Profissão na Ordem do Carmo. Ordenado sacerdote foi professor na sua Universidade. Eleito Prior Geral da Ordem, exerceu o cargo até à morte por mandato do Papa. É considerado o fundador das Irmãs Carmelitas e da Ordem Terceira, hoje conhecida por Ordem Secular do Carmo. A estas comunidades, já existentes, mas sem Regra, deu-lhes forma canónica.
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Levou pessoalmente a proposta ao Papa pedindo que a aprovasse, e, ao mesmo tempo, obteve a aprovação dos estatutos e leis e o reconhecimento da Ordem Terceira do Carmo, composta por homens e mulheres que no mundo vivem a sua vida normal, embora ligados espiritualmente à Ordem. Empreendeu a renovação da vida das comunidades carmelitas as quais visitava frequentemente, animando a todos na santidade. De tal modo se fez querido que lhe chamavam «o Desejado», já que sempre que visitava algum convento nele infundia paz, serenidade, santidade e alegria. Era humilde em extremo e, mesmo sendo Prior Geral, nunca quis outras honras que as do hábito mais velho e mais gasto e a túnica mais áspera. Era manso e delicado, mas também firme e sem medo. Quis o Papa honrá-lo com a mitra de bispo e com a púrpura cardinalícia, mas Frei João Soreth resistiu, declarando que entrara no Carmo e no Carmo queria morrer. Entrou em disputa com a sua Universidade, a de Paris. Sustentavam os seus mestres que os frades mendicantes não podiam confessar, pelo que sem outra alternativa o nosso Santo se viu obrigado a recorrer ao Papa solicitando a sua intervenção. Foi-lhe concedida razão através da promulgação duma lei que autorizava a que os religiosos pertencentes a Ordens Mendicantes pudessem confessar. E na mesma lei o Papa consagrou um elogio a Frei João que começava assim: «O Padre Soreth, vigilantíssimo pastor das ovelhas a ele encomendadas, homem verdadeiro segundo o coração de Deus, dispenseiro fiel não somente da sua esclarecida Ordem e coluna da mesma, mas de todos os religiosos mendicantes, fundamento inamovível...». Estando em certa ocasião, dois exércitos no campo de batalha, dispostos para o combate, interpôs-se Frei João Soreth, dizendo: «Se derramando o meu sangue estais dispostos a abandonar a luta, estou disposto a morrer pelo amor da paz». Os dois exércitos retiraram-se sem combate, mas ambos derrotados, abandonando o campo de batalha e instaurando a paz. O seu amor a Jesus eucaristia era tão grande que as suas imagens o representam com a Regra da Ordem numa mão, e na outra uma píxide com o Santíssimo Sacramento. Fundou muitos conventos, tanto de religiosos como de religiosas, instaurando serenidade e paz em todas as comunidades. Quando estava de visita a certo convento que se dizia convertido às reformas do Santo e apaziguado pela sua entranhável bondade deram-lhe, na refeição, veneno a tomar. Sentindo-se gravemente doente e declarando-se a qualidade da enfermidade, afirmou diante dos irmãos e de Deus, que perdoava a quem o tinha envenenado voluntária ou involuntariamente. Apressou-se a viajar para o convento de Angers, onde morreu, repetindo serenamente aquela bela frase de S. Bernardo: «Ó bom Jesus, sede meu, Jesus». Era o dia 25 de Julho de 1471.
Fonte: www.carmodeaveiro.org

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