terça-feira, 30 de junho de 2015

EVANGELHO DO DIA 30 DE JUNHO

Evangelho segundo S. Mateus 8,23-27.
Naquele tempo, Jesus subiu para o barco e os discípulos acompanharam-n’O. Entretanto, levantou-se no mar tão grande tormenta que as ondas cobriam o barco. Jesus dormia. Aproximaram-se os discípulos e acordaram-n’O, dizendo: «Salva-nos, Senhor, que estamos perdidos». Disse-lhes Jesus: «Porque temeis, homens de pouca fé?». Então levantou-Se, falou imperiosamente ao vento e ao mar e fez-se grande bonança. Os homens ficaram admirados e disseram: «Quem é este homem, que até o vento e o mar Lhe obedecem?». 
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia: 
São Cirilo de Jerusalém (313-350), bispo de Jerusalém, doutor da Igreja 
Catequeses baptismais, nº 10 
«Quem é Este?»
Se alguém quer honrar a Deus, que se prostre diante de seu Filho. Sem isso, o Pai não aceita ser adorado. Do alto do céu, o Pai fez ouvir as suas palavras: «Este é o meu filho muito amado, em quem pus as minhas complacências» (Mt 3,17). O Pai encontra a sua alegria no Filho. Se também tu não achares a tua alegria nele, não terás a vida. [...] Depois de ter reconhecido que há um só Deus, reconhece também o Filho único de Deus, crê «num só Senhor Jesus Cristo» (Credo). Dizemos «um só» porque só Ele é Filho, embora tenha muitos nomes. [...] 
«Ele é chamado Cristo» (Mt 1,16), que quer dizer ungido, um Cristo que não recebeu a sua unção de mãos humanas, mas que foi ungido desde toda a eternidade pelo Pai, para exercer em favor dos homens o sacerdócio supremo. [...] É chamado «Filho do Homem», não porque tenha a sua origem na terra, como nós, mas porque há-de vir sobre as nuvens para julgar os vivos e os mortos (Mt 24,30). É chamado «Senhor», não abusivamente como os senhores humanos, mas porque o senhorio Lhe pertence por natureza desde toda a eternidade. É chamado, muito corretamente, «Jesus», que quer dizer «o Senhor salva» (Mt 1,21), pois Ele salva curando. É chamado «Filho», não porque uma adoção O tenha elevado a esse título, mas porque foi gerado segundo a sua natureza. 
Há ainda muitas outras denominações do nosso Salvador. [...] No interesse de cada um, Cristo mostra-Se sob diversos aspectos. Para os que precisam de alegria, faz-Se «videira» (Jo 15,1), para os que precisam de entrar, é «a porta» (Jo 10,7); e, para os que querem apresentar as suas orações, aí está Ele, «Sumo Sacerdote» (Heb 7,26) e «Mediador» (1Tim 2,5). Para os pecadores, fez-Se também «cordeiro» (Act 8,32), para ser imolado por eles. Faz-se «tudo para todos» (1Cor 9,22), permanecendo Ele mesmo aquilo que é por natureza.

30 de Junho - São Theobaldo

São Theobaldo era filho do Conde Arnaldo de Champagne e educado para ser um soldado, mas na idade de 18 anos, depois de estudar as vidas dos santos sentiu um grande desejo de seguir a vida religiosa e viver uma vida ascética. Ele deixou os militares, e com a permissão de seu pai entrou para a Abadia de São Remy em Rheims. Ele e outro nobre de nome Walter se tornaram eremitas em Suxy, Ardenha. Em 1135 eles mudaram para a Floresta de Pettingen em Luxemburgo onde trabalharam como pedreiros e no campo durante o dia e a noite passavam em orações. Na busca de solidão e contemplação eles peregrinaram para Compostela e Roma e reassumiram suas vidas de eremitas em Salanigo, perto de Vicenza, Itália. Walter morreu dois anos mais tarde. A santidade de Theobaldo atraiu muitos discípulos e ele foi ordenado e tornou-se um monge Camaldoles. Ele curava varias doenças apenas com sua benção e oração. Sua fama se espalhou e vários nobres e príncipes vinha a sua procura para conselhos e curas. Sua fama alcançou também os seus parentes que vinham visita-lo. Sua mãe mais tarde também se tornou uma eremita em um local próximo. Ele faleceu em Salanigo, Itália em 30 de junho de 1066. Ele foi canonizado pelo Papa Alexandre II em 1073. Sua festa é celebrada no dia 30 de junho.
Conteúdo publicado em Comece o Dia Feliz. 
Autoriza-se a sua publicação desde que se cite a fonte.

MARTÍRIO DOS PRIMEIROS CRISTÃOS DE ROMA

Na primeira perseguição contra a Igreja, desencadeada pelo imperador Nero, depois do incêndio da cidade de Roma no ano 64, muitos cristãos foram martirizados com atrozes tormentos. Este facto é testemunhado pelo escritor pagão Tácito (Annales 15,44) e por São Clemente, bispo de Roma, papa, na sua Carta ao Coríntios (cap.5-6), do ano 96:
 “Deixemos de lado os exemplos dos antigos e falemos dos nossos atletas mais recentes. Apresentemos os generosos de nosso tempo. Vítimas do fanatismo e da inveja, sofreram perseguição e lutaram até à morte. Tenhamos diante dos olhos os bons apóstolos. Por causa de um fanatismo iníquo, Pedro teve de suportar duros tormentos, não uma ou duas vezes, mas muitas; e depois de sofrer o martírio, passou para o lugar que merecia na glória. Por invejas e rivalidades, Paulo obteve o prémio da paciência: sete vezes foi lançado na prisão, foi exilado e apedrejado, tornou-se pregoeiro da Palavra no Oriente e no Ocidente, alcançando assim uma notável reputação por causa da sua fé. Depois de ensinar ao mundo inteiro o caminho da justiça e de chegar até os confins do ocidente, sofreu o martírio que lhe infligiram as autoridades. Partiu, pois, deste mundo para o lugar santo, deixando-nos um perfeito exemplo de paciência. A estes homens, mestres de vida santa, juntou-se uma grande multidão de eleitos que, vítimas de um ódio iníquo sofreram muitos suplícios e tormentos, tornando-se, desta forma, para nós um magnífico exemplo de fidelidade. Vítimas do mesmo ódio, mulheres foram perseguidas, como Danaides e Dircéia. Suportando graves e terríveis torturas, correram até o fim a difícil corrida da fé e mesmo sendo fracas de corpo, receberam o nobre prémio da vitória. O fanatismo dos perseguidores separou as esposas dos maridos, alterando o que disse nosso pai Adão: É osso dos meus ossos e carne de minha carne (cf. Gn 2,23). Rivalidades e rixas destruíram grandes cidades e fizeram desaparecer povos numerosos. Escrevemos isto, não apenas para vos recordar os deveres que tendes, mas também para nos alertarmos a nós próprios. Pois nos encontramos na mesma arena e combatemos o mesmo combate. Deixemos as preocupações inúteis e os vãos cuidados, e voltemo-nos para a gloriosa e venerável regra da nossa tradição. Consideramos o que é belo, o que é bom, o que é agradável ao nosso Criador. Fixemos atentamente o olhar no sangue de Cristo e compreendamos quanto é precioso aos olhos de Deus seu Pai esse sangue que, derramado para nossa salvação, ofereceu ao mundo inteiro a graça da penitência.”
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MARÇAL DE LIMOGES Bispo, Santo Século III

