PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA REDENTORISTA 50 ANOS CONSAGRADO |
“Cinco pães e dois peixes”
Estava próxima a Páscoa
Iniciamos
a reflexão do capítulo sexto de S. João que é discurso sobre o Pão da Vida.
Interrompemos, por um mês, a leitura o evangelho de Marcos.Jesus fez o milagre
de alimentar uma grande multidão com cinco pães e dois peixes. O que era um
lanche de um menino tornou-se um banquete para uma multidão. Como no deserto
Deus alimentou o povo com o maná durante quarenta anos, assim também Jesus
alimentará o mundo até o fim dos tempos. Jesus faz o milagre estando próxima a
festa da Páscoa dos judeus. Celebra a Páscoa com a multidão. Fez uma celebração
com relação com a vida.Assim também será em sua Páscoa de morte e ressurreição.
Primeiro ela aconteceu em Jesus que foi o pão partido para ser repartido com
todos, dando sua vida na cruz. Jesus é o pão da vida, que dá vida. O Evangelho
quer, com esse texto, mostrar-nos que a Eucaristia atinge a vida da comunidade.
Sua vida tão humilde é destruída pelos homens torna-se o grande milagre de Deus
que dá vida a todos. Nos textos que seguem, vai nos orientar a crer, pois crer
é alimentar-se da Vida. A Eucaristia,por fazermos dela um rito que não nos leva
ao milagre da multiplicação, perde muito de seu dom. Estamos sendo assim,
colocados à prova para corresponder ao dom de Jesus que se faz pão para que
todos tenham vida. Depois ensinará que, quem se alimenta dele, comendo sua
carne e bebendo o seu sangue, tem a vida eterna.Celebra a Páscoa primeiro em
Si. Depois em cada gesto de amor de partilha.
O amor de partilha é participação na entrega que Jesus nos fez de sua
vida.
Milagre
modelo
Os
pãezinhos do garoto são símbolo de Jesus que, tão pequeno, nos trouxe tão
grande Páscoa de salvação. Mostra-nos igualmente que Páscoa é uma grande festa
quando acontece em nossas fragilidades cheias de boa vontade e dedicação aos
outros. A multiplicação dos pães continua quando multiplicamos as oportunidades
de fazer bem aos outros. Ao
dizer que é milagre modelo, queremos afirmar o anseio de Jesus de dar sua vida
para a salvação de todos. João, em seu evangelho, quer dar o sentido da
Eucaristia que é a Páscoa de Jesus. Essa Páscoa em seu sangue acontece em sua
Paixão quando dá sua vida para a vida do mundo. Quando se parte o pão para
repartir se retoma o gesto e Jesus que partiu o pão e repartiu aos apóstolos.
Seu gesto ritual acontecerá realmente em sua morte quando seu corpo é dado –
repartido - e seu sangue é derramado para a salvação. Jesus não mandou repetir
um rito, mas tornar presente entre os cristãos sua Páscoa que é para dar vida
através do pão repartido. Partir e repartir. Sua morte e ressurreição são a
realização da Páscoa. A multiplicação é programa da Páscoa cristã realizando,em
sinais, a memória da Paixão e Ressurreição, a multiplicação que continua a
criação da fraternidade que ama.
Pão
da união
O
livro da Didaqué nos diz que os grãos que estavam espalhados pelos montes foram
reunidos em um único pão. A multidão dos ouvintes de Jesus se torna um corpo
pelo pão do milagre. Nós formamos um único corpo com o Pão Vivo. A multidão
saciada quis fazer Jesus rei para continuar a dar pão em abundância e de graça.
A multidão saciada pelo Pão Vivo se faz um único corpo que continua a vitória
de Cristo sobre o mal e a morte. Por isso dirá: “Quem come desse pão viverá
eternamente”. Mesmo pequenos e de poucos recursos, podemos servir ao grande
milagre da multiplicação da vida de Cristo para o mundo. Participando de sua
Páscoa, participamos de sua missão.
Leituras: 2 Reis 4,42-44; Salmo 144; Efésios
4,1-6; João 6,1-15
1. O
Evangelho quer mostrar-nos que a Eucaristia atinge a vida da comunidade.
2. Quando
se parte o pão para repartir se retoma o gesto e Jesus que partiu o pão e
repartiu aos apóstolos.
3. Participando
de sua Páscoa, participamos de sua missão. O menino no lanche milagroso
O menino que possuía cinco pães e
dois peixes sai da história do milagre de Jesus. Mas, se não fosse ele, não
haveria o milagre. Tenho a impressão que não damos o devido valor à criança na
história da salvação. São os pequenos que não contam, que contam toda a
história. Lembramos a irmãzinha de Moisés que viu a filha do Faraó tirar Moisés
das águas e oferecer a própria mãe como ama de leite.
Samuel era garotinho quando recebe
de Deus uma missão e se torna o grande profeta e juiz do povo.
Davi era um pastorzinho quando foi
escolhido. Tornou-se rei e teve garantido seu trono para a eternidade, pois
Jesus é Rei, descendente de Davi.
Maria superara a adolescência quando
é chamada para Mãe do Senhor.
Não neguemos às crianças sua
capacidade de conhecer a Deus compreender seu evangelho.
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