quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

EVANGELHO DO DIA 3 DE FEVEREIRO

Evangelho segundo S. Marcos 6,1-6.
Naquele tempo, Jesus dirigiu-Se à sua terra e os discípulos acompanharam-n’O. Quando chegou o sábado, começou a ensinar na sinagoga. Os numerosos ouvintes estavam admirados e diziam: «De onde Lhe vem tudo isto? Que sabedoria é esta que Lhe foi dada e os prodigiosos milagres feitos por suas mãos? Não é Ele o carpinteiro, Filho de Maria, e irmão de Tiago, de José, de Judas e de Simão? E não estão as suas irmãs aqui entre nós?». E ficavam perplexos a seu respeito. Jesus disse-lhes: «Um profeta só é desprezado na sua terra, entre os seus parentes e em sua casa». E não podia ali fazer qualquer milagre; apenas curou alguns doentes, impondo-lhes as mãos. Estava admirado com a falta de fé daquela gente. E percorria as aldeias dos arredores, ensinando. 
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia: 
São Boaventura (1221-1274), franciscano, doutor da Igreja 
Meditações sobre a vida de Cristo; Opera omnia, t. 12, pp. 530 ss. 
«De onde Lhe vem tudo isto? [...] Não é Ele o carpinteiro, o Filho de Maria?»
O Senhor Jesus, regressando do Templo e de Jerusalém a Nazaré com seus pais, morou com eles até à idade de trinta anos «e era-lhes submisso» (Lc 2,51). As Escrituras não nos dizem o que Ele fez durante todo este tempo, o que parece bastante surpreendente. [...] Mas, se olharmos com atenção, veremos claramente que, não fazendo nada, fazia maravilhas. Cada um dos seus gestos revela, com efeito, o seu mistério. E, como agia com poder, também Se calou com poder, permanecendo recolhido na obscuridade com poder. O Mestre soberano, que nos vai ensinar os caminhos da vida, começa desde a sua juventude a fazer obras poderosas, mas de uma forma surpreendente, incógnita e inconcebível, parecendo aos olhos dos homens inútil, ignorante e a viver no opróbrio. [...] 
Ele apreciava esta maneira de viver, para ser julgado por todos como um ser pequeno e insignificante; isto fora anunciado pelo profeta, que dissera em seu nome: «Sou um verme e não um homem» (Sl 21,7). Vês portanto o que Ele fazia, não fazendo nada: tornava-Se desprezível [...]; parece-te pouca coisa? Seguramente, não era Ele que tinha necessidade disso, mas nós, pois não conheço coisa mais difícil nem mais grandiosa. Parece-me que chegaram ao mais alto grau aqueles que, de todo o seu coração e sem fingimento, se possuem suficientemente para não quererem nada de outrem senão ser desprezados, não contar para nada e viver num abaixamento extremo. É uma vitória maior que a tomada de uma cidade.

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