São Marçal era bispo de Limoges no século III. Não temos informações precisas sobre suas origens, data de nascimento e morte nem dos actos de seu bispado. Tudo o que sabemos dele é de Gregório de Tours. Durante o consulado de Décio e de Grato, sete bispos foram enviados de Roma para a Gália para pregar o Evangelho. Gatien foi mandado para Tours, Trofimo para Arles, Paulo para Narbonne, Saturnino para Toulouse, Denis para Paris, Austromoine para Cler-mont e Marçal para Limoges. Marçal estava sempre acompanhado de dois padres trazidos por ele do Oriente, então pensa-se que ele também tenha vindo de lá. Ele foi bem sucedido na conversão dos habitantes de Limoges, onde foi sempre venerado. A imaginação popular, criadora de lendas, logo transformou São Marçal em um apóstolo do século I. Enviado para a Gália pelo próprio São Pedro, ele teria evangelizado não apenas a província de Limoges, mas toda a Aquitânia. Ele fez muitos milagres, incluindo trazer um morto de volta à vida, tocando-o com uma vara dada por São Pedro. A “Vida de São Marçal”, atribuída ao Bispo Aureliano, seu sucessor, mas na verdade um trabalho do século XI, desenvolve esta versão lendária. Segundo ela, Marçal teria nascido na Palestina e teria sido um dos setenta e dois discípulos de Cristo, teria assistido a ressurreição de Lázaro, estava na Santa Ceia, foi batizado por São Pedro, etc. Hoje já está provado que devemos honrar São Marçal não por ele ser um dos setenta e dois discípulos de Cristo, mas por ter sido o primeiro pregador da fé cristã em Limoges e nada além disso. Buissas, Bispo de Limoges, fez uma petição à Santa Sé em 1853 para que São Marçal não fosse privado das honras recebidas à tanto tempo. Pio IX, em seu decreto de 8 de maio de 1854 recusa a dar a São Marçal o título de discípulo de Cristo e afirmou apenas que sua veneração era muito antiga. Duas epístolas da Bibliotheca Patrum são atribuídas a São Marçal, mas são apócrifas.

REZANDO NA TRINCHEIRA

PADRE CLÓVIS DE JESUS
BOVO CSsR
Vice-Postulador da Causa
Venerável Padre Pelágio CSsR
Foi na Guerra Mundial de 1914. Dois soldados estão na trincheira, e a chuvinha fina continua caindo. Faz frio. A noite vem descendo e acomida acabou nas marmitas. Um soldado é católico fervoroso.outro foi fervoroso. Mas naquele perigo de morte ele tentou fazer uma prece: 
- Companheiro, eu queria rezar. Sabe? Aquela oração que mamãe me ensinou quando criança... Ajude-me.
- Será que é a ave maria?..
- Deve ser. Ah! Que saudade! Vamos rezar juntos.
E assim, no meio do tiroteio esfuziante, os dois rezaram pausadamente, palavra por palavra a oração aprendida no colo da mãe... Até o fim:
- Rogai por nós, santa Mãe de Deus, agora e na hora de nossa morte.
A saudade encheu seu coração. Com a saudade, também a fé ressuscitou naqueles soldados. 
Lição: Rezemos uma Ave-Maria antes de cada ação. Pelo menos ao levantar-se e ao se deitar.

ADVOGADO A SERVIÇO DO REINO

Este foi o Beato Januário Sarnelli 1702-1744). Podemos dividir sua vida em três etapas. Pressentindo que morreria muito cedo, viveu-as intensamente.
1. O advogado (1722-1732); Filho de pais bem posicionados na sociedade, teve recursos e força de vontade para aprimorar seus estudos, formando-se em advocacia com apenas 20 anos.  Pertenceu a várias associações: “Congregação dos Cavalheiros togados e doutores”, Congregação das Missões Apostólicas etc.Além das visitas aos enfermos, dedicou-se à catequese das crianças, combateu o trabalho infantil, acompanhou os velhos do Abrigo e os condenados às galeras.Nesse mesmo período ficou conhecendo Santo Afonso. Juntos trabalharam em vários segmentos da Pastoral, inclusive nas famosas “capelas  da noite”, precursoras das atuais reuniões de grupo.
2. O missionário (1732-1736): Ávido de mais apostolado, passou para a Congregação dos Missionários Redentoristas.Ele não se poupava. Entre uma pausa e outra, escrevia e divulgava livretos e folhetos em defesa das “jovens em perigo de se perder”, bem como sobre a “vida devota”. Fez forte campanha contra a blasfêmia, péssimo costume espalhado especialmente entre os homens.O coração de Januário era um vulcão sempre em atividade.
3. O defensor das mulheres (1736-1742): Sua preocupação pelas jovens e mulheres, vítimas da prostituição era constante. Com o consentimento de Santo Afonso, deixou o conventinho tranqüilo de Scala,e  foi para a tumultuosa Nápoles onde grassava de modo espantoso essa mazela social. Sua intensa atividade social em favor da mulher o coloca entre os seus defensores mais completos daquela época.
Escreveu mais de 30 obras sobre meditação, teologia mística, direção espiritual, direito, pedagogia, moral e pastoral. Foi beatificado em 1996 pelo Papa atual.
PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO CSsR
Vice-Postulador da causa-Venerável Padre Pelágio CSsR 
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REFLETINDO A PALAVRA - “As nações verão a salvação de Deus.”

PADRE LUIZ CARLOS
DE OLIVEIRA CSsR
A Palavra de Deus foi dirigida a João
Refletimos no domingo passado sobre a vinda de Cristo que é preparada pela estupenda pessoa de João Batista, o Precursor. Ele “é a voz que grita no deserto: preparai o caminho do Senhor” (Lc 3,4). Nós o veremos mais vezes durante o Advento. João não é uma figura inventada. Entra como um personagem real. Lucas mostra os homens do tempo: Tibério César no 15º ano de seu reinado. Enumera Herodes, Pôncio Pilatos e outros naquele momento. João é um profeta como os antigos. Já havia tempo que não aparecia profeta.  Agora “a Palavra de Deus foi dirigida a João, no deserto” (2). É Deus que fala por meio dele. Ele é a realização da profecia de Isaias sobre a vinda do Senhor. Ele é da classe sacerdotal, mas não o exerce seu sacerdócio no templo no templo, mas no deserto, fora das estruturas viciadas. Deserto é uma palavra forte, pois lembra a história de Israel que se consolida como povo no deserto. Ali João prepara o caminho para a vinda do Senhor. Ali Jesus faz seu jejum de 40 dias. João prega o batismo de conversão para a vinda do Senhor. A preparação deve ser feita dentro do coração pela conversão. Essa vinda do Senhor é motivo de alegria para todo o povo, como vão anunciar os anjos aos pastores no Natal (Lc 2,10). Baruc (5,1-9) escreve sobre alegria da restauração de Jerusalém. A palavra de João anuncia “que todas as pessoas verão a salvação de Deus” (6). Seu discurso é atual. A salvação é para todos os povos. A restauração deve partir do coração. Por isso a pregação deve ser consistente e levar à mudança como veremos no seguimento do evangelho no 3º domingo. Todos o procuravam. João é um exemplo de fidelidade à missão de anunciar com coerência de vida.
Levar à perfeição a obra iniciada
Neste domingo estamos diante da renovação. Baruc, seguindo Jeremias, anuncia a alegria que a cidade santa vai ter ao ver sua restauração. Os filhos deportados virão de longe. Deus mesmo, nesse segundo êxodo, prepara-lhes um caminho no deserto. O salmo 125 canta: “Maravilhas fez conosco o Senhor! Quando o Senhor reconduziu nossos cativos, parecíamos sonhar”. Foram chorando e voltam cantando. Deus está sempre do lado de seu povo curando suas feridas. A conversão proclamada por João, continuada por Jesus é um caminho que nos leva a essa perfeição. A grande proclamação da salvação não é um discurso vazio. A Palavra de Deus é consistente e cheia de vida, pois ela se identifica com Ele. As nações esperam a salvação. E elas a verão. Vemos um mundo que desconhece Deus e sua Palavra. Mas o Reino é como a semente: tem uma força interior irresistível. A nós Paulo consola: “Aquele que começou em vós uma boa obra há de levá-a à perfeição até o dia de Cristo Jesus” (Fl 1,6). Não perdemos nossa vida buscando Deus e sua Palavra.
Vosso amor cresça sempre mais
Paulo, na carta aos Filipenses, indica o caminho para aplainarem-se as estradas para achegada de Deus: “Que vosso amor cresça sempre mais em todo o conhecimento e experiência, para discernirdes o que é melhor. Assim ficareis puros e sem defeito para o dia de Cristo, cheios do fruto da justiça que nos vem por Jesus Cristo” (Fl 1,9-11). Esse amor é fruto da misericórdia que Deus teve sempre para com o povo de Israel. Como é tão misericordioso, nada mais quer, senão que o sejamos também nós. A preparação para o Natal, a vinda de Cristo na carne, celebrada todos os anos, deve nos animar a ouvir João e abrandar nosso coração por uma conversão consistente a Cristo e seu Reino de amor.

