Cumprir a
vontade do Pai era a sede de Deus que sempre ardeu em Jesus. Tem a certeza que vai ganhar sua vida,
mesmo perdendo-a sacrificando-Se. Convida os discípulos a fazerem o mesmo. Só
poderão realizar esse projeto, se tiverem sido seduzidos por Ele para realizar
a vontade do Pai. Essa sedução consumira o profeta Jeremias. Recebera de Deus a
ingrata missão de acusar e chamar atenção. Por isso sofre a humilhação, a
vergonha e cansaço por parte dos zombadores. Ser profeta não é fácil. Somente a
sedução pode dar força para suportar o peso da profecia. O profeta compara essa
sedução a um fogo que lhe penetrava os ossos. O fogo é maior que sua
fragilidade, tanto que o leva a desfalecer (Jr 20,7-9). A sedução é
deixar-se guiar por Cristo na construção da vida. Há somente uma coisa que vale
mais que nossa vida, o Cristo. O salmo 62 expressa o que acontece no coração
seduzido por Deus. É como uma sede da terra seca clamando por água. É uma busca
ansiosa como um desejo que arde no corpo; é como a sequidão clamando por água.
Estas imagens só compreendem quem as
vive. A saciedade se dá pelo amor: Rezamos no salmo: “Vosso amor vale mais que
a vida: e por isso meus lábios Vos louvam”. O salmista narra a satisfação do
desejo: “Minha alma será saciada como em grande banquete de festa; cantará
alegria em meus lábios, ao cantar para Vós meu louvor”. A sede saciada é fonte
de alegria. É sentir-se acolhido como o filhotinho sob as asas da mãe: “De
vossas asas à sombra eu exulto”. Quem se sacia agarra o tesouro encontrado:
“Minha alma se agarra em Vós; com poder vossa mão me sustenta”. Assim acontece
quando se segue Jesus.
Caminho
seguro
Declarar que
Jesus é o Filho de Deus significa assumi-Lo como vida e caminho. A atitude de
Pedro de querer afastá-Lo do caminho de sua missão, repreendendo-O, é atitude
própria de Satanás. Jesus diz: “Vai para longe, Satanás! Tu és para mim pedra
de tropeço, porque não pensas as coisas de Deus, mas sim as coisas dos homens” (Mt
16,23).
A sedução que Deus exerce sobre nós leva-nos à renúncia e à disposição de
perder a vida. Não se trata de uma perda, mas de um ganho. Jesus continua
mostrando quanto vale a vida que dura para sempre: “Que adianta ao homem ganhar
o mundo inteiro, mas perder sua vida?” (26). Se nos deixarmos
seduzir por Ele, nada daremos em troca. Jesus põe esse ensinamento no contexto
da previsão da recusa e paixão. Como passou da morte à ressurreição, assim seu
discípulo faz o mesmo caminho. Este é o caminho seguro. Podemos ter certeza,
pois é a experiência da Igreja: Quando é recusada e perseguida, é porque cumpre
a verdade e está no caminho de Jesus. A perseguição que os fiéis sofrem não é contra
eles, mas contra Cristo. Não temos que dar satisfações ao mundo, mas a Deus.
Sacrifício
vivo
A vida dedicada
para Deus no seguimento de Jesus, não é somente um processo humano, mas a união
ao sacrifício de Cristo em sua entrega ao Pai. Paulo nos convida ao culto
espiritual. Não é sacrifício de sofrimento e dor, mas feito no altar do coração
em um corpo marcado pelo Espírito Santo, pois somos seus templos (1Cor
6,19).
O sacrifício espiritual é a vida vivida nas boas obras que fazemos. A vida é
sacrifício quando se faz a vontade de Deus, transformando a maneira de pensar e
julgar, procurando sempre a vontade de Deus, distinguindo o que é bom, agrada
Deus. Este é o sacrifício perfeito. Faz a vontade de Deus quem se deixou
seduzir por Ele. Na Eucaristia amadurecemos o culto espiritual.
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