Na história do
povo de Israel, quando alguém recebia uma comunicação de Deus, no caso uma
visão, ouvia as palavras: “Não tenhas medo”. Assim disse o Anjo a Maria. Jesus
diz o mesmo aos discípulos quando O vêem vir sobre as águas: “Coragem! Sou eu.
Não tenhais medo”. Diz a Pedro que ficou com medo de se afundar: “Homem fraco
na fé, por que duvidastes?”. Diante da grandeza de Deus, o homem sente o temor
reverencial. Não tenhamos medo de Deus quando O encontramos na oração. Podemos
até dizer: “Eu e Deus nos entendemos bem”. A celebração hoje nos convida a um
encontro com Deus no meio da tempestade. Elias vive uma tempestade terrível que
foi a perseguição de Jezabel, a rainha mulher de Acab. Foi ao encontro de Deus
no monte Horeb (1Rs 19,9-13). Os discípulos
estavam sob forte tempestade e Jesus foi a seu encontro caminhando sobre as
águas (Mt 14,22-33).
São duas situações iguais. O encontro de Deus com Elias se dá no
murmúrio de uma leve brisa (12). Os discípulos
são acalmados por Jesus quando entra em seu barco. Não ter medo significa que o
relacionamento com Deus supera as tempestades. O mar bravio traz a idéia de
algo maligno. Por isso Jesus está por cima. Nesse contexto encontramos Jesus
que é modelo de oração. Não só ensinou o Pai Nosso, mas ensinou que é necessário
rezar. Ele rezava a sós, rezava também com os discípulos as orações do povo
como também freqüentava o templo. O povo da aliança era um povo que sabia
rezar. Devíamos ter medo de não rezar. Rezamos pouco e mal. Jesus rezava muito e
bem. A palavra de Deus hoje nos convida a uma reflexão sobre nossa oração. Ela
nos induz à serenidade nas tempestades. Ser cristão é realizar a vocação de
orante. Por que rezar? Porque a oração faz parte do ser humano. Sendo humanos
temos necessidade de estar em contato com Deus.
Quero
ouvir o Senhor
A oração é
condição para a vitalidade da vida cristã. Jesus gostava de conversar com o
Pai. Impressiona sua atitude orante. Não se trata de rezar muitas coisas, mas
de ter o diálogo com o Pai. Quando estamos em dificuldades apelamos para a
oração, como fizeram os discípulos. Jesus no momento da crise no Jardim das
Oliveiras rezou expressando sua angústia e sua adesão à vontade do Pai. Não é
só quando pesa que devemos rezar. O salmo instrui como rezar: Ouvir: Quero ouvir o que o Senhor irá falar; A
oração traz a paz: “É paz que ele vai
anunciar... a verdade e o amor se encontrará, a justiça e a paz se abraçarão”;
A oração também se destina às coisas da vida. Mesmo no cotidiano queremos
depender de Deus: “O Senhor nos dará tudo
de bom, e a nossa terra nos dará suas colheitas”; Temos certeza que Deus
nos ouve quando estamos afundando: “Senhor,
salva-me”! Assim grita Pedro. A resposta de Jesus nos remete à fé: “Homem fraco na fé, por que duvidaste? A
fé nos leva a professar a fé: Tu és o
Filho de Deus!
Força
do silêncio
Deus acalma o
profeta com a visão no Horeb e Jesus acalma a tempestade. Acalma nas dificuldades
e no ruído da vida. A visão de Elias insinua que Deus só fala quando todo mundo
faz silêncio. Mas Jesus ouve o grito dos discípulos no medo e na tempestade. A
espiritualidade cristã, procurando eliminar o barulho exterior, busca o
silêncio interior. É preciso ter sempre um cantinho no qual encontramos o
momento para nossa oração, mesmo no meio do barulho. Vivemos agitados. Mais
ainda se torna necessário ir cultivando o silêncio interior que vai ao
exterior. Não tenhais medo!
https://padreluizcarlos.wordpress.com/
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