ORAÇÃO DE TODOS OS DIAS - 30 DE JUNHO

Pe. Flávio Cavalca de Castro, redentorista
Oração da manhã para todos os dias 
Senhor meu Deus, mais um dia está começando. Agradeço a vida que se renova para mim, os trabalhos que me esperam, as alegrias e também os pequenos dissabores que nunca faltam. Que tudo quanto viverei hoje sirva para me aproximar de vós e dos que estão ao meu redor.
Creio em vós, Senhor. Eu vos amo e tudo espero de vossa bondade.
Fazei de mim uma bênção para todos que eu encontrar. Amém. 
As reflexões seguintes supõem que você antes leu o texto evangélico indicado.
30 − Terça-feira – Santos Primeiros Mártires de Roma, Lucina, Basílides, Teobaldo 
Evangelho (Mt 8,23-27) “Por que tendes tanto medo, homens fracos na fé? Levantando-se, ameaçou os ventos e o mar, e fez-se uma grande calmaria.” 
Entre todas as coisas que os discípulos contavam de Jesus, esse fato deve ter chamado muito a atenção. E as comunidades, naqueles tempos difíceis, deviam gostar muito de repetir essa narrativa que as ajudava a vencer o medo e a desesperança. Era é continua sendo um alívio saber que Jesus está sempre conosco na barca. Pode parecer que esteja dormindo, mas cuida mesmo de nós. 
Oração
Senhor Jesus, volta e meia fico cheio de medo, pelos mais diversos motivos, e quase perco a esperança. Já aprendi que minhas forças são limitadas e não posso resolver tudo. Preciso lembrar-me de vosso poder e de vosso amor. Sei que cuidais de mim, mais até do que eu mesmo. Renovo minha confiança em vós. Dai-me paz e tranquilidade por maiores que sejam as dificuldades. Amém.

segunda-feira, 29 de junho de 2015

Solenidade de São Pedro e S. Paulo (ofício próprio)


A liturgia da Solenidade dos apóstolos S. Pedro e S. Paulo convida-nos a reflectir sobre estas duas figuras e a considerar o seu exemplo de fidelidade a Jesus Cristo e de testemunho do projecto libertador de Deus.

O Evangelho convida os discípulos a aderirem a Jesus e a acolherem-no como "o Messias, Filho de Deus". Dessa adesão, nasce a Igreja - a comunidade dos discípulos de Jesus, convocada e organizada à volta de Pedro. A missão da Igreja é dar testemunho da proposta de salvação que Jesus veio trazer. À Igreja e a Pedro é confiado o poder das chaves - isto é, de interpretar as palavras de Jesus, de adaptar os ensinamentos de Jesus aos desafios do mundo e de acolher na comunidade todos aqueles que aderem à proposta de salvação que Jesus oferece.
A primeira leitura mostra como Deus cauciona o testemunho dos discípulos e como cuida deles quando o mundo os rejeita. Na acção de Deus em favor de Pedro - o apóstolo que é o protagonista da história que este texto dos Actos hoje nos apresenta -, Lucas mostra a solicitude de Deus pela sua Igreja e pelos discípulos que testemunham no mundo a Boa Nova da salvação.
A segunda leitura apresenta-se como o "testamento" de Paulo. Numa espécie de "balanço final" da vida do apóstolo, o autor deste texto recorda a resposta generosa de Paulo ao chamamento que Jesus lhe fez e o seu compromisso total com o Evangelho. É um texto comovente e questionante, que convida os crentes de todas as épocas e lugares a percorrer o caminho cristão com entusiasmo, com entrega, com ânimo - a exemplo de Paulo.


EVANGELHO DO DIA 29 DE JUNHO

Evangelho segundo S. Mateus 16,13-19.
Naquele tempo, Jesus foi para os lados de Cesareia de Filipe e perguntou aos seus discípulos: «Quem dizem os homens que é o Filho do homem?».Eles responderam: «Uns dizem que é João Baptista, outros que é Elias, outros que é Jeremias ou algum dos profetas». Jesus perguntou: «E vós, quem dizeis que Eu sou?». Então, Simão Pedro tomou a palavra e disse: «Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo». Jesus respondeu-lhe: «Feliz de ti, Simão, filho de Jonas, porque não foram a carne e o sangue que to revelaram, mas sim meu Pai que está nos Céus. Também Eu te digo: Tu és Pedro; sobre esta pedra edificarei a minha Igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Dar-te-ei as chaves do reino dos Céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos Céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos Céus». 
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia: 
São Leão Magno (?-c. 461), papa, doutor da Igreja 
Serão 82/69 para o aniversário dos apóstolos Pedro e Paulo 
«Quando fores velho, levar-te-ão para onde não quererias ir» (Jo 21,18)
Tu não receias vir a esta cidade de Roma, ó santo apóstolo Pedro![...] Não temes Roma, senhora do mundo, tu que em casa de Caifás tiveste medo diante da criada do sumo-sacerdote. O poder dos imperadores Cláudio e Nero é então menor que o julgamento de Pilatos ou o furor dos chefes dos judeus? É que a força do amor triunfou em ti sobre as razões do temor; não te pareceu que devias recear aqueles que recebeste a missão de amar. Recebeste essa caridade intrépida quando o amor que tinhas professado pelo Senhor foi fortalecido pela sua tripla pergunta (Jo 21,15ss). [...] E, para acrescentar a tua confiança, havia ainda os sinais de tantos milagres, o dom de tantos carismas, a experiência de tantas obras maravilhosas! [...] Assim, sem duvidar da fecundidade da tarefa nem ignorar o tempo que te faltava viver, trazias o troféu da cruz de Cristo a Roma onde, por divina predestinação, te esperavam a honra da autoridade e a glória do martírio.
A essa mesma cidade chegava São Paulo, apóstolo contigo, instrumento escolhido (Act 9,19) e mestre dos pagãos (1Tim 2,7), para estar contigo nesse tempo em que toda a inocência, toda a liberdade, todo o pudor eram já oprimidos sob o poder de Nero. Foi ele o primeiro que, na sua loucura, decretou uma perseguição geral e atroz contra os cristãos, como se a graça de Deus pudesse ser extinta com o massacre dos santos. [...] Mas «preciosa aos olhos do Senhor é a morte dos seus santos» (Sl 115,15). Nenhuma crueldade podia destruir a religião fundada pelo mistério da cruz de Cristo. A Igreja não foi diminuída mas acrescentada pelas perseguições; o campo do Senhor reveste-se sem cessar de uma seara mais rica quando os grãos, que ao cair estavam sós, renascem multiplicados (Jo 12,24). 
Que descendência não deram, ao desenvolver-se, estas duas plantas divinamente semeadas! Milhares de santos mártires, imitando o triunfo destes dois apóstolos, coroaram esta cidade com um diadema de pedras preciosas que ninguém pode contar.  

PEDRO DE ROMA Apóstolo, Papa, Mártir, Santo Século I

I. SIMÃO PEDRO, como a maior parte dos seguidores de Jesus, era natural de Betsaida, cidade da Galiléia, às margens do lago de Genesaré. Era pescador, como o resto da família. Conheceu Jesus por intermédio deseu irmão André, que pouco tempo antes, talvez naquele mesmo dia, tinha passado uma tarde inteira em companhia de Cristo, juntamente com João. André não guardou para si o tesouro que tinha encontrado, “mas, cheio de alegria, correu a contar ao seu irmão o bem que tinha recebido”[1].
Pedro chegou à presença do Mestre. Intuitus eum Iesus… “Jesus, fitando-o…” O Mestre cravou o olhar no recém-chegado e penetrou até o mais íntimo do seu coração. Como teríamos gostado de contemplar esse olhar de Cristo, capaz de mudar a vida de uma pessoa! Jesus olhou para Pedro de um modo imperioso e tocante. Nesse pescador galileu, ou melhor, para além dele, Jesus via toda a sua Igreja através dos tempos. O Senhor mostrou conhecê-lo desde sempre: Tu és Simão, filho de João! E também conhece o seu futuro: Tu te chamarás Cefas, que quer dizer Pedro. Nestas poucas palavras condensavam-se a vocação e o destino de Pedro, a sua tarefa neste mundo.
Desde o começo, “a situação de Pedro na Igreja é a da rocha sobre a qual se levanta o edifício”[2]. Toda a Igreja ― e a nossa própria fidelidade à graça – tem como pedra angular, como alicerce firme, o amor, a obediência e a união com o Sumo Pontífice; “em Pedro, robustece-se a nossa fortaleza”[3], ensina São Leão Magno. Olhando para Pedro e para toda a Igreja na sua peregrinação terrena, vemos que lhes podem ser aplicadas as palavras pronunciadas por Jesus: Caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e investiram contra aquela casa, mas ela não desabou porque estava fundada sobre rocha[4]. Rocha que, com as suas debilidades e defeitos, um dia foi escolhida pelo Senhor: um pobre pescador da Galiléia e os seus sucessores ao longo dos séculos.
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PAULO DE TARSO Apóstolo, Mártir, Santo Século I

