Evangelho segundo S. João 2,1-11.
Naquele
tempo, realizou-se um casamento em Caná da Galileia e estava lá a Mãe de
Jesus. Jesus e os seus discípulos foram também convidados para o casamento. A certa altura faltou o vinho. Então a Mãe de Jesus disse-Lhe: «Não têm
vinho». Jesus respondeu-Lhe: «Mulher, que temos nós com isso? Ainda não
chegou a minha hora». Sua Mãe disse aos serventes: «Fazei tudo o que Ele vos
disser». Havia ali seis talhas de pedra, destinadas à purificação dos
judeus, levando cada uma de duas a três medidas. Disse-lhes Jesus: «Enchei
essas talhas de água». Eles encheram-nas até acima. Depois disse-lhes:
«Tirai agora e levai ao chefe de mesa». E eles levaram. Quando o chefe de
mesa provou a água transformada em vinho, __ ele não sabia de onde viera, pois
só os serventes, que tinham tirado a água, sabiam __ chamou o noivo e
disse-lhe: «Toda a gente serve primeiro o vinho bom e, depois de os convidados
terem bebido bem, serve o inferior. Mas tu guardaste o vinho bom até agora». Foi assim que, em Caná da Galileia, Jesus deu início aos seus milagres.
Manifestou a sua glória e os discípulos acreditaram n’Ele.
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
São Máximo de Turim (?-c. 420), bispo
CC Sermão 65
A água transformada em vinho
Ao transformar em vinho a água que enchia as
talhas, o Salvador fez duas coisas: forneceu uma bebida aos convidados do
casamento e quis dizer que, pelo baptismo, os homens ficariam cheios do Espírito
Santo. Aliás, o próprio Senhor o declarou noutra altura ao dizer: «Deita-se o
vinho novo em odres novos» (Mt 9,17). Os odres novos significam, com efeito, a
pureza do baptismo, e o vinho, a graça do Espírito Santo.
Catecúmenos,
prestai especial atenção. O vosso espírito, que ignora ainda a Trindade,
assemelha-se à água fria. É preciso aquecê-la ao calor do sacramento do
baptismo, como um vinho, para transformar esse líquido pobre e sem valor em
graça preciosa e rica. Tal como o vinho, adquiramos bom paladar e aroma doce;
então, poderemos dizer, com o apóstolo Paulo, que somos para Deus o «bom odor de
Cristo» (2Cor 2,15). Antes do seu baptismo, o catecúmeno assemelha-se à água
imóvel, fria, sem cor […], inútil, incapaz de restabelecer as forças. Conservada
durante muito tempo, a água altera-se, fica estagnada, torna-se fétida. […] O
Senhor disse: «Quem não renascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino
de Deus» (Jo 3,5).
O fiel baptizado é semelhante ao vinho vigoroso e
rubro. Todas as coisas da criação se estragam com o tempo, só o vinho melhora ao
envelhecer. Ele perde todos os dias a sua aspereza, e adquire um «bouquet»
macio, com um sabor rico. De igual modo o cristão, à medida que o tempo passa,
perde a aspereza da sua vida pecadora, adquirindo a sabedoria e a benevolência
da Trindade divina.
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