segunda-feira, 22 de junho de 2015

PAI TÔ COM FOME!

PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO CSsR
Vice-Postulador da Causa-Venerável Padre Pelágio CSsR
Ricardinho não agüentou o cheiro bom do pão e falou: - Pai, tô com fome!!! O pai, Agenor , sem ter um tostão no bolso, caminhando desde muito cedo em busca de trabalho, olha com os olhos marejados para o filho e pede mais um pouco de paciência... Envergonhado, triste e humilhado em seu coração de pai, Agenor pede para o filho aguardar na calçada enquanto entra na padaria na sua frente... Ao entrar dirige-se a um homem no balcão:
- Meu senhor, estou com meu filho de apenas 6 anos, ali na porta, com muita fome, não tenho nenhum tostão, pois sai cedo para buscar um emprego e nada encontrei. Eu lhe peço que em nome de Jesus me forneça um pão para que eu possa matar a fome desse menino; em troca posso varrer o chão de seu estabelecimento, lavar os pratos e copos, ou outro serviço que o senhor precisar!!!
Amaro , o dono da padaria estranha aquele homem de semblante calmo e sofrido, pedir comida em troca de trabalho e pede para que ele chame o filho... A satisfação de ver seu filho devorando aquele prato simples como se fosse um manjar dos deuses, a lembrança de sua pequena família em casa, foi demais para seu coração tão cansado de mais de 2 anos de desemprego, humilhações e necessidades...
Abreviando a história: Após o almoço, Amaro convida Agenor para uma conversa nos fundos da padaria, onde havia um pequeno escritório ... e o contrata para serviços gerais na padaria...No dia seguinte, às 5 da manhã, Agenor estava na porta da padaria ansioso para iniciar seu novo trabalho... Durante um ano, Agenor foi o mais dedicado trabalhador daquele estabelecimento, sempre honesto e extremamente zeloso com seus deveres...Mais tarde Amaro arranjou escola para o menino... Doze anos se passam desde aquele primeiro dia de aula...Vamos encontrar o Dr. Agenor Baptista de Medeiros , advogado, abrindo o escritório para seu cliente, e depois outro, e depois mais outro... Mais dez anos se passam, e agora o Dr. Agenor Baptista, já com uma clientela que mistura os mais necessitados e os mais abastados, resolve criar uma Instituição que oferece aos desvalidos da sorte, um prato de comida na hora do almoço... Mais de 200 refeições são servidas diariamente naquele lugar que é administrado pelo seu filho, o agora nutricionista Ricardo Baptista... Tudo mudou, tudo passou, mas a amizade daqueles dois homens, Amaro e Agenor, impressionava a todos que conheciam um pouco da história de cada um... Contam que aos 82 anos os dois faleceram no mesmo dia, quase e a mesma hora, morrendo placidamente com um sorriso do dever cumprido..
'Um dia eu tive fome, e você me alimentou. 
(História verídica)

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