A celebração dos 2000 anos do nascimento do grande apóstolo [São Paulo] dá-nos a ocasião para conhecermos mais em profundidade a sua vida e o admirável testemunho de Cristo e do Evangelho que nos deixou. São Paulo é um grande sinal da ternura de Deus não apenas para o seu tempo e para toda a história cristã, mas também para a nossa geração. Nele se revela como Deus pode mudar uma pessoa de fanático intolerante contra Cristo em apóstolo e testemunha apaixonado do mesmo Cristo que antes combatia. Porquê esta mudança? Ele considera que foi apanhado por Cristo e que é uma maravilha tê-lo conhecido (cf Fl 3). Por isso, nada lamenta do que deixou para trás, pois encontrou um bem muito mais precioso, a fé em Cristo e a graça do Seu Evangelho. Não quer outra coisa senão correr para diante em direcção à meta, para o prémio a que Deus, lá do alto, nos chama em Cristo Jesus. Paulo é testemunha da beleza e da força de vida que nos vem da fé em Cristo. O Livro dos Actos dos Apóstolos e as cartas que escreveu às comunidades cristãs comunicam-nos o grande amor que encontrou no Senhor e que ele mesmo se esforçou para dar a conhecer. Nos textos litúrgicos da solenidade dos santos Pedro e Paulo, encontramos vários elementos para conhecemos melhor este apóstolo. Na Carta aos Gálatas, reconhece que Deus o chamou pela sua graça e lhe revelou o seu Filho para que ele o anunciasse aos gentios. O próprio Jesus Cristo lhe revelou o Evangelho que ele comunicava aos outros (cf Gl 1, 11-20). Na segunda carta a Timóteo, o apóstolo, prisioneiro em Roma, faz o balanço da sua vida: testemunha que, no seu combate pelo Evangelho e sua proclamação aos homens, o Senhor esteve sempre a seu lado e lhe deu força para desempenhar a missão que lhe estava confiada. Agora espera a “coroa da justiça”, a salvação, que o Senhor dá não apenas a ele “mas a todos aqueles que tiverem esperado com amor a sua vinda”. O prefácio da eucaristia salienta que Paulo ilustrou a fé em Cristo com a sua doutrina, anunciou o Evangelho a todos os povos. Com Pedro trabalhou “para formar a única família de Cristo”. A Igreja é, assim, grandemente devedora do trabalho apostólico de São Paulo no anúncio da mensagem de Cristo, da constituição das comunidades cristãs e da sua organização. E ainda pelas cartas que nos deixou e constituem uma parte substancial do Novo Testamento. Que traços da ternura de Deus nos revela São Paulo? O primeiro é a graça divina que é capaz de mudar e reorientar a vida, como ele mesmo experimentou. Depois, o dom do Evangelho que é oferecido a todos os homens. Paulo contribuiu de modo extraordinário para a sua comunicação universal, expressando-o nas linguagens culturais adequadas e libertando-o de formas judaicas não essenciais. Abriu assim o caminho para que a missão evangelizadora chegasse a todo o mundo. Também para hoje, a sua obra é iluminadora e estimulante. Por fim, o apóstolo não teme perante a exigência de dar a vida, derramando o seu sangue como aconteceu com o Senhor, participando na sua paixão, pois estava convencido que nada, nem a morte, o poderia separar do amor de Cristo. O êxito estava garantido, pois ele mesmo ensinava que “se morremos com Cristo, também viveremos com Ele” (Rm 6,8). Padre Jorge Guarda Vigário geral da Diocese Leiria-Fátima http://blog.cancaonova.com/tvpt/category/oracao-e-vida/

RAIMUNDO LULO Franciscano, Mártir, Bem-aventurado ca. 1235-ca. 1315

Raimundo Lulo nasceu por volta de 1235 em Palma de Maiorca, nas ilhas Baleares. Nascido no seio de uma família abastada, Raimundo consagrou toda a sua fortuna ― quando seus pais faleceram ― à evangelização. Efectivamente, inflamado do zelo das almas, entrou na Ordem Franciscana Secular, tratou da fundação de um colégio onde vieram estudar os futuros missionários, os quais ali aprendiam as línguas árabe e hebraica, visto que estes numerosos “estudantes” eram destinados à propagação da fé cristã nos países muçulmanos e em Israel. Homem de grande cultura, considerado por muitos como “um dos maiores génios da Idade Média, e sem dúvida o espírito mais original do seu tempo”, Raimundo Lulo viajou muito e encontrou-se mesmo, durante a sua vida com três Papas, para solicitar o apoio destes às suas iniciativas que nem sempre foram das mais felizes. Escreveu sobre quase todas as disciplinas humanas, sendo alcunhado “doutor iluminado”. A sua produ-ção imensa inclui obras de teologia, filosofia, ciência e pedagogia, romances filosóficos, poemas líricos e místicos da maior beleza. Foram-lhe atri-buídos tratados de magia e alquimia que não lhe pertencem, segundo alguns historiadores que tratam da Idade Média. Em 1311, assim resumia ele a sua vida: «Fui casado, tive filhos, fui rico, gostei do mundo e dos prazeres. Depois tudo deixei pela glória de Deus, pelo bem dos meus irmãos, e com vista na propagação da verdadeira fé. Aprendi o árabe e muitas vezes fui à terra dos Sarracenos. Pela minha fé fui flagelado e encarcerado. Durante 45 anos procurei interessar os chefes da Igreja e os príncipes cristãos no bem público. Agora que sou velho e pobre, o meu ideal é sempre o mesmo e tal se manterá até à minha morte». No fim da sua vida, quando já contava 80 anos, viajou para a Bugia, na África, ali foi encarcerado e, ele que muitas vezes procurado o martírio, os Mouros lapidaram-no e deixaram-no por morto na praça. Recolhido quase exânime, por um navio, expirou quando aportava à ilha de Maiorca, aos 29 de Junho de 1315. Afonso Rocha

DEUS SABE DO QUE PRECISAMOS

PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO CSsR
Vice-Postulador da Causa-Venerável Padre Pelágio CSsR
Quando a criança está resfriada e pede um sorvete, ou coisa gelada, o que diz a mãe?
- Sorvete, não! Faz mal. Vou lhe dar um doce bem mais gostoso! 
Coisa semelhante aconteceu com a Teresinha ... Vivia rezando e pedindo a Deus um emprego no Banco. Novenas, promessas, e nada de conseguir. Já estava para cobrar de Jesus: 
- O que o Senhor prometeu, não vale mais? Pedi, e recebereis? 
Mas continuou rezando. Um belo dia vem toda feliz contar para sua amiga: 
- Você precisa conhecer o namorado que arranjei! Valeu a pena esperar. É uma jóia. É inteligente, trabalhador, religioso, sério, não bebe. Uma peça rara! Meus pais estão de acordo. 
Veio o noivado. E depois o casamento feliz. A amiga aproveitou para dar sua lição à Teresinha: 
- E você acha que Deus não escuta nossas orações? Um casamento feliz vale mais que mil empregos. Deus lhe deu mais do que você pediu. 
Ai está: não ganhou sorvete, mas recebeu coisa muito melhor.

