A vida e o martírio de Catarina de Alexandria estão
de tal modo mesclados às tradições cristãs que ainda hoje fica difícil
separar os acontecimentos reais do imaginário de seus devotos,
espalhados pelo mundo todo. Muito venerada, o seu nome tornou-se uma
escolha comum no batismo, e em sua honra muitas igrejas, capelas e
localidades são dedicadas, no Oriente e no Ocidente. O Brasil
homenageou-a com o estado de Santa Catarina, cuja população a festeja
como sua celestial padroeira. Alguns textos escritos entre os séculos VI
e X , que se reportam aos acontecimentos do ano 305, tornaram pública a
empolgante figura feminina de Catarina. Descrita como uma jovem de
dezoito anos, cristã, de rara beleza, era filha do rei Costus, de
Alexandria, onde vivia no Egito. Muito culta, dispunha de vastos
conhecimentos teológicos e humanísticos. Com desenvoltura, modéstia e
didática, discutia filosofia, política e religião com os grandes
mestres, o que não era nada comum a uma mulher e jovem naquela época. E
fazia isso em público, por isso era respeitada pelos súditos da Corte
que seria sua por direito. Entretanto esses eram tempos duros do
imperador romano Maximino, terrível perseguidor e exterminador de
cristãos. Segundo os relatos, a história do martírio da bela cristã teve
início com a sua recusa ao trono de imperatriz. Maximino apaixonou-se
por ela, e precisava tirá-la da liderança que exercia na expansão do
cristianismo. Tentou, oferecendo-lhe poder e riqueza materiais. Estava
disposto a divorciar-se para casar-se com ela, contanto que passasse a
adorar os deuses egípcios. Catarina recusou enfaticamente, ao mesmo
tempo que tentou convertê-lo, desmistificando os deuses pagãos. Sem
conseguir discutir com a moça, o imperador chamou os sábios do reino
para auxiliá-lo. Eles tentaram defender suas seitas com saídas teóricas e
filosóficas, mas acabaram convertidos por Catarina. Irado, Maximino
condenou todos ao suplício e à morte. Exceto ela, para quem tinha
preparado algo especial. Mandou torturá-la com rodas equipadas com
lâminas cortantes e ferros pontiagudos. Com os olhos elevados ao Senhor,
rezou e fez o sinal da cruz. Então, ocorreu o prodígio: o aparelho
desmontou. O imperador, transtornado, levou-a para fora da cidade e
comandou pessoalmente a sua tortura, depois mandou decapitá-la. Ela
morreu, mas outro milagre aconteceu. O corpo da mártir foi levado por
anjos para o alto do monte Sinai. Isso aconteceu em 25 de novembro de
305. Contam-se aos milhares as graças e os milagres acontecidos naquele
local por intercessão de santa Catarina de Alexandria. Passados três
séculos, Justiniano, imperador de Bizâncio, mandou construir o Mosteiro
de Santa Catarina e a igreja onde estaria sua sepultura no monte Sinai.
Mas somente no século VIII conseguiram localizar o seu túmulo,
difundindo ainda mais o culto entre os fiéis do Oriente e do Ocidente,
que a celebram no dia de sua morte. Ela é padroeira da Congregação das
Irmãs de Santa Catarina, dos estudantes, dos filósofos e dos moleiros -
donos e trabalhadores de moinho. Santa Catarina de Alexandria integra a
relação dos quatorze santos auxiliares da cristandade. Texto: Paulinas
Internet
Os
textos que foram retirados de obras da Paulinas e as ilustrações,
criadas exclusivamente para serem utilizadas neste site, estão
protegidos pela Lei dos Direitos Autorais. Para a sua utilização, é
obrigatória a inserção de crédito com o link
para acesso ao site.
Nenhum comentário:
Postar um comentário