Tudo
o que Deus faz é garantido. Deus não criou o mundo por acaso nem para que fosse
um nada. Criou porque tem um fim. A vida de Cristo não é um capítulo de novela
que termina. “Nele, tudo se encaminha para a vitória final do Amor” (Pe.
Häring). Tudo o que fazemos e nos estimula para a frente, é reflexo da
confiança que temos. Pela confiança em um futuro garantido, animamos os outros.
Deus é nosso futuro e nos dá a esperança. A esperança é um dom. Quem não tem
esperança não tem razão para viver. É notório como em países ateus o nível de
suicídios, sobretudo entre jovens, é muito superior ao que ocorre nos países de
maioria cristã. Quem sabe seja porque não lhes é dada uma esperança que
sustente a vida. Só daremos sentido à vida se tivermos a esperança que, como o
amor e a fé, é dom de Deus. Por isso, a esperança é chamada de virtude
teologal. Quer dizer, é Deus quem a coloca em nosso coração e nos correspondemos
pela prática da vida. A esperança que possuímos estimula o ambiente em que
vivemos a dar sentido à vida e a suas atividades. As pessoas que não vivem a
virtude da Esperança não conseguem fazer um projeto humano e cristão que tenha
consistência. Muitas vezes nós queremos resultados e não lançamos a esperança
na meta, no ponto de chegada que é Deus que tudo garante. Muitos se debatem
sempre procurando novos caminhos. Não encontram porque não colocam suas
esperanças em Cristo.
Paulo escreve: “Sei em quem acreditei” (2Tm 1,12). Uma fé firme é sustentada por uma esperança
inabalável e alimentada por um amor sem limites. Paulo escreve: “Combati o bom
combate, terminei minha carreira, guardei a fé, só me resta agora receber a
coroa da justiça, que me dará o Senhor” (2Tm
4,8-9). Esta coroa é o fruto da esperança. Mesmo caminhando na
obscuridade, temos certeza. Moisés caminhava como visse o Invisível (Hb 11,27). Vejamos como a esperança alimentou o
povo de Israel.
A
esperança que Deus nos dá transforma nossa falta de confiança e os sofrimentos
da vida em certeza de que venceremos em Deus. Cristo viveu a esperança. Sua vida,
despojada das aparências da divindade, colocava-O nas mesmas condições que
vivemos: Escuridão e insegurança. A esperança alimentava seu coração. Prova
disso é o modo como assume sua missão. No milagre da ressurreição de Lázaro Ele
reza: “Eu sei que sempre me ouves! (Jo 11,42).
No Horto das Oliveiras, quando chega ao extremo da angústia, pede ao Pai que
“afaste o cálice”, isto é, a morte que se lhe apresentava. Mas conclui
“Contudo, não a minha vontade, mas a tua seja feita!”(Lc 22,42). Era a esperança que o Pai não O abandonaria mesmo
rezando: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes?”(Mt 27,45). Mesmo assim grita: “Em vossas mãos eu entrego meu
espírito?”(Lc 23,46). A confiança no amor
do Pai não permite que Ele se perca. Por isso Deus O ressuscitou.
568.
Não seremos confundidos
Nós
temos um rumo, uma direção, uma meta a atingir. Somos competentes na arte de
viver bem. Nossa fragilidade não nos abate porque ela é menor do que a graça
que os é dada. Não vivemos sob o signo do pecado, mas da graça. Infelizmente,
ainda não acreditamos no valor da morte e ressurreição de Jesus. Ser de Deus
não é fuga do mundo, mas comprometimento com tudo o que existe para levar à sua
realização. Não seremos confundidos. Se semearmos paz, criaremos um novo céu e
uma nova terra. Quem fala de vida espiritual sem se comprometer com a vida do
mundo, torna-se inapto para a vida eterna e para a vida na terra.
https://padreluizcarlos.wordpress.com/
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