4 BEATOS UCRANIANOS,REDENTORISTAS

Celebramos hoje quatro heróis que deram a vida pela Fé, beatificados pelo papa João Paulo II: 
  - Beato Nicolau Charnetskyi (1884-1959): Em 1945 foi preso e torturado nos campos de concentração da Sibéria por ser considerado “agente do Vaticano”. Era bispo. 
- Beato Ivan Ziatyk (1899-1952): Preso, condenado a trabalhos forçados na Sibéria, onde foi constantemente torturado. 
- Beato Vasyl Velychkovskyi (1903-1973): Dedicou-se durante mais de vinte anos às missões entre o povo simples. Condenado ao fuzilamento, teve a pena comutada em prisão na Sibéria. Nomeado bispo, foi ordenado escondidamente num quarto de hotel. Sofrendo gravemente do coração, foi libertado. Mudou-se para o Canadá, onde faleceu. 
- Beato Zenão Kovalyk (1903-1941): Confessor assíduo e pregador famoso, foi preso pelos comunistas em 1940. Morreu crucificado no corredor da prisão.
PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO CSsR
Vice-Postulador da Causa-Venerável Padre Pelágio CSsR
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REFLETINDO A PALAVRA - “O povo ensina o povo”

PADRE LUIZ CARLOS
DE OLIVEIRA CSsR
1588.A piedade popular como evangelização
            Pensamos que evangelização e instrução ao povo só podem ser dadas por professores instruídos. É necessário aprofundamento. Por isso temos as escolas de teologia nos mais altos níveis, para servir o povo. Há também um modo simples de transmitir as verdades da fé que se chama piedade popular. Devemos distinguir piedade popular de superstição. O Papa Francisco foi um homem muito ligado ao povo, por isso entende bem o que o povo pensa e como o povo pensa. A religião se tornou intelectualizada e o povo acabou por criar um modo próprio de se expressar a partir da fé. Um dos pontos de partida é que a pessoa vive a fé por inteiro e não só intelectualmente. Ela tem um corpo que tem cinco sentidos e tantas riquezas mais que se unem na mesma expressão. Não dispensa o intelectual, mas prioriza a pessoa como um todo. É por isso que muitos não entendem a linguagem usada na Igreja. Não basta também estar repetindo textos bíblicos, pois a Palavra é viva e eficaz (Hb 4,12). Os povos assumiram o Evangelho em sua cultura. Não muda a Palavra, mas muda o modo de expressar. Infelizmente houve um desprezo das culturas locais como não aptas para viver a fé. O povo é criador de sua cultura (EG 122). Ao transmitir a cultura, o fazem com a fé de um modo sempre novo. A religiosidade popular é a expressão missionária espontânea do povo de Deus. Houve um tempo de grande desprezo pelo popular. Foi uma má interpretação do Concílio. Podemos ver como seitas estranhas à cultura brasileira mataram o coração piedoso de nosso povo a chegando até a ódios e destruição da cultura. Mesmo pessoas da Igreja, em determinadas regiões, acabaram com a piedade popular e deixaram o povo no vazio, ou introduziram piedades estranhas ao nosso povo. E desprezam o que é do povo.
1589. Espiritualidade popular
 A espiritualidade é sempre fruto do Espírito Santo. Sendo assim, a piedade popular é uma espiritualidade guiada por Ele. Os bispos na Conferência de Aparecida reconhecem que é uma verdadeira espiritualidade, encarnada na cultura dos simples (DA 263). Essa piedade é missionária, pois penetra as camadas populares numa linguagem que conhecem e em atitudes que levam a viver o Evangelho. Vemos como crescem atualmente os santuários. Infelizmente muitas tradições locais desaparecem pela invasão dos meios de comunicação que pervertem o povo. Vemos a devoção aos santos, as peregrinações, as tradições regionais. Quando vemos uma folia de reis ou uma bandeira do Divino etc... sabemos que rezam, instruem e criam a vida da comunidade. Pude ver há poucos dias toda a comunidade, desde adultos a crianças, fazendo os tapetes para a procissão de Corpus Christi. A devoção une a comunidade. É o Espírito Santo que anima essa atitude.
1590. Evangelizar a piedade.
            “As expressões da piedade popular nos ensinam e, para quem as interpretam, são um lugar teológico a que devemos prestar atenção na hora de pensar a nova evangelização”, diz o Papa (EG 126). Essa pregação informal chega onde não podemos ir. O diálogo das pessoas que estão sempre dispostas a levar Jesus Cristo através da partilha da vida. Evangelizar a piedade popular é, em primeiro lugar, mostrar seus valores e a ação do Espírito. A seguir mostrar o que é desvio que pode chegar à superstição, que não tem a ver com o evangelho nem com o ser humano. A catequese sempre necessária a todo o povo de adulto a criança deve ser uma preocupação da comunidade. A inculturação do evangelho deve assumir formas concretas na cultura do povo. Esse não é um assunto querido.

ORAÇÃO DE TODOS OS DIAS - 29 DE JUNHO

Pe. Flávio Cavalca de Castro, redentorista
Oração da manhã para todos os dias 
Senhor meu Deus, mais um dia está começando. Agradeço a vida que se renova para mim, os trabalhos que me esperam, as alegrias e também os pequenos dissabores que nunca faltam. Que tudo quanto viverei hoje sirva para me aproximar de vós e dos que estão ao meu redor.
Creio em vós, Senhor. Eu vos amo e tudo espero de vossa bondade.
Fazei de mim uma bênção para todos que eu encontrar. Amém. 
As reflexões seguintes supõem que você antes leu o texto evangélico indicado.
29 − Segunda-feira – Santos Pedro e Paulo (a comemoração foi ontem) 
Evangelho (Mt 8,18-22) “Então um mestre da Lei aproximou-se e disse: − Mestre, eu te seguirei aonde quer que tu vás.” 
Fico imaginando até onde esse homem seguiu Jesus. Espero que tenha aceito a condição que ele lhe apresentou e que apresenta a todos nós: “venha, mas não lhe prometo nem onde descansar a cabeça”. Seja qual for nosso modo de seguir Jesus, temos de estar preparados para tudo, ou melhor, para nada, para não ter garantia de nada nesta vida, a não ser a garantia da paz e do seu amor. 
Oração

Senhor Jesus, sempre tivestes e ainda tendes muitos discípulos que de fato vos seguiram até o fim, mesmo nas piores condições. Admiro sua coragem, e peço que me ajudeis a ser um pouco mais corajoso e desprendido. Peço o necessário para a vida, mas também vos peço força para suportar privações. Peço ânimo e coragem, e ajuda especial nos momentos de desânimo e abandono. Amém.

