domingo, 29 de julho de 2018

Homilia do 21º Domingo Comum (29.07.18)

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
50 ANOS CONSAGRADO
“Cinco pães e dois peixes”
Estava próxima a Páscoa
            Iniciamos a reflexão do capítulo sexto de S. João que é discurso sobre o Pão da Vida. Interrompemos, por um mês, a leitura o evangelho de Marcos.Jesus fez o milagre de alimentar uma grande multidão com cinco pães e dois peixes. O que era um lanche de um menino tornou-se um banquete para uma multidão. Como no deserto Deus alimentou o povo com o maná durante quarenta anos, assim também Jesus alimentará o mundo até o fim dos tempos. Jesus faz o milagre estando próxima a festa da Páscoa dos judeus. Celebra a Páscoa com a multidão. Fez uma celebração com relação com a vida.Assim também será em sua Páscoa de morte e ressurreição. Primeiro ela aconteceu em Jesus que foi o pão partido para ser repartido com todos, dando sua vida na cruz. Jesus é o pão da vida, que dá vida. O Evangelho quer, com esse texto, mostrar-nos que a Eucaristia atinge a vida da comunidade. Sua vida tão humilde é destruída pelos homens torna-se o grande milagre de Deus que dá vida a todos. Nos textos que seguem, vai nos orientar a crer, pois crer é alimentar-se da Vida. A Eucaristia,por fazermos dela um rito que não nos leva ao milagre da multiplicação, perde muito de seu dom. Estamos sendo assim, colocados à prova para corresponder ao dom de Jesus que se faz pão para que todos tenham vida. Depois ensinará que, quem se alimenta dele, comendo sua carne e bebendo o seu sangue, tem a vida eterna.Celebra a Páscoa primeiro em Si. Depois em cada gesto de amor de partilha.  O amor de partilha é participação na entrega que Jesus nos fez de sua vida.
Milagre modelo
            Os pãezinhos do garoto são símbolo de Jesus que, tão pequeno, nos trouxe tão grande Páscoa de salvação. Mostra-nos igualmente que Páscoa é uma grande festa quando acontece em nossas fragilidades cheias de boa vontade e dedicação aos outros. A multiplicação dos pães continua quando multiplicamos as oportunidades de fazer bem aos outros. Ao dizer que é milagre modelo, queremos afirmar o anseio de Jesus de dar sua vida para a salvação de todos. João, em seu evangelho, quer dar o sentido da Eucaristia que é a Páscoa de Jesus. Essa Páscoa em seu sangue acontece em sua Paixão quando dá sua vida para a vida do mundo. Quando se parte o pão para repartir se retoma o gesto e Jesus que partiu o pão e repartiu aos apóstolos. Seu gesto ritual acontecerá realmente em sua morte quando seu corpo é dado – repartido - e seu sangue é derramado para a salvação. Jesus não mandou repetir um rito, mas tornar presente entre os cristãos sua Páscoa que é para dar vida através do pão repartido. Partir e repartir. Sua morte e ressurreição são a realização da Páscoa. A multiplicação é programa da Páscoa cristã realizando,em sinais, a memória da Paixão e Ressurreição, a multiplicação que continua a criação da fraternidade que ama.
Pão da união
            O livro da Didaqué nos diz que os grãos que estavam espalhados pelos montes foram reunidos em um único pão. A multidão dos ouvintes de Jesus se torna um corpo pelo pão do milagre. Nós formamos um único corpo com o Pão Vivo. A multidão saciada quis fazer Jesus rei para continuar a dar pão em abundância e de graça. A multidão saciada pelo Pão Vivo se faz um único corpo que continua a vitória de Cristo sobre o mal e a morte. Por isso dirá: “Quem come desse pão viverá eternamente”. Mesmo pequenos e de poucos recursos, podemos servir ao grande milagre da multiplicação da vida de Cristo para o mundo. Participando de sua Páscoa, participamos de sua missão.
Leituras: 2 Reis 4,42-44; Salmo 144; Efésios 4,1-6; João 6,1-15         
1.  O Evangelho quer mostrar-nos que a Eucaristia atinge a vida da comunidade.
2.  Quando se parte o pão para repartir se retoma o gesto e Jesus que partiu o pão e repartiu aos apóstolos.
3.  Participando de sua Páscoa, participamos de sua missão.                        O menino no lanche milagroso
            O menino que possuía cinco pães e dois peixes sai da história do milagre de Jesus. Mas, se não fosse ele, não haveria o milagre. Tenho a impressão que não damos o devido valor à criança na história da salvação. São os pequenos que não contam, que contam toda a história. Lembramos a irmãzinha de Moisés que viu a filha do Faraó tirar Moisés das águas e oferecer a própria mãe como ama de leite.
            Samuel era garotinho quando recebe de Deus uma missão e se torna o grande profeta e juiz do povo.
            Davi era um pastorzinho quando foi escolhido. Tornou-se rei e teve garantido seu trono para a eternidade, pois Jesus é Rei, descendente de Davi.
            Maria superara a adolescência quando é chamada para Mãe do Senhor.
            Não neguemos às crianças sua capacidade de conhecer a Deus compreender seu evangelho.
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