terça-feira, 21 de novembro de 2017

REFLETINDO A PALAVRA - “Júbilo da salvação”

PADRE LUIZ CARLOS
DE OLIVEIRA
REDENTORISTA
Que devemos fazer?
               A liturgia do 3º Domingo do Advento tem uma nota grandiosa de alegria que ultrapassa o puro sentimento para chegar à alegria do coração que se une à alegria de Deus. A liturgia reveste-se de cores alegres para traduzir a alegria em ver os primeiros raios do sol do nascimento de Cristo. A presença de João Batista no meio do povo foi um estímulo a esta alegria nascida da esperança e da certeza da ação de Deus. O Evangelho diz que o povo estava na expectativa, e todos perguntavam no seu íntimo se João não seria o Messias. É a certeza que sentiam que Deus cumpria suas promessas. João dá orientações ao povo. Cada um tem um jeito de servir melhor a Deus. O povo tem consciência de que, para acolher o Messias, é necessário ter um coração novo e atitudes novas. Quem crê, pergunta pelo caminho a seguir. O povo, os donos do dinheiro e as autoridades pedem orientações: Que devemos fazer? Vemos que João dialogava vivamente com as pessoas. Falava ao coração. João diz que devem ser fraternos e saber partilhar. Aos cobradores que recebiam o imposto devido ao imperador romano, diz que não explorassem o povo; aos soldados ensina que não sejam corruptos oprimindo o povo pela violência nem acusando falsamente as pessoas. A pregação autêntica leva à conversão. A vinda de Jesus continua este modo de compreender as realidades. Vejamos como a pregação de João é atual pelo acúmulo de bens, pela exploração do povo nos impostos e outros meios eivados de corrupção, e a violência sobre os pobres. Em Jesus acontece nossa salvação. João nega ser o Messias. Este batizará com o Espírito Santo e o fogo. Batiza no Espírito para restaurar, para a nova criação, os homens que tinham perdido este Espírito (Gn 6,3). Batizará com fogo divino que purifica. Assim, em Pentecostes, os discípulos serão batizados para sempre. O Espírito veio em forma de chamas de fogo.
Alegrias da Salvação
               “Não temas, Sião, não te deixes levar pelo desânimo! O Senhor Deus está no meio de ti, o valente guerreiro que te salva; Ele exultará de alegria por ti, movido por amor” (Sf 3,16-17). O povo experimenta a alegria que vem do perdão recebido. Não só perdoa, mas vive no meio do povo. Não há mais o que temer (Sf 3,15). Por isso cantamos com Isaías: “Exultai cantando alegres habitantes de Sião, porque é grande em teu meio o Deus santo de Israel”, reza o refrão do cântico de Isaias (Is 12,2-6). É esta a alegria que recebemos nesta liturgia: A salvação está próxima. O Advento, mesmo trazendo a apreensão pela vinda de Cristo no fim dos tempos, traz a alegria de sua presença no meio de nós, no mistério que celebramos na Manifestação do Senhor. A fé no Salvador nos traz a Salvação.
Beber das fontes da salvação
               Para viver bem, é urgente beber com alegria das fontes da salvação. Nossa alegria de encontrar o Salvador é sermos acolhidos por Deus. Não se inquietar nem ter medo, pois temos a quem apresentar nossas necessidades. É um convite a resolver os temores na oração. A melhor oração é a própria celebração: As maravilhas da salvação acontecem em nós quando celebramos a Eucaristia: “Ao celebrar os sacramentos realizem-se em nós as maravilhas da salvação” (Oferendas). João nos convida à purificação para celebrar a salvação presente: “Os sacramentos nos purifiquem dos pecados e nos preparem para as festas que se aproximam” (Pós-Comunhão). João iria pedir de nós hoje? Que mudança fazer?

Nenhum comentário:

Postar um comentário