domingo, 28 de junho de 2015

EVANGELHO DO DIA 28 DE JUNHO

Evangelho segundo S. Marcos 5,21-43.
Naquele tempo, depois de Jesus ter atravessado de barco para a outra margem do lago, reuniu-se uma grande multidão à sua volta, e Ele deteve-Se à beira-mar.Chegou então um dos chefes da sinagoga, chamado Jairo. Ao ver Jesus, caiu a seus pés e suplicou-Lhe com insistência: «A minha filha está a morrer. Vem impor-lhe as mãos, para que se salve e viva». Jesus foi com ele, seguido por grande multidão, que O apertava de todos os lados. Ora, certa mulher que sofria de uma perda de sangue havia doze anos, que sofrera muito nas mãos de vários médicos e gastara todos os seus bens, sem ter obtido qualquer resultado, antes piorava cada vez mais, tendo ouvido falar de Jesus, veio por entre a multidão e tocou-Lhe por detrás no manto, dizendo consigo: «Se eu, ao menos, tocar nas suas vestes, ficarei curada». No mesmo instante estancou a perda de sangue, e sentiu no seu corpo que estava curada da doença. Jesus notou logo que saíra uma força de Si mesmo. Voltou-Se para a multidão e perguntou: «Quem tocou nas minhas vestes?». Os discípulos responderam-Lhe: «Vês a multidão que Te aperta e perguntas: ‘Quem Me tocou?’». Mas Jesus olhou em volta, para ver quem Lhe tinha tocado. A mulher, assustada e a tremer, por saber o que lhe tinha acontecido, veio prostrar-se diante de Jesus e disse-Lhe a verdade. Jesus respondeu-lhe: «Minha filha, a tua fé te salvou. Vai em paz e fica curada do teu mal». Ainda Ele falava, quando vieram dizer da casa do chefe da sinagoga: «A tua filha morreu. Porque estás ainda a importunar o Mestre?». Mas Jesus, ouvindo estas palavras, disse ao chefe da sinagoga: «Não temas; basta que tenhas fé». E não deixou que ninguém O acompanhasse, a não ser Pedro, Tiago e João, irmão de Tiago. Quando chegaram a casa do chefe da sinagoga, Jesus encontrou grande alvoroço, com gente que chorava e gritava. Ao entrar, perguntou-lhes: «Porquê todo este alarido e tantas lamentações? A menina não morreu; está a dormir». Mas riram-se d’Ele. Jesus, depois de os ter mandado sair a todos, levando consigo apenas o pai da menina e os que vinham com Ele, entrou no local onde jazia a menina, pegou-lhe na mão e disse: «Talita Kum», que significa: «Menina, Eu te ordeno: Levanta-te». Ela ergueu-se imediatamente e começou a andar, pois já tinha doze anos. Ficaram todos muito maravilhados. Jesus recomendou-lhes insistentemente que ninguém soubesse do caso e mandou dar de comer à menina. 
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia: 
Cardeal Joseph Ratzinger (Bento XVI, Papa de 2005 a 2013) 
Der Gott Jesu Christi 
«Jovem, Eu te ordeno, levanta-te»
«Vós não me entregareis à mansão dos mortos» (Sl 16,10). Esta palavra da Escritura cumpre-se em Jesus, que ressuscita ao terceiro dia, antes de se iniciar a decomposição do corpo. A morte de Jesus condu-Lo ao túmulo, mas não à corrupção. É a morte da morte […]. Essa vitória sobre o poder da morte, no próprio momento em que ela parece irrevogável, é um ponto capital do testemunho bíblico […]: o poder de Deus, que respeita a sua criação, não está dependente da lei da morte. 
É certo que a morte é a forma fundamental do mundo, tal como ele é actualmente. Mas a vitória sobre a morte, a sua supressão real e não apenas em pensamento, é hoje, como foi sempre, uma aspiração e uma busca do homem. A ressurreição de Jesus declara-nos que esta vitória é efectivamente possível, que a morte não fazia parte da estrutura da criação, da matéria, no princípio e de forma irreversível […]. E diz-nos também que é impossível alcançar a vitória sobre as fronteiras da morte por via de métodos clínicos aperfeiçoados. Essa vitória só se dá pelo poder criador da Palavra de Deus e do Amor. Estes são os únicos poderes com força suficiente para alterar a estrutura da matéria de uma forma tão radical, que as fronteiras da morte se tornem ultrapassáveis. […] 
A fé na ressurreição é uma profissão de fé na existência real de Deus e uma profissão de fé na sua criação, no «sim» incondicional que caracteriza a relação de Deus com a criação e com a matéria […]. É isso que nos autoriza a cantar o aleluia pascal no meio de um mundo sobre o qual paira a sombra ameaçadora da morte. 

IRINEU DE LYON Bispo, Mártir, Santo + 166

Santo Irineu era discípulo de São Policarpo, bispo de Esmirna, e quase contemporâneo dos apóstolos. Era sacerdote de Lyon, quando o santo bispo Potino ali foi martirizado pela metade do segundo século, com um grande número de fiéis. Esses mártires, consultados pelos cristãos da Ásia Menor, se haviam cabalmente pronunciado contra a heresia dos montanistas. Mas como não ignorassem que todas as Igrejas do mundo estão obrigadas a concordar com a Igreja Romana, escreveram ao Papa Eleutério que ocupava, então, o lugar de príncipe dos Apóstolos. Escolheram para levar as cartas a Roma o mais ilustre personagem do clero de Lyon e Viena, Santo Irineu, que recomendaram vivamente ao Papa, louvando seu zelo pela lei de Jesus Cristo. Muito se admira quando se pensa que em tempo tão calamitoso, no mais aceso da perseguição, estando já morto o bispo Potino, e, por conseguinte, viúva esta igreja, e quando os principais vultos do clero, presos e encerrados em horríveis calabouços, esperavam de uma hora para outra serem degolados ou atirados às feras, tivessem querido privar esta cristandade desolada de pessoa tão necessária, o que nos leva a crer que esta legação tinha ainda por objectivo o interesse de sua igreja. Após a morte de Potino, a principal solicitude dos santos confessores e de todo o clero foi dar a este rebanho atribulado um novo pastor que pudesse preservá-los de completa destruição, e terminada a tempestade, levar o redil as ovelhas dispersas, e reparar as perdas com novas conquistas. Ninguém mais adequado do que Irineu. Foi, pois, escolhido, de comum acordo, pelos mártires e pelo clero para suceder a Potino. Devendo, pois, ir a Roma para receber a ordenação do santo Papa Eleutério, encarregaram-no das cartas concernentes aos assuntos da religião e prestando, segundo os requisitos das regras da Igreja, um testemunho autêntico de sua fé, piedade e mérito. Santo Irineu compôs contra as principais heresias do tempo uma refutação completa em cinco livros. Eis o conteúdo e modo de exposição: a unidade de Deus, criador do céu e da terra, é proclamada por todos os séculos e todos os homens. A Igreja católica é a fiel depositária dessa tradição universal. A santidade é inseparável dessa Igreja. A Igreja é universal. É apostólica. Para confundir todos os hereges, basta a tradição da Igreja romana. (...) (...) Santo Irineu, após haver defendido a fé contra os hereges da época, após havê-la propagado nas Gálias pelos homens apostólicos que enviou de um lado a outro, como por exemplo os Santos Ferreol e Ferrúcio a Besançon, os Santos Félix, Fortunato e a Quileu, A Valência, selou, por fim, com o seu sangue durante a perseguição de Severo. O que torna sua glória ainda mais resplandecente é que quase todo o povo morreu mártir com ele. Uma antiga inscrição, que se vê em Lyon, na entrada de sua igreja, traz o nome de dezanove mil homens, sem contar as mulheres e os filhos. Seu sangue corria em rios nas praças públicas. Vida dos Santos, Padre Rohrbacher, Volume XI, p. 245-246-253

LEÃO II Papa, Santo + 683

O papa Leão II era filho de um médico chamado Paulo e nasceu na Sicília. Os outros poucos dados que temos sobre ele foram extraídos do seu curto período à frente do governo da Igreja de Roma, quase onze meses. Em 681, ele já estava em Roma, onde exercia a função de esmoler-mor da Igreja. Era um homem extremamente culto, eloquente, professor de ciências, profundo conhecedor de literatura eclesiástica. Além de falar fluentemente o grego e o latim, era especialista em canto e salmodia. Por tudo isso os historiadores entendem que ele deve ter sido um mestre em alguma escola teológica cristã, de seu tempo e sua região. Foi eleito dias após a morte do papa Ágato. Mas o centro do império, em Constantinopla, opunha-se à sua posse, por não ter tido tempo suficiente para influenciar na escolha do sucessor ao pontificado, como seria mais conveniente aos interesses dos bispos do Oriente. Então, num verdadeiro ato de chantagem, o imperador exigiu uma compensação financeira. Um ano demoraram as negociações entre Roma e Constantinopla, até que o imperador desistiu da absurda exigência e o papa Leão II pôde assumir o governo da Santa Sé, sendo consagrado em 17 de agosto de 682. Sua primeira providência foi confirmar o VI Concílio Ecuménico. Enalteceu de maneira mais didáctica os argumentos do seu antecessor, aliviando a tensão que se formara com os bispos do Oriente. Depois, instituiu a aspersão da água benta nos ritos litúrgicos e sobre o povo. Também conseguiu que a escolha do bispo de Ravena ficasse sujeita à determinação de Roma e não por indicação política, como ocorria na época. E ainda fez valer sua autoridade diante do abuso do poder dos bispos usurpadores dos bens da Igreja. Zelou pela pureza da fé e dos costumes, dando ele próprio o exemplo, confortando os pobres com vigoroso socorro espiritual e material, por meio de obras de caridade financiadas pela Igreja. Mandou restaurar a igreja de Santa Bibiana especialmente para acolher as relíquias dos santos mártires Simplício, Faustino e Beatriz, que ainda estavam sepultados num campo que antes fora um templo pagão. Além disto, por ter muita devoção pelos soldados mártires são Sebastião e são Jorge, propagou-a entre os fiéis, que passaram a considerá-los padroeiros dos militares. O papa Leão II morreu no dia 3 de julho de 683, sendo festejado como santo pela Igreja no dia do seu trânsito.

VICÊNCIA GEROSA Religiosa, Fundadora, Santa 1784-1847

Catarina Gerosa nasceu em 29 de outubro de 1784, em Lovere, no norte da Itália. Reservada e tímida, viveu um período da sua infância atrás do balcão do pequeno comércio da família. De saúde muito débil, não podia estudar. Modesta e caridosa, vivia uma espiritualidade simples, desenvolvida na missa, que frequentava todos os dias. Os anos seguintes à invasão napoleónica da Itália mudaram sua vida. A crise económica levou à morte primeiro seu pai, depois sua irmã Francisca e, por último, em 1814, também sua mãe. Apesar da tragédia pessoal, com ânimo e fé inabalável, Gerosa aceitou tudo com resignação. Confiante em Deus, sofreu no silêncio do seu coração, encontrando forças na oração e na penitência. Teve o grande amparo de seu confessor e orientador espiritual, que pediu ajuda a Gerosa nas actividades religiosas desenvolvidas pela paróquia às jovens carentes. Com zelo, ela organizou um oratório feminino com encontros de orações e palestras religiosas. Foi lá que, em 1824, conheceu Bartolomeia Capitanio. Era uma jovem professora de dezassete anos, nascida também numa família humilde, em Lovere. Desde menina, pensava em dedicar-se a praticar a caridade aos pobres e aos doentes. Por isso se diplomou professora no colégio das clarissas de sua cidade natal. Conheceram-se por meio do pároco, porque ele queria que Gerosa criasse alguns grupos de orações para jovens. Ele sabia que Bartolomeia havia criado uma escola para instruir e dar formação religiosa às meninas pobres e abandonadas. Lá, Gerosa daria orientação nas práticas das actividades domésticas. A escola tornou-se um centro de encontro para jovens e muitos grupos de orações também foram criados. Estavam tão empenhadas em auxiliar os pobres e enfermos que foram chamadas para ajudar no hospital de Lovere. Na oportunidade, tiveram a inspiração de dar vida a uma comunidade religiosa feminina do tipo das irmãs de caridade vicentinas. A situação política, entretanto, era desfavorável, não permitia essa interdependência. Com muita dificuldade, junto com a companheira, Gerosa fundou, em 1827, um novo instituto religioso regular, para dar assistência aos doentes, instrução gratuita às meninas abandonadas, fundar orfanatos e dar assistência à juventude. Foi chamado de Instituto das Irmãs de Maria Menina, com sede em Lovere e com as regras escritas por Bartolomeia. Para evitar objecções de carácter político, o instituto foi fundado autónomo. E assim independente ele permaneceu, cresceu e se difundiu nos anos subsequentes. Mas, em 1833, Bartolméia morreu, com apenas vinte e seis anos de idade. Gerosa continuou sozinha, recebendo, mais uma vez, o apoio e o estímulo de seu orientador espiritual. O instituto estabeleceu-se e recebeu aprovação canónica em 1840. Catarina Gerosa emitiu os votos, vestiu o hábito e tomou o nome de Vicência, sendo eleita madre superiora. Morreu depois de uma longa doença, em 28 de junho de 1847, e foi sepultada ao lado da co-fundadora, no santuário da Casa-mãe, em Lovere. Actualmente, o Instituto das Irmãs da Caridade das Santas Bartolomeia Capitanio e Vicência Gerosa, ou Irmãs de Maria Menina, actua em toda a Europa, África, Ásia e nas Américas. Santa Vicência Gerosa é celebrada no dia de sua morte e foi canonizada pelo papa Pio XII em 1950. http://www.paulinas.org.br/

MARIA PIA MASTENA Religiosa, Fundadora, Beata (1881-1951)

Maria Pia Mastena nasceu em Bovolone, na província de Verona, Itália, a 7 de Dezembro de 1881. Dos pais da beata as testemunhas falam como de óptimos cristãos e muito fervorosos na prática religiosa e no exercício da caridade. Dos quatro irmãos, o último, Tarcísio, entrou na Ordem dos Frades Capuchinhos e morreu também ele com fama de santidade. A futura beata, em 19 de Março de 1891, recebeu com grande fervor a primeira comunhão, por ocasião da qual emitiu privadamente o voto de castidade. A 29 de Agosto recebeu o sacramento da Confirmação. Durante a adolescência foi assídua às funções religiosas e às actividades da paróquia, particularmente como catequista. Logo nela se fez sentir o chamado à vida religiosa, perseguindo o seu ideal marcado por uma forte devoção eucarística e à Sagrada Face. Pediu para entrar no convento na idade de 14 anos, mas foi aceita somente em 1901, como postulante, no Instituto das Irmãs da Misericórdia, de Verona. Com a licença dos Superiores, a 11 de Abril de 1903, no mesmo dia no qual — sem que o soubesse — voltava para o Céu a mística de Lucca, S. Gema Galgani, fez pessoalmente «voto privado de vítima». Vestiu o hábito religioso em 29 de Setembro de 1902, e a 24 de Outubro de 1903 emitiu os votos religiosos e foi-lhe imposto o nome de Ir. Passitea do Menino Jesus. A Beata viveu com generosa intensidade espiritual esta primeira etapa de vida religiosa e lembrar-se-á sempre dela como um tempo de graça e de bênção e sempre falará com estima e reconhecimento dos superiores e das coirmãs do Instituto das Irmãs da Misericórdia. O fervor encontrado neste Instituto levá-la-á a fazer em seguida o voto de buscar em tudo a coisa mais perfeita. Desenvolveu a tarefa de professora em diversos lugares do Veneto, e bem 19 anos transcorreu-os em Miane, dedicando-se também a um intenso apostolado entre os alunos de todas as idades, doentes e inábeis. Com a autorização dos seus Superiores e a permissão da Santa Sé, entrou, a 15 de Abril de 1927, no mosteiro Cisterciense S. Giacomo de Veglia, para secundar o seu anelo contemplativo. A 15 de Novembro de 1927, encorajada pelo Bispo de Vittorio Veneto, saiu do Mosteiro, retomou o ensino e passou à instituição de uma nova Congregação denominada Religiosas da Sagrada Face. Erecta canonicamente a 8 de Dezembro de 1936, depois de tantos sofrimentos, foi reconhecida como Congregação de Direito Pontifício a 10 de Dezembro de 1947. Toda a sua actividade seguinte foi dedicada à consolidação e à expansão da Congregação, promovendo novas iniciativas para os pobres, sofredores e doentes, confiando ao Instituto o carisma de «propagar, reparar, restabelecer a imagem do doce Jesus nas almas». Morreu em Roma, aos 28 de Junho de 1951. http://www.vatican.va

FIZERAM DA POBREZA, SUA RIQUEZA

PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO CSsR
Vice-Postulador da Causa-Venerável Padre Pelágio CSsR
Havia uma família muito pobre que tinha o costume de ver tudo pelo lado positivo. Por isso era feliz. Uma senhora rica interessou-se em conhecê-la para ajudar no que fosse necessário. Mas alguém foi dizer a essa senhora que não precisava ajudar, não: 
- Passam por pobres, mas só comem do bom do melhor. Faça primeiro uma sondagem. 
Querendo constatar o que se dizia deles, foi fazer-lhes uma visita. Ao chegar à porta, antes de bater palmas, ouviu uma das meninas perguntando para a irmãzinha: 
- Você vai querer purê com batatas fritas? 
- Não, acho que vou querer frango assado na grelha.. 
- E como sobremesa, uma taça de sorvete de chocolate.
A visitante ouviu o suficiente e bateu à porta. Entrando, que surpresa! Viu as crianças sentadas junto a uma pobre mesinha com a mãe, sobre a qual havia apenas algumas fatias de pão seco, duas batatas, um jarro d’água e nada mais. 
- Meninas, vim fazer-lhes uma visita. Em que posso ser útil? 
- Obrigado pela visita. Quer almoçar com a gente? 
- Somente uma visita. Mas... desculpem a curiosidade. Qual é o cardápio hoje? 
Quando disseram que eram finos manjares assim e assim, ela retornou: 
- Mas estou vendo outra coisa na mesa. 
Então explicaram que, ao tomar aquela comidinha, imaginavam estar saboreando toda a sorte de manjares finos. Esse "faz de conta" transformava a comida simples, num verdadeiro festim para o paladar: 
- A senhora não sabe como é delicioso o pão quando lhe damos o nome de torta de frutas. 
- A batatinha é muito mais saborosa se a gente lhe dá o nome de sorvete de bola cremoso – disse a outra menina. 
Lição: A senhora rica saiu levando nova definição do otimismo. Descobriu que a felicidade não está nas coisas, mas na ideia que fazemos das coisas . Não se trata de querer mudar nossa sorte, mas o modo de encarar a sorte.

28 DE JUNHO – CONHECEU 0S DISCIPULOS DE JESUS

Santo Irineu (130-202?) foi discípulo de São Policarpo, e este foi de S. João Evangelista. Assim testemunhou mais tarde: “...Posso dizer onde o bem-aventurado Policarpo se assentava para ensinar, como entrava e saía, quais eram sua conduta de vida e seu porte físico, que conversas mantinha com o povo, qual foi seu relacionamento com João e outros que viram o Senhor...”Irineu viveu na Ásia Menor durante o século II. Lutou para preservar a paz e a unidade da Igreja. Como simples presbítero, foi mandado a Roma a fim de ser o mediador perante o papa Eleutério (175-189) numa controvérsia relacionada com a heresia do Montanismo. Mas enquanto estava em Roma, rebentou na Gália (França atual) uma cruel perseguição contra os cristãos. Chegando a Lyon, o povo o aclamou bispo. Pastoreou vigilante o seu rebanho durante 25 anos, defendendo-o contra as heresias nascentes. Como bispo de Lyon, serviu novamente de mediador entre os bispos orientais e o papa Vítor (189-199) na questão sobre a Páscoa. Foi bem sucedido nessas mediações, graças ao seu jeito ponderado e calmo. Escreveu importantes obras e morreu mártir por volta de 202. Suas obras se conservam até hoje. Além de teólogo, foi um grande pacificador. 
Oração: Senhor, vosso bispo Santo Irineu lutou eficazmente em favor da verdadeira doutrina e da paz na Igreja. Dai-nos o mesmo zelo ardente e a mesma fé inabalável na luta pela união e a concórdia.
PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO CSsR
Vice-Postulador da Causa-Venerável Padre Pelágio CSsR
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Homilia da Festa de S. Pedro e Paulo (28.06.15) “Pedro e Paulo”

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA CSsR
O apóstolo e a Páscoa
            Festejar Pedro e Paulo não é somente lembrar dois santos importantes e “fortes”, mas é celebrar o caminho da Igreja, como rezamos no prefácio da missa: “Hoje Vós nos concedeis a alegria de festejar os apóstolos Pedro e Paulo... Por diferentes meios, os dois congregaram a única família de Cristo e, unidos pela coroa do martírio, recebem hoje igual veneração”. Há também um elemento forte para a compreensão da festa: “Pedro seria entregue aos judeus para ser morto depois da Páscoa. Os apóstolos são testemunhas da Páscoa da Ressurreição de Jesus. Suas vidas, depois da Páscoa, foram testemunhas claro de que Cristo estava vivo e era a razão da criação e do futuro do universo e da humanidade. O fato de serem celebrados juntos indica que a Igreja tem caminhos diferentes para chegar ao mesmo fim que é a glorificação do Pai em Cristo. Sabemos que no “Concílio de Jerusalém”, a Pedro foi confiada a evangelização dos judeus e a Paulo foi confiada a Igreja das gentes, provenientes do paganismo. Cresceram dois modos de ser Igreja com a mesma fé, em condições diferentes. Não sabemos na prática como funcionou, pois a Igreja chamada da “Circuncisão” se diluiu. Os judeus que se converteram levaram a fé aos pagãos e tiveram tão grande resultado que chegou até nós. A dimensão pascal da missão dos apóstolos foi trazer a mesma alegria que sentiram e viveram. Quando vivermos essa mesma dimensão podemos trazer à Igreja a renovação em vista da grande missão que Paulo e Pedro fizeram e nos transmitiram. A força do Espírito nos levará a acolher a força pascal para um anúncio sempre mais convincente. Quem crê passa da morte para a vida e anuncia com ardor.
Deram as primícias da fé
            A profissão de fé de Pedro é o fundamento da fé que o povo de Deus possui, pois é dita pelo próprio Jesus. A mesma fé que recebemos é a mesma que Pedro e Paulo professaram, pois ela vem do Pai: “Feliz és tu Simão, pois não foi um ser humano que te revelou isso, mas o meu Pai que está no Céu” (Mt 16,17). Paulo reconhece em si mesmo que “combateu o bom combate, completou a carreira e guardou a fé” (2Tm 4,7). A fé destes dois apóstolos foi mantida com fidelidade pelos cristãos que sempre tiveram a coragem de viver e defender com sua vida. A força da fé do povo de Deus, fundada nessa rocha que foi a proclamação de fé de Pedro, dada a Ele pelo Pai, resiste a todos os embates contra a fé. “As forças infernais não poderão vencê-la” (Mt 16,18), como temos visto nas perseguições e mortes de nossos irmãos fiéis. Toda perseguição não é contra o cristão, mas contra o Cristo que continua sofrendo no corpo de sua Igreja.
Ele me deu forças
             Mesmo torturados por serem cristãos, todos se sentem amparados por Cristo como os apóstolos. Papa Francisco diz ver nas feições dos novos mártires atuais, a serenidade de Cristo. Pedro e Paulo, nos momentos de perseguição sentem a presença de Cristo: Pedro diz: “Agora sei que o Senhor enviou seu anjo para me libertar das mãos de Herodes e de tudo o que o povo esperava” (At 12,11). Paulo diz que o “Senhor esteve ao seu lado e lhe deu forças... e o Senhor me libertou de todo mal e me salvará para o seu Reino celeste”. Celebramos os dois apóstolos para termos uma Igreja aberta a todas as situações e circunstâncias. Só o faremos se tivermos uma fé que supera as pequenas condições.
Leituras:  Atos dos Apóstolos 12,1-11; Salmo 33; 2Timóteo 4,6-8,17-18;Mateus 16,13-:19. 
1.     Festejar Pedro e Paulo é também celebrar o caminho da Igreja. Eles por meios diferentes congregaram a única família de Cristo. Há também o elemento Páscoa depois da qual seria entregue Pedro à morte. São testemunhas da Ressurreição. Há dois modos de ser Igreja com a mesma fé em condições diferentes, vivendo a mesma alegria pascal 
2.    A profissão de fé de Pedro é o fundamento da fé que o povo de Deus possui: Ele não vem do ser humano, mas é revelada pelo Pai. A fé guardada por Paulo é garantia da coroa de glória. A fé conservada pelos cristãos lhes dá  coragem de vivê-la e defendê-la. As forças infernais não poderão vencê-la. 
3.    Mesmo torturados por serem cristãos, sentem-se amparados por Cristo. Eles trazem a serenidade de Cristo. Paulo sente que o Senhor sempre esteve ao seu lado. O Senhor libertou Pedro. Celebramos os dois apóstolos para termos uma Igreja aberta a todas as situações.           
            Colunas de carne e fé 
            A comunidade cristã sempre teve muito amor por esses dois apóstolos. São como dois irmãos gêmeos. Por isso celebra sua festa em um dia só. Os dois trabalharam em campos diferentes: Pedro pregou aos judeus e Paulo aos pagãos.  Rezamos no prefácio da missa: “Por diferentes caminhos os dois congregaram a única família de Cristo, e unidos pela coroa do martírio recebem, por toda a terra, igual veneração”.
            Os dois deram sua vida como testemunho de Cristo. Pedro faz a solene profissão de fé que se torna a pedra sobre a qual se constrói a Igreja, e recebe o poder de continuar a missão de unir as pessoas a Cristo.
            Os dois tiveram a presença de Jesus sempre junto a si protegendo, fortalecendo sua missão e salvando nos momentos mais difíceis. Jesus amava-os muito.

            Que tenhamos a alegria de dizer como Paulo: “Combati o bom combate, completei a corrida, guardei a fé. Agora está reservada para mim a coroa da justiça que o Senhor dará naquele dia; não somente a mim, mas a todos os que esperam sua vinda gloriosa” (2Tm 4,8).
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